NÁDIA WOS
— Menina Nádia – ouço Clara me gritar, me levanto da mesa da sacada e vou até a porta do meu quarto. Encontro Clara visivelmente ofegante, que ao me ver, para de correr e sorri.
— Aconteceu algo, Clara?
— Oh, não minha menina – passa mão em meu rosto – A senhorita tem vista.
— Wow, sério? – torço a boca. Eu queria tanto ficar o dia todo escrevendo poemas, mesmo que eles não fiquem tão bons, eu me dei esse dia de folga. – E de quem devo a honra?
— Veja com os seus próprios olhos! – os olhos de Clara brilham e tem um sorriso brilhante no rosto. Clara é uma senhora de idade, com grisalhos pela idade.
Fecho a porta do quarto e desço as escadas com cuidado, chegando no segundo andar e vou até a sala de visitas. Antes de chegar ao cômodo, vejo algumas empregadas atrás das cortinas e paredes olhando disfarçadamente para a sala de visitas. Quem será tão importante, para deixá-las assim?
Fico surpresa, ao encontrar Martim sentado de forma relaxada no sofá da minha casa. Martim Hérnandez, está sentado no sofá da minha casa. Devo admitir que ele é o mais lindo dessa família, tendo a fama de Apolo, por tamanha beleza e sensualidade que exala.
Ele está curvado no sofá, apoiando os cotovelos nos joelhos e com as mãos entrelaçadas. Alguns fios negros do seu cabelo está sob sua face, que não passa despercebido por mim seus incríveis olhos azuis, idênticos aos da sua família. Como alguém pode ser tão belo? Ele exala beleza por onde passa. Já ouvi falarem que ele faz simpatia para ser tão bonito.
— Buen día – o comprimento, assim que passo pelas portas duplas. Os olhos azuis focam rapidamente em mim, e por um segundo, quero voltar correndo de onde vim.
— Nádia.. – ele se levanta, vindo até mim e tocando em minha cintura com delicadeza. Sinto seus lábios em minha testa e logo na minha bochecha. – Como está?
— Estou bem, e você?
— Lindo como sempre – abre um belo sorriso, que faz meu estômago vibrar. A fama que Martim tem, de conquistar todos com esse sorriso é verdadeira. Muitas moças tem seus pobres corações perdidos, após se apaixonarem por ele.
— O que devo sua visita? – me afasto dele, para minha própria sanidade. Aponto para o sofá e nós sentamos.
— Vim convidá-la para tomar um sorvete, o que me diz? – ele sorri novamente, talvez tentando me ganhar dessa maneira.
Estou levemente surpresa com esse pedido. Porque ele teria interesse em me levar pra sair? Mesmo que seja algo simples, como tomar um sorvete. Estou noiva do irmão dele e isso talvez, não seria mal visto pelas pessoas? Droga! Como é ruim você não poder fazer algo, sem ter medo que tenha consequências. Coisas banais, como tomar um sorvete em algum lugar aconchegante e conversar besteiras, sem medo.
— Não sei se devo..
— Vamos, princesa, é só um passeio. – da de ombros, ainda com o sorriso nos lábios.
— Seu irmão sabe disso? Não me leve à mal, Martim. Eu gostaria sim de ir tomar um sorvete com você, mas veja o meu lado, eu estou noiva do seu irmão e poderia rolar rumores indesejados se nós vissem.
— E quem liga para rumores? Você será uma Hérnandez, Nádia. – endireita a postura – Pare de se importar com o que os outros irão pensar. Não importa o que você diga, faça ou mostre, eles sempre viram como abrutes pra cima de você.
De um lado, ele tem razão. Já vi milhares de vezes à primeira-dama colocando essas pessoas fofoqueiras e maldosas em seu devido lugar. Mas ainda vivo com meu pai, e se ele ficar sabendo de algo que não o agrade, eu ou Miguel poderemos sofrer as consequências.
Ainda estou pensando o que farei quando casar. Não posso simplesmente deixar Miguel nas mãos desse monstro. Sempre enfrentamos tudo juntos, e não será agora que o abandonarei. Vou conversar com o chefe e meu noivo futuramente sobre alguns ocorridos. Espero que eles me ajudem a tirar Miguel das garras do meu pai.
— Tudo bem.. mas terei que levar Miguel conosco.
— Perfecto! – ele se levanta sorridente e põe mas mãos na cintura olhando para os lados – E onde está meu pequeno aprendiz?
Que Dios me ajude.
[...]
É uma grande surpresa ver o parque vazio nesse horário. Nem são meio-dia ainda, e não há ninguém além de nós e algumas crianças brincando. Fiquei realmente surpresa com o convite de trazer-me para um passeio. No fundo, me sinto uma péssima pessoa por estar saindo com o irmão do meu noivo, mas por outro lado, trouxe meu irmão para aproveitar também.
— Realmente precisamos deles todo momento? – pergunto, me referindo aos quatros seguranças a paisana, que estão em torno de nós. Para ser mais específica, há dois na nossa frente quase uns quinhentos metros e dois atrás uns trezentos metros.
— Infelizmente sim. Minha cabeça está à prêmio, não posso mais em dar ao luxo de anda por aí desprotegido. – da de ombros, encarando o horizonte usando seu óculos. Martim está usando uma blusa social preta com os primeiros botões abertos, e a manga até o cotovelo. Uma calça preta social, que abraça suas coxas grossas, chamam à atenção de todas que passam.
— Você não é treinado para esse tipo de coisa? Como, tentarem te matar há qualquer momento da sua vida? – não contenho à pergunta.
— Querem te matar, Martim? – Miguel pergunta, e me sinto uma idiota por ter tido na sua frente. Fecho meus olhos, quando Martim para de andar e se abaixa para ficar na altura do meu irmãozinho.
— O mundo é cruel, Miguel. Mesmo você sendo uma pessoa boa e honesta, ainda há aqueles que querem te ver mal. – toca nos cabelos escuros do meu irmão – E sim, tem pessoas querendo me matar. Sou uma pessoa importante, que tem muito dinheiro e isso atrai invejosos e interesseiros de todos os lados. Entende?
— Então.. quando eu ficar grande e rico, também tentaram me matar? – arquea uma sobrancelha, e Martim gargalha atraindo minha atenção.
— Oh! Espero que não, mas com certeza terão pessoas ruins que irão querer o que é seu. Estarei lá para lhe ajudar, não se preocupe.
— Obrigado, tio Martim. – meu irmão sorri, e Martim fica ereto novamente e voltamos a andar. Olho disfarçadamente para o meu cunhado e sussuro um obrigado
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Linda Tentação - Os Hérnandez 01
RomanceVol.1 de Os Hérnandez - Série da Máfia. Adrian, depois de um acidente sua vida mudou radicalmente, fazendo ele enxergar a vida de outro modo. Depois de anos escutando que deveria se casar, esse dia chegou, mas não por escolha própria. Nádia Wos, um...