Cap. 12

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Sirius corria pelo campo durante o treino de quadribol em uma manhã de sábado. Fazia parte da preparação do time para a véspera de um jogo importante. O da vez era o jogo de abertura do ano, que seria contra a corvinal.

Desde que ocupara seu cargo como batedor de time, obtivera um grande destaque entre os demais.

Era, na verdade, o esporte dos sonhos de James, seu melhor amigo. Entretanto, Black encontrara no campo um meio de escape de seus pensamentos.

O garoto suava, mesmo que uma brisa de começou de outono bagunçasse seus cabelos. Sua respiração começara a falhar minuros atrás, mas ele ignorara.

Resolvera fazer uma pausa para beber água, contudo, quando diminua o passo, Marlene Mckinnon o ultrapassava:

— À sua esquerda.— Gritara para o garoto, rindo. Sua camisa estava molhada pelo esforço.

Sirius resmungara e tentara recuperar o ritmo, mas sentira suas pernas tremerem então apenas desistira e se jogara no gramado, com as pernas esicadas.

Adorava a sensação de cabeça vazia após o esforço.

— Muito bem pessoal, estão evoluindo. Estão liberados por hoje. Façam o favor de tomarem um banho antes do almoço. — O capitão do time, agora em seu último ano, anunciava aos colegas, enquanto corria até sua própria garrafa de água. — Alguém guarde todo o equipamento, por favor, preciso ir. — Pediu, no momento em que pegava sua bolsa e seguia para o castelo.

James ansiava por suceder como capitão no próximo ano, assim como Mckinnon, então os dois acabaram entrando em uma espécie de competição pessoal.

James olhou para Marlene e saiu correndo para fazer o que foi pedido, mas a garota não se mecheu.

— Sabe, às vezes ele não pensa. Downey nem está aqui para conferir. Ele faz o trabalho pesado sem nenhuma necessidade. — Marlene sentou ao seu lado, com os braços ao redor dos joelhos enquanto tentava controlar a respiração. — Você está péssimo — Riu com a cara de desgosto de Sirius.

— Estamos em paz? Eu não consigo acreditar que você tenha uma conversa pacífica comigo e não vou ser eu quem vai levantar a bandeira branca primeiro. — Black perguntou, desconfiado.

Marlene sorriu sarcasticamente.

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Sirius saira do banho e pôde sentir o antigo calor de seu corpo se esvair. Estava frio. Seus cabelos permaneciam molhados e ele voltara para o dormitório sem camisa. Encontrara apenas James lá.

— Remus foi encontrar a Lily na biblioteca. 

— E você não foi atrás?

— Nah, já já a gente vai almoçar de qualquer jeito. O que você está fazendo?

— Pegando um suéter do Remus, ué. — James ergueu as sombrancelhas. — Estou morto de fome, bora descer? — Sirius perguntou, vestindo o agasalho enquanto se encaminhava para a porta. Potter não se mecheu.

— Six, pare de fugir. — Sirius respirou fundo. — Largue essa macaneta, senta na sua cama e me conta agora o que aconteceu.

— Odeio quando você faz isso — Black resmungou, e seguiu para sua cama com os braços cruzados. Potter o encarou com expectativa.

Sirius parecia estar em outro mundo. O garoto encarava o chão demonstrando não perceber o tempo passar, até que soltara o ar.

— Quando eu era pequeno, papai dizia que eu era seu preferido. Essas férias, eu me senti como um cachorro abandonado. Orion Black mal me olha nos olhos. Ouvi minha mãe conversando com ele várias noites, a maioria quando queimava minha correspondência. Ela me viu uma vez e fingiu naturalidade. Me chamou para a sala e mudou de assunto. Eu nem estava ouvindo para ser sincero. Pelo visto, ela tinha me feito uma pergunta e eu não respondi. Ela puxou meu cabelo e começou a brigar comigo, dizendo que eu não era mais criança e que deveria começar a pensar no rumo da minha vida, como o casamento. — Sirius revirava os olhos com a última lembrança. — Ela falou que eu deveria começar pelo meu cabelo, e então, ela cortou. Foi isso.

O quarto permaneceu silencioso, com apenas o barulho do nervoso estralar de dedos do menino Black se destacando.

— Se quiser eu me caso com você — Sirius gargalhou com a fala de James, que fizera uma cara presunçosa.

— Não agradaria muito meus pais.

— Eu acho que você deveria apenas parar de tentar agradá-los. Eles já deixaram bem claro de são uns filhos da mãe. Pense no que agrada você e não eles. — Sirius dera de ombros.

— Podemos ir almoçar agora? — Em casa, aprendera que deveria sentir vergonha de seus sentimentos. Agora, com quase quatro anos de amizade com os marotos, começava a entender que ele não era o problema.

Um dia, seremos um casal de velhos. - WolfstarOnde histórias criam vida. Descubra agora