Capítulo 12

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Katakuri passou o resto da aula alheio ao que o professor explicava, estava mais concentrado tentando entender a situação que havia passado e tudo que sentiu. Tinha acontecido muitas coisas ao mesmo tempo e ainda não tinha processado completamente.

Ver Ichiji na janela tinha lhe preocupado muito no primeiro momento. Não queria de forma alguma que ele descobrisse seu segredo e de certa forma ficou aliviado ao perceber que o ruivo não percebeu que a caixa de donuts era da mesma loja que haviam ido no primeiro dia que se viram. Levando isso em conta, poderia dispensar aquela preocupação sobre ele desconfiar do seu segredo.

Todavia isso virou insignificante a partir do momento que Ichiji supôs que ele estava transando na sala de aula. Aquilo foi um choque em primeiro momento, não conseguindo acreditar que Ichiji tinha realmente dito aquilo, mais em segundo momento o Charlotte quis se enterrar de vergonha e o fato de estar com seu rosto queimando não ajudava a se acalmar. A sua sorte era que seu cachecol ajudava a cobrir seu rosto, por instinto tinha mexido nele algumas vezes, aparentemente Ichiji não percebeu esse detalhe e o arroxeado agradecia por isso. 

De certa forma não queria quebrar a imagem que Ichiji tinha dele. Estava consciente que como todos, o Vinsmoke acha que ele era o perfeito Katakuri. O irmão mais velho que todos queriam ter. O Príncipe Encantado que era comportado e cavalheiro, que ajudava quando alguém precisava.

Como sempre não queria decepcionar ninguém e por mais que duvidasse que Ichiji fosse contar para alguém, ainda tinha medo da opinião que ele teria sobre sua pessoa. Sabia que o ruivo não guardava ofensas e temia isso um pouco.

E ainda havia o fato de que nunca tinha estado com alguém naquele sentido e por isso estava com vergonha sobre o assunto. Isso seria uma decepção total para o Vinsmoke, ele tinha certeza absoluta sobre isso.

Não querendo se entregar, o Charlotte resolveu ficar em silêncio, tendo consciência de que não falaria algo que preste. Acabaria dando algum deslize e isso era o que menos queria. Sua mente não estava funcionando da forma correta ou racional. Estava nervoso e o fato de Ichiji ter enlouquecido e estar se aproximando do seu rosto, não estava o ajudando em nada.

Nunca confessaria em voz alta, mais estava vidrado nos olhos azuis de Ichiji e devido a aproximação foi inevitável olhar para os lábios dele. Era extremamente injusto como eles pareciam tão atraentes no momento.

Tal pensamento fez com que Katakuri voltasse o olhar para os olhos de Ichiji, se preocupando bastante com o rumo que seus pensamentos estavam tomando. Não deveria pensar coisas desse tipo, principalmente com o ruivo envolvido.

Era possível que estivesse ficando maluco. Ou talvez só estivesse caindo nos encantos de Ichiji, afinal como todos diziam ele era um demônio e atrair pessoas deveria ser um dos seus dons.

Para sua sorte, ou não, voltou a realidade quando escutou a voz do ruivo em seu ouvido e teria aproveitado o arrepiado gostoso que sentiu, mas a aproximação da mão de Ichiji de seu cachecol fez seu corpo gelar de medo. Estava tentado a deixar o Vinsmoke lhe beijar, porém a certeza de que ele iria achar sua aparência horrível o apavorava. Já foi muito atormentado por outras pessoas por conta da sua aparência e não conseguia evitar de pensar que Ichiji também o chamaria de aberração, de monstros e outras ofensas. Além de que ele poderia sentir nojo do seu rosto. Não valia a pena arriscar.

Por mais que se sentisse um pouco encantado pelo ruivo, ainda tinha consciência de que ele não era a melhor pessoa do mundo e que atormentava a vida das pessoas apenas como um hobby, principalmente a família Charlotte. O que fazia de Katakuri um alvo perfeito para Ichiji. Não iria desperdiçar o seu esforço de anos, apenas por uma atração.

Então sem pensar muito agarrou o pulso de Ichiji com mais força do que pretendia, soltando pouco tempo depois quando se deu conta. Se desculpou em seguida, realmente arrependido, só queria afastar o Vinsmoke não o machucar. Principalmente por não estar conseguindo reagir a situação. Normalmente as pessoas não chegavam tão perto do Charlotte, ou melhor dizendo, ele não deixava que alguém chegasse perto dele daquela forma.

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