Capítulo 23

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ADRIAN HÉRNANDEZ

Porra, certamente eu levei uma martelada na minha cabeça. Mesmo que eu não tenha aberto ainda os olhos, posso sentir tudo ao meu redor girando rapidamente. Preciso nem dizer como minha cabeça dói, meus músculos estão rígidos e meus ouvidos estão atentos à tudo.

Tento mover meus braços, e sinto que algo está penetrando a carne deles. Com muita dificuldade, abro os olhos e logo os fecho por conta da claridade. Novamente tento abrir os olhos, e dessa vez não sou pego desprevenido pela claridade. O cheiro do hospital me faz suspirar cansado, quando consigo ver o quarto onde estou.

Mierda! – esbranjo irritadiço, quando tento me levantar e sinto uma dor absurda em meu pé machucado.

Ouço a porta se abrir e o cheiro familiar invade minhas narinas, resultando em um sorriso nos meus lábios e meus olhos focados nos passos lentos de Nádia. Ela está com uma feição abatida e cansada, certamente não dormiu muito bem nos últimos dias. Ela não diz nada, mas quando se aproxima, os olhos se enchem de lágrimas e ela se agarra ao meu tronco.

Não tenho uma alguma reação. Da forma que ela se agarra em mim, é como se eu fosse sua única salvação. Os fios claros estão espalhados por meu abdômen coberto pela camisola do hospital e a coberta. Toco levemente em seu cabelo e começo a acariciá-lo com calma, até que um suspiro me faz ficar em alerta.

— Está tudo bem.. fique calma! – tento acalmá-la, mas Nádia ergue a cabeça e me olha desconfiada.

— Tudo bem? Você se machucou! Você prometeu que voltaria em segurança, e não cumpriu essa prometa. – volta a chorar – Você não tem noção do medo que senti de perdê-lo.

— Porque sentiria medo de me perder, Nádia? Não tenho nada para te oferecer, somente desgosto e uma vida miserável ao meu lado. – sorrio com desgosto – Você merece muito mais. E enquanto eu estava lá percebi que estou sendo egoísta, em prendê-la a mim.

— O que você quer dizer com isso, Adrian? – pergunta assustada e se afasta mais um pouco.

— Eu sou e sempre serei egoísta, Nádia. Não estou disposto a deixá-la por nada nesse mundo, mas eu quero saber se você me aceita da forma que eu sou! – abro meus braços – Esse sou eu, um homem ferido emocionalmente e fisicamente instável. Eu tenho surtos de raiva, posso ter alguns defeitos e sou um verdadeiro demônio. Entendo se você quiser pedir a anulação do noivado, se essa for sua vontade.

— Não! O que eu mais quero é permanecer ao seu lado. Você me mostrou o que é amar alguém, e mesmo que não perceba, eu te amo.

— Nádia.. – ela ergue um dedo, me pedindo para ficar calado.

— Você me ama? – sua pergunta tem um efeito direto no meu estômago, me fazendo fechar os olhos.

— Eu sou um assassino, sou cruel, não sei o que é o amor.

Nádia parece analisar minha frase. Ela não se afasta e nem demonstra uma reação triste. Acho mais prudente eu dizer a verdade, do que enganá-la e dizer que à amo, sem saber ao certo o que é o amor. Amar um parente, uma mãe, uma prima ou uma amiga é completamente diferente de amar uma mulher que será sua esposa. Não quero iludi-la, prefiro ser sincero.

— Então lhe ensinarei, e nos amaremos juntos. – toca em meu rosto levemente – Você aceita, Adrian?

 – toca em meu rosto levemente – Você aceita, Adrian?

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Linda Tentação - Os Hérnandez 01Onde histórias criam vida. Descubra agora