Refém - Antony dos Santos

34.

                                   Antony

Quais as explicações sobre o amor repentino? Meu peito fica em êxtase só de ficar perto da Isabella, e entristece só de pensar no fato que ela não me ama da mesma forma que eu o amo.

Eu nunca senti com nenhuma mulher, o que ela me fez sentir em uma primeira noite. Desde aquele dia na balada em Manchester, onde teria sido uma proposta de apenas uma noite, eu sabia que ela ficaria pra sempre no meu coração. Senti uma coisa diferente quando ela colocou o pé no camarote e disse Oi.

Nós temos uma conexão, uma sintonia, vibramos na mesma energia. Viemos de mundos diferentes, passando por coisas diferentes, mas ao mesmo tempo somos tão iguais.

Eu nunca imaginei que me sentiria tão apegado por uma pessoa, igual me tornei a ela. Talvez nem seja saudável pra mim, me sentir assim por alguém. Mas não posso controlar.

Eu faria de tudo pra tê-la comigo, pra viver as melhores coisas que essa vida tem pra proporcionar. Queria ver ela no altar, na nossa casa dormindo de manhã, passando por dificuldades, ou alegria.

Qual a explicação de amar alguém que não nos ama? Por um lado dói tanto, pensar que ela nunca vai sentir o que eu sinto, nunca irá vir atrás de mim, igual vou até ela.

Apesar dos pesares, eu só quero ver ela feliz, com o incrível sorriso que ela tem estampado de orelha a orelha. Mesmo que eu não seja a razão dele mais.

Eu me apaixonei, e foi algo leve, calmo. Queria que tivesse durado. Nunca imaginei, eu Antony dos Santos falando isso. Mas aconteceu, me apaixonei não só por uma, mas por duas. Mãe e filha, as duas tão iguais, tão preciosas. Eu amo tanto que dá vontade de largar tudo só pra conquistar isso.

Ela me ensinou tantas coisas, em ter uma vida leve, que eu preciso viver, não me prender a tantas coisas, em regar a minha energia. Muitas coisas que antes eu não conseguia, ela veio e me mostrou. Só que agora nada faz sentido se eu não posso tê-la.

Estou no avião indo pra Manchester, sentindo um vazio imenso dentro de mim. Querendo voltar, dar um abraço nela, no Lorenzo. Em todos.

A vida de jogador é incrível, mas tem uma parte que ninguém conta que é a mais difícil. Que é a de ter que se privar de tudo, que as vezes mesmo estando nos piores momentos, temos que deixar nossa família, nossa casa e viver em um lugar totalmente diferente pra viver isso.

Eu amo e sempre foi meu sonho e sou grato por tudo que eu conquistei, e quero poder conquistar ainda mais. Só que dói e dói muito. Mas existem alguns esforços que tem que ser feito pro nosso sonho sair do papel.

Chego em Manchester, que está extremamente frio, o que torna o vazio dentro de mim mais imenso. O frio me deixa triste, abatido. Gosto de sol, calor, praia, piscinas.

Não vejo a hora de trazer o Lorenzo pra cá, ter pelo menos ele por perto me ajudaria 100% nesse processo, uma pena que a Rosy é um pouco chatinha e ainda não deixou isso acontecer.

Quando chego em casa, sinto um vapor quente, por estar fechada a tantos dias, tão grande e tão vazia, não faz sentido.

Vou até meu quarto e deixo as malas no canto e olho na cabeceira, onde tinha uma foto lá no rio, Eu, Isabella, Lorenzo e Ísis. Todos sorrindo, e esse dia foi incrível, se eu pudesse voltar, voltaria.

Abro meus stories e o primeiro é o da Isabella mostrando os bastidores das gravações que ela estava fazendo. Ela está tão sorridente, feliz, cantando.

Tenho lembranças dela correndo pela casa brincando com o Lorenzo e a Ísis, e eu observando os três pensando em como eu sou sortudo. E eu era.

Nem tudo sai de acordo como queremos. Tinha inúmeros planos dos meus dias no Brasil com ela, marquei jantares, passeios, até uma viagem. Tive que cancelar tudo por um mal entendido.

Mas tudo bem, as vezes tinha que ser assim...