Cap. 3

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— Acho que nunca senti tanta fome na minha vida — Sirius cochichou para Peter, que fazia dupla consigo na aula de Feitiços. Ele acentiu em concordância. Este, havia perdido 5 posntos para a Grifinória no início da aula, por não ter feito seus deveres. — Vamos, Peter, se anime. Essa não foi a pior situação que o fez perder pontos.

— Aquela monitora da medo. Ela vai voltar a me olhar com aquele olhar mortal de ódio.

— Foda-se. Vocês nem se conhecem.

Petigrew o olhou indignado.

— Estão liberados. Bom almoço à todos. — Ouviram a voz do pequeno Professor Flitwick

Ao arrumarem seus materiais e James vir de encontro aos amigos, anunciou:

— Vou dar uma passadinha na enfermaria para ver Remus. Estou preocupado, ele não falou com ninguém o que aconteceu.

— Depois eu vou, preciso muito comer agora.

— Vou com o Sirius.

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— Ei, amigão, como você está? — James disse abrindo as curtinas e em seguida as fechando. O amigo insistia que permanecessem fechadas.

— Ah, oi, James. Você deveria estar almoçando agora.

James aproximou a cadeira da cama de Remus e se sentou, fuchicando em sua mochila.

— Estou tranquilo. Tome, trouxe um livro para você.

Remus encarou. — Vou sair daqui a algumas horas, não tinha necessidade.  — Ele parecia desconfiado.

— Hum, certo então — James guardou o livro de volta na mochila.

— M-mas eu aceito de bom grado sabe? Não tem muito o que fazer aqui. — James sorriu e o entregou o livro.

Um silêncio se instaurou.

— Acho que já vou então — Anunciou, se levantando — Só queria verificar que estava bem.

Quando fechava a cortina novamente:

— James?

— Sim?

— Obrigado. Acho que vou conversar com vocês depois.

— Não se sinta forçado

— Claro que não. — Ele tentou sorrir. Potter fechou a cortina e seguiu para o grande salão.

Sete meses. Remus conseguiu esconder sua condição por sete meses. Conseguiu manter um grupo de amigos por sete meses. Sempre houveram desculpas para os seus sumissos a cada mês. Porém, esta lua cheia foi mais pesada e ele se machucou realmente feio. Ficou mais tempo que o comum na enfermaria e os amigos acabaram por descobrir sua localização.

Para Remus, agora tudo estava acabado. Não merecia o carinho que vinha recebendo. Queria contar aos amigos, realmente queria, mas sabia que, assim que o fizesse, todos virariam as costas para ele.

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— Como ele está?

— Sai da enfermaria hoje. Disse que vai nos contar o que aconteceu.

— Estou preocupado.

— Eu também.

— Ei gente, posso quebrar o climão aqui rapidinho? — Sirius o olhou para Peter irritado — Desculpe, desculpe. Mas é um alerta. James, Lily está vindo para cá.

Ele travou no lugar.

— Oi, gente. Só queria saber quando Remus volta do enterro da tia. — Sirius a olhou e enrugou a testa.Tinha esquecido desse detalhe na história.

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Mais tarde, quando as aulas já haviam acabado, Sirius voltava para o dormitório. Quando abriu a porta encontrou um cabisbaixo Remus Lupin.

— Ei! Você voltou. Está melhor?

— Pode chamar os outros?

— H-hum, ok... Já volto. — Largou sua mochila lentamente ao lado de sua cama e saiu em busca dos amigos. Estavam no salão comunal. — Capitão chama. — Disse para eles. Se Remus estivesse ali, reviraria os olhos.

Ao voltarem para o paradeiro inicial, Remus se levantou. Parecia haver um índice pequeno de coragem e tudo que queria fazer era soltar a bomba de uma vez. Mas então, olhou para os amigos. Realmente os viu. E o medo da rejeição voltou. Se sentou novamente, fechou os olhos e respirou fundo. Quando ouviu a porta se fechando:

— Sou um lobisomem.

Silêncio. Isso o matava, mas ele se negava a abrir os olhos.

Estava a beira das lágrimas quando sentiu uma mão em seu ombro. Lentamente abriu os olhos. Era Sirius. Ele sorria e o puxava para se levantar 

— Não admito que você tenha uma história de vida mais sinistra e emocionante que a minha. — E então, o abraçou. E Remus estranhou porque nunca tinha abraçodo nenhum deles. E estranho porque eles deviam estar olhando-o com nojo e correndo dele, provavelmente. Ele havia travado. Mas o amigo não o largou. Remus se permitiu então, sentir um pouco de todo aquele conforto e correspondeu ao abraço.

Quando se soltaram, Remus possuía lagrimas pelo rosto, as quais o outro o ajudou a limpar. Quando olhou para James, ele sorria e fez-lhe um aceno de cabeça e Peter fuchicava em seus jogos. Não olhava para Remus, e isso o preocupou. Tirou da cabeceira seu tabuleiro de Snap Explosivo.

— Que tal um jogo, hun? Não estou muito afim de perder no Xadrez hoje. — Peter disse, lentamente erguendo o olhar para Lupin. E pela primeira vez em dias, Remus sorriu. Parece que havia encontrado uma verdadeira família, no final das contas.



Um dia, seremos um casal de velhos. - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora