Corte primaveril
Pessoas passando o tempo inteiro de um lado para o outro, barulho de talheres e taças tilintando, risos, conversas, música, vestidos caros, e joias caríssimas ocupavam o local.
Era véspera do casamento da minha irmã. E sendo a noite anterior da grande união do grão senhor com a quebradora da maldição, toda a elite da corte fora convidada para uma festa.
Peguei um pouco de vinho e fiquei num canto. Feyre estava com Tamlin. Ela já tinha as bochechas vermelhas e doloridas de ficar sorrindo para todos. Forçadamente. As sentinelas mantinham os seus olhos em mim a todo o instante. As mesmas sentinelas que me protegiam eram as mesmas que me temiam.
Afinal ganhar um rito de sangue tem as suas vantagens.
Ianthe não estava muito feliz comigo. Ela queria que eu vestisse um vestido rodado, florido, grande. E principalmente sem alças. Praticamente, desde que ela chegou tem me irritado por causa do meu tipo de vestimenta. De eu esconder o meu cabelo e a metade inferior do meu rosto. Os meus olhos bastavam para ver e ser vista. No inicio ainda relevei, mas agora estou nem aí. Eu visto o que eu quiser. E não será uma grã-sacerdotisa e nem ninguém a dizer o contrário.
Tinha um vestido cinza simples, nada espalhafatoso ou extravagante. Mangas compridas, sem decote, apertado na cintura e comprido. O meu véu era da mesma cor para combinar. Simples, modesta, escondida.
A festa foi como uma válvula de escape dos últimos meses, principalmente depois de termos sido confinadas de pessoas para nossa própria segurança segundo Tamlin. Ver todas aquelas pessoas, sorrisos, danças e conversas me fazia sentir menos sozinha. Menos culpada.
Feyre estava me evitando e tudo bem. Eu sabia que ela precisava pensar, e eu daria o tempo necessário para ela o fazer.
Aproveitei que todo mundo estava dançando e se divertindo e sai dali, indo até ao jardim quando precisei me esconder atrás de uma pilastra.
Ianthe estava com o capuz para baixo e seus cabelos loiros compridos reluziam na luz das tochas. Lucien que parecia perdido nos próprios pensamentos sentado num pequeno banco de dois lugares estava completamente absorto da presença dela. Eu já tinha notado que havia algo estranho entre os dois. Lucien nunca se sentiu à vontade com Ianthe assim como ela nunca escondeu o seu interesse descontrolado por machos poderosos. Eu já a vi flertar com Tamlin e constantemente perseguia Lucien. Tambem percebia que sempre que podia o tocar ela não se acanhava. Ela chegou calmamente por trás do macho e depositou as suas mãos em cima dos seus ombros, o assustando.
- Calma querido.- disse em tom de deboche. - Está aqui tão sozinho, se não se importar vou fazer um pouco de companhia. - ela sentou ao seu lado. Perto demais.
- Saia daqui.
- Tão rude Lucien. - ele bufou. - Nós poderíamos subir para o meu quarto para ficarmos mais à vontade.- disse roçando o seu pé nas pernas dele.
- Nem morto.
- Ora, não seja tão difícil. Eu sei que você quer. Afinal das contas é um macho da outonal.- ela tentou acariciar o rosto do ruivo que tentou desvencilhar porém ela conjurou correntes para o manter paralisado. - E vocês adoram trepar.
Quase vomitei. Por isso que ele a evitava e odiava. Ela o assediava e com certeza não era a primeira vez que o fazia.
- Me solte agora Ianthe. - ordenou brusco enquanto tentava sair do aperto das correntes.
- Isso Lucien, me mostre o fogo da Outonal.- ela colocou uma mão no peito dele e foi descendo para baixo.
- Me solta, porra.
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Corte de terror e sacrifício
FanfictionQuarto irmãs. Duas passaram parte da sua vida se sacrificando em prol de uma família disfuncional. Num dia de inverno, Feyre e Mikaela foram caçar na floresta e cada uma matou um lobo. No dia seguinte uma besta foi buscá-las para o mundo feérico. D...