Capítulo 3 A dona do Colégio

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 Não demorou muito e Lisa começou a mostrar o seu lado, ela começou a provocar uma garota, senti nojo daquela cena toda.
-Olha a balofa de quatro olhos, daqui a pouco explode de tanto comer. Disse Lisa e todos começaram a rir. A garota mal conseguia olhar para cima de tanta vergonha que estava. E Lisa continuou a provocação.
Não vai falar nada não sua gorda, só sabe abrir a boca para comer.
Um filme se passou em minha mente, e via tudo aquilo que eu havia passado também, não me contive e fui até lá.
-Você se acha a perfeita não é garota? O que você ganha humilhando as pessoas dessa maneira. Perguntei bravo.
-Que foi o garoto, por acaso te conheço? -Por acaso eu sou da sua sala, mais pelo jeito você só enxerga o seu próprio umbigo, não deve ter reparado.
-Com certeza não reparei, não perco com meu tempo com pessoas do seu nível.
-Nível que você deveria ter, por que graças a deus minha mãe soube me educar muito bem, não fico humilhando ninguém só para aparecer.
-Cala a sua boca, ninguém te chamou aqui.
-Não dê ouvidos ao que essa covarde disse, tem pessoas que nascem só para fazer com que crescermos como pessoa.
-Não entendi sua colocação.
-Eu quis dizer, que pessoas como você faz com que paramos para refletir como não devemos ser, com isso procuramos sermos melhores a cada dia, para não chegar a esse nível.
-Garoto ridículo, por acaso você sabe com quem está falando? Perguntou ela aos gritos.
-Mais e claro que eu sei, estou falando com a menina mais ridícula do colégio, acertei? Revidei irônico.
-Se você não sabe, sou a filha do dono disso aqui tudo. Disse ela girando o dedo apontando para o colégio.
-O que isso importa? Você é intocável é isso? Ninguém te enfrenta, por medo ou receio, se for isso, sinto muito em dizer que serei o primeiro então.
E nossa discussão durou todo intervalo, quando dei por mim tem uma roda envolta da gente, estavam todos surpresos pois ninguém tinha enfrentado a "filha do dono do colégio", assim que eles diziam sempre.
-Chega de discutir, isso não vai te levar a nada, já no primeiro dia de aula já está assim, imagina como será o ano inteiro. Disse Patrick
-Mais isso é um absurdo Patrick, como a pessoa pode se achar tanto, eu sofri muito durante minha infância toda, prometi a mim mesmo que nunca mais deixarei ninguém pisar em mim, e quando vi o que ela estava fazendo com aquela garota, passou um filme na minha cabeça, então não me contive, a pessoa tem que ser muito covarde para fazer algo desse tipo.
-Mais você tem que ter calma, não pode sair arrumando confusão com todo mundo que vê fazendo isso, pois sempre terá.
-Desculpa, prometo me controlar da próxima vez.
-Isso será bom para você, por que o namorado dela e do mesmo jeito, daqui a pouco vai arrumar confusão com você.
-É verdade.

