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                                  Isabella

Eu não consigo acreditar no que está acontecendo, essa mulher consegue me infernizar de todas as formas.

— Eu preciso ir embora. — Chego perto do Antony com os olhos cheios de lágrima.

— O que foi amor?

— Minha mãe mandou uma carta aberta para o Gossip do dia dizendo que eu sou uma péssima filha, dizendo vários absurdos que você sabe que não é verdade,

— Essa mulher não vai te deixar em paz nunca? — Ele me abraça — Vem, vamos pra casa. Vou avisar seu pai.

Estávamos todos curtindo as férias, e hoje estávamos na praia na casa do nosso vizinho aqui em Angra.
Todos felizes, até essa mulher aparecer.

— Você tá bem meu amor? — Meu pai me abraça e eu começo a chorar

— Por que ela tem que ser sempre assim pai?

— Ela é uma péssima pessoa, filha. Você não pode deixar isso te abalar, viu? Você tem uma família linda, tem que ser forte, tem que cuidar da Ísis, não deixa se abalar por uma pessoa que só te teve, mas nunca foi sua mãe.

— Vou embora, não tô bem, preciso colocar a cabeça no lugar.

— Pode ir que nós ficamos com as crianças.

Eu só conseguia chorar, nesse momento toda a minha força, foi se embora. Eu sempre quis ter uma boa relação com a minha mãe, sempre tentei de tudo. Não é justo ela fazer isso comigo.

— Fica calma amor, eu sei que é difícil. Mas você não pode passar nervoso. — Ele me entrega um copo de água quando entramos em casa.

— Vou tentar.

Ele me leva pro quarto e eu fico lendo os comentários, milhares de coisas absurdas de pessoas que não fazem ideia da verdade. Que mulher baixa, como ela consegue fazer isso comigo que sou sua filha?

— Isa. — Escuto batidas na porta.

— Pode entrar, Rosana.

Rosana era a mulher que trabalhava aqui e cuidava da casa enquanto estávamos fora.

— Tem uma mulher lá fora, querendo te ver, disse que não irá sair enquanto você não for lá.

— Que mulher?

— Ela não quis se identificar

— Eu vou lá.

Que não seja ela, que não seja ela.

Me levanto e vou em direção do portão, vejo uma mulher dos cabelos ruivos, extremamente magra, de pele branca. Minhas pernas estremecem a cada passo que eu dou, eu sabia quem era, só não queria enfrentar.

— Oi filha, abre o portão pra mamãe, vim ficar com você nessa sua gigante mansão! — Ela dizia se aproximando do portão com algumas bolsas na mão.

— Você não vai ficar aqui, não é a minha mãe!

— Não sou? Só olhar na sua certidão de nascimento. Eu te pari garota, não seja hipocrita, se não fosse eu você não teria essa vida de milionária.

— Se não fosse você? Única coisa que fez por mim, foi me colocar no mundo. De resto, só meu pai e minha mãe Helena, porque ela sim é minha mãe, que me deu amor, carinho, conselhos, você não!

— Eu sou sua mãe, quero aproveitar desses luxos que tanto você tem, é meu direito. Sabia que eu passei fome e tive que morar na rua?

— Eu sei porque você foi morar na rua, sei muito bem. Você só foi morar na rua porque não tinha dinheiro pra pagar suas drogas e deu a casa que meu pai te deu. Você nunca precisou pagar aluguel, Leandra. Nunca!

Refém - Antony dos Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora