5 - Você não nasceu para se curvar a ninguém

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Alguns dias se passaram até um guarda vermelho me levar por aqueles corredores da estranha montanha. Parámos em frente a uma porta. Era um quarto, muito escuro mas não o suficiente para que me sentisse desconfortável.

- A criada derramou lentilhas nas cinza.- o guarda atirou um balde na minha direção o qual peguei sem problemas.- Limpe antes que o ocupante volte, ou ele vai arrancar sua pele tira por tira.- ele sorriu maliciosamente e me trancou naquele quarto.

Olhei para dentro da lareira. Era impossível distinguir as lentilhas das cinzas, até mesmo para mim, uma caçadora que conseguia ver coelhos escondidos nas vegetações. Olhei em volta do quarto para procurar uma solução.

Sem janelas, sem escapatória. A cama era grande e preta, lençóis de seda negra assim como o resto do quarto, todo preto. Mórbido. Encontrei um livro com poeira numa cômoda e arranquei algumas páginas. Amachuquei-as e atirei-as para a lareira. Reuni o máximo de lentilhas que consegui e peguei numa vela que iluminava o quarto. Com muito cuidado as folhas começaram a queimar, tornando as lentilhas em cinzas também.

Sentei naquela cama macia, cobrindo as minhas orelhas, e esperei a lareira apagar e depois disso arrefecer. Depois de verificar que eu não me queimaria varri a lareira retirando as cinzas. Quando se passou quase uma hora e meia recolhi as poucas lentilhas que restavam até escutar a porta abrir então me escondi ali. Peguei no atiçador de ferro.

Os guardas disseram que o ocupante voltaria. Pelo menos eu tinha quase certeza absoluta que tirei todas as lentilhas da lareira.

- Por mais que seja maravilhoso ver você, Mikaela, mia asterin.- franzi o cenho não sabendo o que aquilo significava. - O que está fazendo na minha lareira?- sai do meu esconderijo vendo-o deitado na cama com os braços fazendo de travesseiro, me olhando com diversão.

- Eles disseram que eu precisava retirar as lentilhas da lareira caso contrário você arrancaria a minha pele em tiras.- dei um pequeno sorriso sob o véu.- Então ateei fogo tornando as lentilhas em cinzas.- disse inocente o fazendo rir alto.- Só precisei varrer.

- Criatura esperta. Por que tinha lentilhas na lareira para início de conversa?

- Um dos afazeres domésticos da sua amante.

- Hum...Aparentemente ela ou os seus comparsas acham que vou me divertir com você.

Inclinei a minha cabeça para um lado sabendo o quão perigoso este jogo é.

- Ou estão testando você.- ele ergueu uma sobrancelha.- Você apostou na minha vitória na primeira tarefa. Creio que pelo tom de voz, Amarantha não gostou nem um pouco.- revidei.

- E por que Amarantha iria me testar?- perguntou zombateiro.

- Por que não testaria? Você mentiu sobre Clare. Verdade seja dita, ela e Feyre são bem diferentes. Além da sua aposta na primeira tarefa e agora o nosso acordo, então eu te pergunto Rhysand, por que ela não te testaria?- ele sentou com os cotovelos apoiados nos joelhos.

- Amarantha faz os jogos dela e eu faço os meus.- ele falou com calma.- Vai soltar esse atiçador ou vai me empalar como fez com o monstro do lago?

Levantei uma sobrancelha.

- Aprecio a coragem mas foi inútil.- sim, ele estava certo. Ele podia matar alguém apenas com um pensamento.

- Como você ainda tem tanto poder e os outros não?- perguntei. Tamlin era forte mas Rhysand parecia ser mortal.

- Ah, ela levou os meus poderes também, não pense que fui exceção. Isso...- senti uma carícia das garras contra minha mente. Não recuei apenas o encarei desafiando o que me rendeu um sorriso do homem de olhos violeta.- Isto, é apenas um resquício que eu posso brincar. Tamlin tem o dom da transfiguração e força bruta. Meu arsenal tinha uma variedade muito mais mortal.- ele deu de ombros.

Corte de terror e sacrifícioOnde histórias criam vida. Descubra agora