A roda que havia formado se desfez, ali Lisa e companhia percebeu que eu seria uma pedra em seu caminho.
Então o intervalo acabou e fomos para a sala de aula, eu ainda estava com a adrenalina da discussão, mais não toquei mais no assunto. Eu fiquei pensando comigo, como pude ficar atraído por aquela garota arrogante e metida, apesar que aparentemente ela não parecia ser assim.
Assistimos as aulas finais e gostei muito dos professores do primeiro dia.
Eram muito diferentes dos meus professores do antigo colégio, elas eram mais tranquilas, serenas, e explicava tudo da melhor forma.
Na saída do colégio Patrick e eu saímos juntos, estávamos parecendo amigos de infância. Quando colocamos os pés para fora do colégio lá estava Guto e seus amigos, eles nos cercaram e com um empurrão me perguntou o que eu queria com a namorada dele. –Eu não quero nada com aquela garota antipática.
-Olha como você fala com minha namorada, está querendo levar uma surra no primeiro dia de aula, seu abusado.
-Vocês aqui nesse colégio têm a mania de achar que são donos de tudo, que são melhores que os outros, não tenho medo de você e nem da filha do dono do colégio.
-Pois deveria ter, o garotão aí e novo, com o tempo vai ver quem dita as regras aqui dentro.
-Então irei esperar para ver, agora se não importa tenho que ir para casa, não é o meu hobbie ficar discutindo em porta de escola.
Guto percebeu naquele momento que eu lhe daria trabalho, não era igual aqueles amigos comprados que ele tinha ao seu lado, muito pelo ao contrário, tinha minha própria opinião e ninguém fazia minha cabeça em relação a nada.
Saíamos andando eu e Patrick, Guto ficou furioso, pois está acostumado a ver as pessoas abaixarem a cabeça para ele, mais comigo seria diferente, eu havia prometido a mim mesmo que não deixaria ninguém mais me humilhar. Patrick e eu fomos conversando, ele me contou um pouco da vida dele e eu da minha.
-Eu sempre fui uma pessoa divertida, brincalhona, sempre me dei bem com todo mundo.
-Deve chover de garotas em cima ne, por que você e um garoto boa pinta. Disse eu brincando.
-Pior que e mesmo viu, mais até hoje não encontrei a pessoa certa.
-Entendi, enquanto isso você se diverte com as erradas. Disse com gargalhadas
-Não é bem assim, eu sou um cara para casar. Risos
-Eu já era completamente diferente de você, nunca tive muitos amigos, sempre eu era o motivo de piada, não tinha nem motivação para ir ao colégio.
-Nossa, isso é sério cara? Mais você não parece ser daquelas pessoas que levam desaforo para casa.
-Por isso mesmo, hoje em dia eu mudei muito, pelos fatos ocorridos na minha infância. É por esse motivo que eu também defendi aquela garota, eu revi tudo o que fizeram comigo, e eu havia prometi a mim mesmo que não deixaria ninguém mais me humilhar, e nem humilhar as pessoas.
-Realmente estou muito surpreso com o que está me contando.
-Foi muito complicado para mim, viver esse tempo todo sofrendo com isso, por muito tempo escondi da minha mãe, até em um certo dia que tentei tirar minha própria vida.
-O que você está me dizendo? Não posso acreditar que você chegou a esse ponto.
-Mais acredite, eu havia chegado no meu limite, não suportava tanta humilhação diariamente, as vezes eu era até agredido fisicamente, isso vou carregar para o resto dos meus dias, pois é uma ferida que nunca se fecha.
Sinceramente, não sei nem o que lhe dizer, mais ainda bem que agora você mudou, as vezes as melhores coisas que temos que fazer é virar as costas e sair andando, sem querer revidar, muitas vezes o desprezo é a melhor resposta.
-Eu sei, eu sempre desprezei, eu era muito tímido e medroso, então ficava acuado como um animal indefeso.
-Então foi por isso que mudou de colégio?
-Sim, esse foi um dos motivos, mais também foi por causa de algumas amizades que eu fiz lá. Entrei para o grupinho das brincadeiras e acabei sendo reprovado, eu estava adorando em ser notado, coisa que nunca tinha acontecido antes, então me empolguei.
-Eu te entendo, mas vamos mudar de assunto, esse está muito depressivo. Disse Patrick aos risos.
-Já estou chegando em casa, quer entrar e conhecer minha mãe?
-Claro que sim, será um prazer conhece-la.
-Só não repara na casa, pois somos pessoas humildes, não temos nada chique e nem luxuoso.
-Que isso Ben desse jeito você me ofende, não sou o tipo de pessoa que fica reparando e isso nem me importa.
Então entramos em casa e eu apresentei minha mãe a Patrick, ela de cara ficou surpresa, por já no primeiro dia eu já ter feito amizade no colégio.
-Mãe esse é o Patrick, somos da mesma sala.
-Muito prazer Patrick, como você é bonito.
-O prazer é todo meu, e obrigado pelo elogio.

Para sempre nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora