Capítulo 4

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ADRIAN HÉRNANDEZ

Meus olhos estão focados nas pequenas letras que aparecem na tela do computador à minha frente. Infelizmente estou lendo a mesma coisa a uns vinte minutos, por que minha mente está longe e não conseguindo entender as malditas letras.

— Droga! – grito, jogando os papéis para o chão, fazendo outras coisas que estavam na mesa cair na mesma intensidade.

Minha respiração tá ofegante, o pé que perdi os movimentos está doendo e me amaldiçoou por isso. Deixo meu corpo cair mais na cadeira, que curva para trás deixando-me mais confortável. Encaro a paisagem de Barcelona pela parede de vidro, que tem em meu escritório.

Sempre gostei do país que eu nasci e cresci, mas após meu terrível incidente, a minha grande vontade é de explodir tudo e mandar os ares. Principalmente agora, que terei que me casar por puro capricho do conselho.

O telefone toca e eu tento ignorar, mas esse som irritante penetrando meus ouvidos não me deixam em paz. Maldição!

— O que foi? – atendo, assim que percebo que é a minha secretária.

— Senhor. O seu primo, senhor Iago está na sala de espera. – informa – Posso permitir a sua entrada?

— Pode sim. – desligo e volto a encarar a paisagem. Não ligo que Iago veja a bagunça que está esse lugar, assim ele pode perceber o quanto insatisfeito eu estou com esse maldito enlace.

A porta é aberta, passos decididos e firmes são feitos até onde minha mesa se encontra. Ele se senta em uma das cadeiras e respira fundo. Certamente, ele já percebeu que eu tive mais uma crise de raiva por aqui.

— Vai acabar destruindo todo seu escritório, se continuar assim.

— Talvez esse seja meu desejo – rodo a cadeira, fazendo ele encarar meu rosto – Algum problema?

— Todos, Adrian. – Iago se endireita na cadeira, arrumando seu terno impecável na cor preta. Ele é o homem mais respeitado da Espanha, é normal que anda como um rei por aí. – Você não procura sua noiva, nem para saber como andam as coisas sobre o casamento. Sei que esse enlace não é do seu agrado, mas é preciso.

— Preciso somente para vocês – estico meu braço, o abrindo ilustrando como se tivesse mais pessoas aqui – Pra mim isso não será vantajoso em nada.

— Eu entendo. Pense na máfia, na nossa organização e quanto lutamos pra ela se continuar firme. – Iago se levanta, caminhando com superioridade até o bar que tenho no meu escritório, e colocando uísque para nós dois – Não quero que Asier tenha que escolher um subchefe e um conselheiro. Meu desejo é que somente os Hérnandez permaneçam na liderança da máfia espanhola.

— Temos o Martim e o Isaac – rebato, brincando com a bolinha antiestresse.

— Isaac terá que ir atrás do seu próprio herdeiro, mesmo com Sara, ele não quer que outro entre em seu lugar. – Iago volta com duas doses de uísque, me entregando um e logo voltando a se sentar. – Martim ainda tem a cabeça fraca para casamento e filhos, quero esperar mais um pouco até firmar um casamento pra ele.

— Então só sobra eu – abro um sorriso sarcástico – O infermo que, não tem mais o movimento de um dos pés e usa bengala. Você acha isso certo de se fazer com a menina? Casá-la com um homem como eu?

— Não enxerge isso como uma segunda opção, ou como única saída. Você é um homem incrível, e tenho certeza que à fará feliz. – ele toma seu uísque em uma golada só e volta a me encarar firme – Não fique colocando sua nova condição como barreira para a felicidade. Você merece formar uma família e ser feliz.

— Não ache que porque você ama Giordana e ela te ama, que isso vai acontecer com todos. Você e Isaac tem sorte de terem se casado com mulheres que amam e formaram famílias lindas.

— Você também é merecedor dessa felicidade

O interrompo, já cansado dessa conversa.

— Não. Eu não sou merecedor desse insignificante sentimento! – irritado, me ponho de pé apoiando uma mão na mesa para não cair e aponto com a outra para a porta – Se me der licença, preciso trabalhar.

— Não seja cabeça dura. – Iago se levanta, ajeitando seu terno e caminha até a porta, mas antes ele se vira pra mim e diz; – Giordana está organizando um jantar hoje, sua noiva e você estão convidados. Espero que não falte.

— Não irei – abro um sorriso debochado e vejo meu primo sorrir abertamente, e logo sair pela porta e sumir da minha visão.

Me jogo novamente na cadeira. Rodando ela e permanecendo de olhos fechados, assim posso organizar meus pensamentos, que no momento estão mais embaralhados que uma sopa de letrinhas.

Não posso mais fugir. Faz um mês e meio que estou noivo da senhorita Wos, os tabloides ficaram sabendo da união à poucos dias. Preciso continuar o teatro que nossa acessória começou, não posso colocar tudo à perder por egoísmo meu, mesmo que eu saiba que não deveria prendê-la à mim.

Droga! Mil vezes, droga.

— Denise? – digo, a minha secretária ao atender.

Sim, senhor. Como posso ajudá-lo?

— Mande um estilista vir, irei fazer uma compra.

Algo à mais?

— Ah, sim! Peça para o gerente da tiffany vir também. – sorrio, ao pensar como a Wos irá reagir ao receber meus presentes. – Preciso que eles venham antes do entardecer.

Sim, senhor. estou providenciando.

— Obrigado! – coloco o telefone na conexão, o que faz a ligação cair.

— Obrigado! – coloco o telefone na conexão, o que faz a ligação cair

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— Boa tarde, senhor Hérnandez. Sou o gerente da Tiffany. – o homem de meia idade, se apresenta de forma formal e educada. Ele usa um terno impecável na cor branca e seus cabelos grisalhos estão penteados para trás.

— Adrian Hérnandez. Sente-se – aponto para a cadeira ao meu lado, resolvi atendê-lo na sala de reuniões, onde é mais espaçoso e privado.

— O que procura, senhor Hérnandez?

— Um colar. Quero algo único, que marque presença mais não seja exagerado nem brega. – o sorriso do senhor triplica de tamanho.

— Tenho algo perfeito para o senhor. – ele abre a enorme maleta turquesa e ali tem várias joias, de imensas variedades. Ele retira uma em especifica, logo abrindo e relevando uma joia linda de esmeralda – É do seu agrado?

— Com certeza!

— Com certeza!

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Linda Tentação - Os Hérnandez 01Onde histórias criam vida. Descubra agora