Capítulo 9 O diagnostico

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No dia seguinte o professor foi até o hospital pegar os exames da Lisa, ela não quis ir, então ele foi sozinho.
Chegando lá esperou por poucos minutos, logo chamaram ele.

-Bom dia Dr. Ricardo, tudo bem com o senhor ?
-Bom dia, pode sentar. Disse ele com uma cara nada boa.
A Lisa não veio? Disse ele olhando para a pasta de exame para confirmar o nome.
-Não, ela não veio, sabe como são os adolescentes ne, gostam de dormir até tarde.
-Assim será melhor. Disse ele um pouco aliviado por ela não está ali.
-O que está acontecendo doutor, parece preocupado.
-Os exames da Lisa acusaram uma grande elevação da contagem dos glóbulos brancos .
-O que isso significa doutor?
-Significa que ela terá que começar urgente um tratamento, pois ela está com Leucemia.
-Como assim doutor, leucemia? Perguntou o professor com os olhos já marejados.
-Infelizmente sim, ela precisa começar um tratamento adequado o quanto antes.
-Meu Deus, não consigo acreditar nisso, não achavam que era apena uma anemia?
-A anemia dela também está baixa.
-E foi a anemia que causou a Leucemia?
-A anemia e algo muito sério, mas não causa a doença.
-Como vou contar uma coisa dessas para ela, para os pais dela, meu Deus, por que ela, não consigo acreditar, ela tem uma vida toda pela frente.
-Calma, isso não é uma sentença de morte, ela terá apenas que seguir um tratamento adequado, ela sairá dessa, tenha fé, e muita força para ajuda - la, pois é um tratamento muito doloroso. Ela irá precisar muito dos amigos e familiares.
-Estou sem chão, não tenho palavras para descrever o meu sentimento nesse momento, eu tenho uma filha, se fosse com ela eu não saberia o que fazer, dou a minha vida por ela.
-Se acalme, converse com os pais dela, deixe eles contarem a ela, sou médico ha muitos anos, e essa e uma das notícias mais dolorosa para mim, também sinto pelos meus pacientes.
-Obrigado doutor, qualquer coisa nós retornamos novamente.
-Boa sorte, e cuide bem dela, ela precisa de vocês agora.

Então o professor saiu do hospital, sentou em um banco da praça que tinha ali perto, e ficou pensando no que o médico havia lhe dito, ficou ali conversando em pensamento.

"Senhor, cuida dessa sua filha, não a desampare nesse momento tão difícil que irá passar, estou completamente sem rumo, sem saber o que fazer, por onde começar, proteja – a de toda essa dor que irá passar, pois sei que é um tratamento muito dolorido tanto fisicamente quanto psicologicamente."

Enquanto isso no hotel, Lisa continuava dormindo, e eu estava no restaurante tomando um belo café da manhã, com direito a geleias de vários sabores, requeijão, cappuccino, bolos, pães de queijo, ovos mexidos, entre tantas outras coisas, nunca tinha visto uma mesa de café da manhã tão farta e cheio de coisas gostosas, não dava vontade de sair de lá, sim eu adoro comer, já disse isso não é? Olho para trás e vejo, o professor Roberto, não estava com o semblante muito bom, logo de cara perguntei o que estava acontecendo.
-O que foi professor, está com uma cara tão diferente, aconteceu alguma coisa na rua? Perguntei a ele.
-Aconteceu sim Ben, mas acho que não é o melhor momento para falar sobre isso.
-É alguma coisa com a Lisa? Você foi buscar os exames dela, qual foi o diagnostico?
-Não foi nada Ben, já disse que na hora certa todos ficaram sabendo.
-Você saiu de um jeito e voltou de outro, coisa boa não é. O que foi, perdeu a confiança em mim? Perguntei a ele
-Não é questão de confiar ou não, mas o assunto é sério.
-É com a Lisa? -Sim.
-Não me deixe sem notícias dela, o senhor sabe o quanto gosto dela.
-Eu sei sim Ben, mas esse assunto por enquanto só diz respeito a mim, por favor não insista, está sendo muito difícil para mim.
-Cara esse seu tom de voz está acabando comigo, não vou conseguir ficar com a cabeça relaxada enquanto não souber o que está acontecendo de tão grave.
-Só na hora certa, não tenho direito de sair falando de um assunto tão pessoal. Agora se me de licença, tenho que ir ver como ela está.

Caracas, a coisa é muito mais séria do que todos imaginávamos, tenho até medo de pensar no que pode ser.

