Refém - Antony dos Santos

13.

Isabella.

Eu precisava voltar a Manchester a trabalho, um que comecei e não deu tempo de finalizar antes de voltar ao Brasil. Estava feliz, não tinha só um motivo pra ir lá, também iria encontrar o motivo dos meus pensamentos.

Ele não sabia que eu estava indo pra lá, quis fazer um tipo de surpresa. Não tínhamos conversado com tanta frequência nesse último mês, e com isso ele foi dominando mais ainda meus pensamentos.

Me lembrava do seu toque, do seu beijo, do seu sorriso, dos seus carinhos, de sua voz. Mas logo após eu mesma brigava comigo por ter esse tipo de pensamento.

Era 05 horas da manhã, e já estávamos no aeroporto, quanto mais cedo sair daqui, mais cedo chegar lá, já que são 13 horas de viagem.

Posto uns stories do amanhecer, que logo já obtenho resposta dele. "Bom dia princesa. Indo viajar pra onde?"
Infelizmente essa mensagem não será respondida.

••

Chego em Manchester, cansada, com sono, doida pra deitar na minha cama e dormir. Ísis estava um pouco gripada e com febre, o que havia deixado a viagem 10 vezes mais cansativa, pela minha sorte, Ana e Bruna estavam comigo, que me ajudaram demais a tomar conta dela durante o voo.

Vou direto pra nossa casa, que tínhamos aqui, dou um banho na Ísis, dou mamadeira pra ela e rapidamente ela dorme, pelo meu alívio.

Bruna pediu comida, tomo um banho, desço, como e subo novamente pra dormir. Quando estava pegando no sono, escuto meu celular vibrar, era Antony, dessa vez no whatsapp.
"Oi, tá tudo bem?"

Novamente sem repostas, estava com muito sono pra interagir naquele momento, e precisava aproveitar os minutos que Ísis estava dormindo pra descansar.

••

Acordo as 11h da manhã, a Ísis não estava na cama, me levanto, vou até a cozinha e vejo Ana, Bruna e Ísis preparando almoço.

— Bom dia meninas!

Todas elas respondem em uníssono.

— Por que não me acordaram? A Ísis tá melhor?

— Você passou praticamente 13 horas acordada cuidando da Ísis o voo inteiro, quis te deixar descansar pelo menos um pouco. — A bruna disse. — Ela não deu mais febre e está bem melhor.

— Que bom.

— E aí, vai se encontrar com o seu jogadorzinho hoje? — Bruna disse rindo

— Puta merda, não responde ele desde ontem no aeroporto.

Pego meu celular e envio uma mensagem pro Antony.

                           Antony 💓

- Bom dia!! Me desculpa por não te ter respondido ontem, a Ísis esta doentinha, com febre e gripada e na correria de viagem, não consegui ter tempo pra ficar no celular.

- Tudo bem! E como ela ta? Tá melhor?

- Tá sim! Ah, deixa eu te falar, pedi pro Richarlison te entregar algo, ele falou com você?

- Falou sim, ele me passou um endereço pra buscar, ele tá em Manchester né?

- Tá sim. Quando tiver indo pegar, me avisa, ok?

- Ok!!

Pedi uma ajudinha pro Richarlison pra inventar uma mentirinha pra ele vir me encontrar, sem saber que estou aqui.

— Isinha, posso te pedir algo? — Disse a Bruna entrando no quarto enquanto eu me arrumava

— Ah, lá vem. O que?

— Posso levar a Ísis comigo? Por favor!

— Pode, mas tem que tomar cuidado com essa febre dela, viu?

— Tudo bem, te amo garota. — Ela da um beijo na minha bochecha e ri.

Ela ia pra casa do Richarlison hoje pra eles tentarem se resolver, e eu sei que ela quer a Ísis como álibi caso alguma coisa dê errado.

Como a Ísis havia saído com a Bruna, a Ana foi dar uma passeada pela cidade, e eu fiquei esperando o Antony chegar.

Escuto à campainha tocar, era ele. Me levanto, vou até a porta e a abro.

— Surpresa. — Dou uma risada quando abria a porta

— Ah, sua mentirosinha. — Ele ri e corre pra me dar um abraço. — Que saudade, Isa.

— Também tava com saudades. Entra. — Digo dando espaço pra ele entrar na casa.

— A Ísis tá aí? — Ele pergunta.

— Infelizmente não, ela saiu com a Bruna.

— Queria ver ela. Mas enfim, porque não me contou nada que estava vindo em?

— Queria fazer uma surpresa pra você.

— E funcionou, espertinha. Mas que bom que o presente era você, e não o richarlison me dando algo. — Ele ri

— O maior hater de todos os tempos do charlinho. — Dou risada.

— O que veio fazer em Manchester?

— Terminar aquele trabalho, que havia te dito.

Após a gente conversar e colocar o papo em dias, deitamos no meu quarto e começamos a assistir filme, claramente de desenho. Ele gostava e eu também.

Ali deitada no ombro dele, só nós dois. Parece que o mundo estava em silêncio, e que só existia eu e ele, eu estava em paz, com o coração leve.

Ele levanta a minha cabeça e me dá um beijo, lento, calmo mas com vontade, saudade.

— Aí, Isa. Que saudades...

Ele me beija novamente.