Capítulo 8.2

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De repente ouço o Guto correndo gritando por ajuda, eu e Patrick, vamos até lá para ver o que estava acontecendo, então eufórico e cansado de tanto correr, ele diz aos professores que Lisa está passando mal, e qual desmaiou em seus braços.

-Eu não sei o que aconteceu professor, estávamos conversando e do nada ela foi perdendo as forças, foi sentando de vagar no chão, ela está sem forças para andar, não sei o que fazer, vocês precisam me ajudar.
-Conversando Guto? Você estava quase agredindo a garota, eu estava vendo tudo de longe. Eu disse com um tom de desconfiança.
-Cala boca moleque, porque até o momento não me dirige a palavra a você.
-Parem de discutir e vamos ver como a Lisa está. Disse o professor Sandro.

Fomos todos correndo até onde Lisa estava, quando chegamos lá, assustamos pois ela estava pálida e sem força para andar.

-Lisa, o que você está sentindo? Perguntou o professor
-Estou com aquele cansaço que estava mais cedo, acho que a comida não me fez muito bem. Disse ela com a voz fraca.
-Precisamos te levar ao médico, isso não está normal. Disse o professor Sandro.
-Hospital não professor, eu vou ficar bem, deve ser esse calor insuportável. Disse ela com medo.
-Lisa, você precisar ser medicada, é a segunda vez hoje. Eu disse a ela.
-Quando chegar em Florença eu prometo que vou, mais aqui eu não quero.
-Vou ligar para os seus pais, irei fazer o que eles acharem melhor.
-Não quero que ligue, minha mãe nem se importa comigo, não irá resolver nada.
-Não fale assim Lisa, sua mãe te ama, faz tudo por você, não seja injusta.
-As vezes professor, o que ela me da não seja o que eu preciso, não me refiro a bens materiais.
Nesse momento eu percebi que a Lisa, nutre uma pequena mágoa de sua mãe, deve ser um dos motivos de tanta rebeldia.
-Desculpe Lisa, mais é minha obrigação avisar o que está acontecendo, e nós vamos para o hospital sim.
-Mas... ela e interrompe
-Mas nada Lisa, eu vou te levar, e depois ligo para o seu pai avisando o que está acontecendo.
-Eu posso ir junto professor? Perguntei a ele
-Claro que pode Ben, me ajuda a levanta-la
-Gente, chega pelo amor de Deus, eu só me senti um pouco tonta, não é nada demais, deve ser por causa desse calor insuportável, não estou acostumada com esse calor de rachar coco, parem de frescura. Disse Lisa com um tom mais exaltado.
-Não custa nada ir Lisa, eu te acompanho. Eu sugeri á ela.
-Que vai acompanhar o que garoto, esqueceu que o namorado dela aqui sou eu, cai na real e se manda daqui. Disse Guto nervoso.
-Cara, será que você não consegue agir como gente normal, deixa de ser criança e para de ficar dando pití, por que essa ceninha sua, está ridícula.

Todos começaram a rir de Guto, então ele partiu para cima de mim e me empurrou com muita força, me desiquilibrei e torci o pé, estava doendo muito.

-Você é louco seu idiota, eu torci o meu pé, e está doendo muito. Eu disse ainda deitado no chão agonizando de dor.
-Não estou te entendendo Guto, será que tem merda nessa sua cabeça, olha só o que fez com o Ben. Disse o professor exaltado.
-Preciso que me levem ao médico, acho que quebrei o pé.
-Claro que vamos. Guto se prepara pois levará uma advertência. Disse o professor
-Lisa, será que poderia me acompanhar? -Eu? Mas porque eu, tem tanta gente.
-Gosto da sua companhia, por favor. Na verdade, eu apenas queria que ela fosse pois seria um jeito dela consultar também.
-Benjamin, eu odeio hospital, não estou ido nem para ser consultada.
-Então, aproveita e vem comigo ai você já consulta.
-Está certo, só vou por que está assim por minha causa.
-Você está maluca, vai acompanhar esse moleque mesmo. Perguntou Guto irritado.
-Mas é claro que vou, e por favor, não fale mais nada por enquanto, já fez merda demais por hoje.

Então seguimos para o melhor hospital da cidade, chegando lá o professor já foi conversando com a atendente.
-Oi boa tarde, eu precisava de um médico para atender meus dois alunos.
A lisa está se sentindo mal desde ontem, e o Guto acho que quebrou o pé.
-Senhor, se você não sabe, aqui é um hospital particular.
-Mas é claro que sei, nunca entro em lugares que não conheço.
-Então deve saber que a consulta não é nada barata. Disse ela olhando para a Lisa dos pés a cabeça.
-Senhora, não estou entendendo a onde quer chegar.
-Mas eu sei professor, essa coisa ai deve achar que não temos condições de pagar.
-Exatamente. Respondeu a atendente sem negar.
-E o que lhe dá o direito de achar isso? -Pelo conjunto da obra.
-Isso é pelo motivo de ser negra? Acha que nenhum negro possa ter grana é isso mesmo o Mortícia? Ela se referia a um personagem do filme A família adans, sim e se parecia muito, eu não contive o riso.
-Mas respeito Lisa. Disse o professor
-E por acaso ela está tendo algum respeito comigo, alias com a gente, ela está nos jugando sem nos conhecer.
-Me desculpe se me interpretaram mal, não quis dizer isso.
-Agora eu quero fazer o exame e faço questão de pagar o dobro, para essa asinha ai aprender a julgar quem não conhece, racista preconceituosa, não deveria trabalhar atendendo as pessoas. Disse Lisa revoltada
-Eu já disse, você me interpretou mal, não foi isso que quis dizer, não sou racista, a minha melhor amiga é negra. Disse ela assustada, pois lisa estava falando muito alto.
-Isso é a coisa mais racista que poderia ter dito. Não quero mas assunto com você, por favor professor providencia minha consulta. Disse Lisa decidida.


Então o professor arrumou tudo o que precisava, e fez questão de pagar tudo em dinheiro.
Fui o primeiro a ser atendido, pois a dor estava insuportável. Tive uma lesão óssea, tive que mobilizar o pé, que ótimo, ter que ficar de repouso nas minhas férias, tudo por culpa daquele marginal.

Depois de tudo feito, Lisa entra para ser atendida, ela relata o que estava sentindo, e o médico pede alguns exames e entre eles um de sangue. Segundo o médico, a cor dos olhos e da unha dela estavam de outras cores, então tinha quase certeza que seria anemia. 

Para sempre nós doisOnde histórias criam vida. Descubra agora