Passaram-se algumas horas, e todos estavam na piscina aproveitando o ultimo dia de férias no hotel. Lisa acabará de descer o elevador, com a cara um pouco abatida e pálida, fizera com que todos reparassem que havia algo errado.
-Não vai entrar na agua Lisa? Está morna, vem aproveitar nosso ultimo dia nesse paraíso. Disse Larissa
-Não vou entrar agora amiga, não estou muito disposta hoje, acordei com o corpo ruim, parece que fui atropelada por um caminhão. Respondeu Lisa.
-Da para ver o quanto está frágil, será que foi picada por algum bicho? Isso não está normal, já tem dois dias que está com esses sintomas. Disse Bem
-O professor foi pegar os exames que eu havia feito, mas até agora não disse nada, então é porque não deu nenhum problema.
-Espero que não tenha nada mesmo. Será que agente pode conversar a sós lisa? Perguntei a ela
-Podemos sim, mas vamos procurar uma sombra, porque esse sol hoje está de rachar coco. Respondeu lisa com tom sarcástico.

Então fomos para o meu lugar preferido, onde fico lendo meu livro, sentamos em uma cadeira de praia e ficamos conversando. -Eu queria que você soubesse, que apesar de tudo o que já aconteceu de ruim entre agente, eu vou está aqui ao seu lado para o que precisar, não quero que me veja como um inimigo ou uma pessoa que quer o seu mau, pois isso não é verdade. Sinto um carinho muito grande por você, desde a primeira vez que te vi no colégio, com esses cabelos cacheados lindos e toda marrenta, sei que nunca irá me enxergar de outra forma, pois somos de classe social diferente e sei o quanto isso impediria algo, entre nós dois
-Isso de classe social já me interessou muito, mas a cada dia vejo que isso é o de menos, observa só uma coisa, nesses dias que estamos aqui, quantas vezes você viu o Guto comigo?
Ele só pensa nele, não interessa em saber como estou, e isso está me magoando muito, pois sou uma garota que gosta de ser mimada, de ter atenção, se parar para ver, você me dá mas atenção do que ele.
-Eu entendo o seu jeito de ser, só não concordo, sei o quanto sofreu preconceito e rejeição na infância, mas isso não justifica que você faça o mesmo com outras pessoas, sabe por que? Por que você sabe o quanto isso machuca , sabe que as vezes um tapa doi menos do que uma palavra mau dita. Pare para pensar, as pessoas tem sentimentos, uma humilhação que você cause pode mudar a vida da pessoal por completo.
Eu já te contei a minha história? -Não, a gente nem conversava, o que aconteceu com você?
-Bom, eu também sofri a minha vida inteira com humilhação das pessoas no colégio, eu era o alvo preferido delas. Eu nunca tive um amigo para ficar na hora do recreio, sempre olhava todo mundo com amigos e só eu ficava isolado sem ter com quem conversar, e quando alguém chegava perto era somente para tirar sarro da minha cara, eu sofri a minha infância inteira Lisa, e essa dor me acompanha até hoje, as vezes tenho vontade de fazer algo, mas as lembranças ruins me bloqueiam de fazer, isso dói em mim até hoje. Queria tanto ser igual a todo mundo. Eu não tinha vontade de fazer mais nada, cada dia se tornava intermináveis e obscuro, tinha vontade de morrer, fugir para um lugar deserto onde não existira mas ninguém somente eu.

Vejo que Lisa está com os olhos cheios de lágrimas e tenta disfarçar para que eu não perceba que ela também é uma manteiga derretida.

-Nossa Ben, olhando para você, a gente nem percebe que já passou por essas coisas ruins.
-Foi por esses motivos que tivemos nossa primeira discussão, quando há vi humilhando aquela garota no colégio, relembrei tudo o que já havia acontecido comigo. Eu prometi a mim mesmo que não permitiria que ninguém humilhasse outra pessoa na minha frente, não quero que tenham o mesmo trauma que eu.
-Eu fiz ao contrário, passei a fazer o que faziam comigo, eu me tornei uma pessoa vazia, e que não pensava em mas ninguém, só em mim mesma.
-Pois é, reflita sobre esse seu jeito, você verá o quanto é melhor ser uma pessoa do bem, do que ficar fazendo maldade com outras pessoas.
-Obrigado pelo desabafo e conselho, vou tentar melhorar.
-Todos nós agradecemos. Eu disse em tom de brincadeira.





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