Refém - Antony dos Santos

12.

Isabella.

Eu já estava no Rio com a Ísis, e hoje era o dia que eu iria me encontrar com o Lorenzo e a mãe dele. Eu estava um pouco nervosa, não era mulher do Antony, e ter essa aproximação com o Lorenzo, todos os pensamentos seriam ao contrário.

Tenho medo de julgamentos do povo, da família dele, de qualquer coisa. Mas eu me encantei no Lorenzo, e ele por nós.

Como iríamos no shopping, coloco uma roupa leve na Ísis, arrumo o cabelo dela e coloco um desenho pra ela ficar assistindo enquanto me arrumava. Coloco um macaquinho verde água, e uma papete branca com brilhos.

Saio em direção ao shopping, e novamente um nervosismo toma conta de mim, porquê eu não sei. Mas como as pessoas são maldosas, podem tirar proveito de qualquer coisa. Não conheço a Rosilenny direito, não sei se é algo pra falar mal, ou algo do tipo. Eu confiei que é algo de bom coração e estou indo, mas no fundo eu tenho medo, já que pessoas não são muito confiáveis.

Ao chegar no shopping, vou no lugar marcado entre nós duas e logo vejo ela e o Lorenzo em pé nos esperando, quando ele me vê, logo corre pros meus braços.

— Titia!! — Ele me dá um abraço

— Oi bebezinho! Que saudade que eu estava.

— Oi irmãzinha ísis. — Ele da um abraço nele.

Vou até a Rosilenny e a comprimento.

— Ele estava tão ansioso pra ver vocês duas, veio o caminho todo falando como você era legal.

— A Ísis estava muito ansiosa, e eu também. Eu me encantei pelo Lorenzo, ele é um amor de criança, muito educado.

— Fico feliz por você ter gostado e tratado muito bem do meu filho. Sempre tive esse medo de quando o Antony arrumasse uma namorada, como ela iria lidar com o Lorenzo, como sairia as coisas. Quando vocês foram buscar ele, fiquei com muito medo e até falei pro meu marido, e fomos procurar de você e descobrimos que você já tinha uma filha, e isso me aliviou muito.

— Ah, eu não sou namorada do Antony. — Dou uma risada. — Mas eu como mãe, entendo muito sua preocupação. Morro de medo do pai dela se envolver com qualquer uma, e minha filha acabar "sofrendo" com ela por perto.

— Não são namorados? Eu pensei que estavam namorando, ele me disse sobre você de uma forma meio apaixonado, e o Lorenzo disse que agora você era a namorada do papai. — Ela ri.

— Mas não somos, não! Não temos nada.

— Mas não são somente amigos né?

— É... acho que não. — Começo a rir.

Colocamos as crianças em um espaço de brinquedo, e ficamos conversando enquanto o tempo deles não acabava.

— Eu te conheço a muito tempo da internet, acredita. — Ela disse.

— Sério??

— No começo quando eu era mais antenada em redes sociais, via muito seus stories, nos engravidamos quase na mesma época. — Ela ri. — Tenho vários biquínis da sua marca, mas eu não sabia que você era você, porque parei de acompanhar influenciadores a um tempo.

— Ah que legal, muita coincidência, né?

— Demais! Vi os hates que você levava quando engravidou, e eu entendia super, até porque estava passando pelo mesmo problema na época.

— Foi um período muito difícil. Já estava sensibilizada pelos hormônios da gravidez, e ainda mais que foi totalmente de surpresa. E receber milhares daqueles comentários, não foram fáceis.

— As pessoas esquecem que temos sentimentos, e que nem tudo é por dinheiro, ou algo do tipo. O dinheiro não pode comprar amor, lealdade, nem nada do tipo, mas as vezes ele te proporciona ir a lugares que te fazem conhecer pessoas que possa ser verdadeiras pro resto da sua vida, ou verdadeiras naquele momento. Mas que se não fosse o dinheiro, você não a conheceria.

— Eu sempre pensei assim, mas as pessoas acham que só porque tem dinheiro, estamos juntos por interesse. Mas esquecem que mesmo com dinheiro, as pessoas podem se apaixonar umas pela as outras.

— Eu sempre fui muito rica a minha vida toda, meus pais tem várias empresas, então eu nunca precisei do dinheiro do Antony e não estava com ele por conta disso. Eu conheci ele, tinha já meus 21 anos, já tinha tudo que eu precisava. Hoje com 26 anos, depois da separação, ainda me falam muito que eu dei o golpe na barriga. — Ela ri.

— Se as pessoas soubessem o quão difícil gravidez é, e gravidez não segura homem, não garante dinheiro algum, não falariam essas coisas. Uma criança é a coisa mais difícil que a mulher vai ter na vida pra cuidar, não adianta negar, mesmo sendo o pai mais presente do mundo, mais foda, quando tem a mãe por ali, o filho é da mãe. Sempre somos nós que temos o maior trabalho.

— Exatamente, Isa. O Antony me ajudou muito, ele que trocava fraldas, acordava de noite. Mas as coisas mais cansativas eram minhas, amamentar foi a coisa mais difícil que eu passei. Se fosse só engravidar pra ter dinheiro, quando o Lorenzo tivesse nascido eu tinha deixado ele com o Antony e sumido no mundo.

Fico ali conversando com ela por algum tempo, até que as crianças saíram do brinquedo e fomos comer.
Após algumas horas, eu e a Ísis despede do Lorenzo e da Rosilenny.

Até que não foi um bicho de sete cabeças como eu imaginava que seria, foi tudo muito tranquilo, e ela é uma simpática.
Espero poder encontrar ela e o Lorenzo mais vezes.