Capítulo 12

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ADRIAN HÉRNANDEZ

— Finalmente chegou, pensei que teria que ir buscá-lo. – Iago sorri para Martim, que parece não se importar com a fala do nosso primo e se senta ao meu lado, no escritório de Iago.

— Estava fugindo de uma mujeres – faz uma careta, pega a garrafinha de água. – O que perdi?

— Conseguimos achar a localização de Edward. – Iago consegue a nossa total atenção, fazendo Martim largar a garrafinha – Ele está escondido em um hotel bem próximo daqui, inclusive. Tive informações que ele troca de hotel à cada dois dias, então não temos tanto tempo.

— Sabe-se ele está com algum aliado?

— Ainda não. Com certeza temos alguns informantes entre nós, todo cuidado é pouco. – ele cruza as pernas e deita-se mais na sua cadeira de couro – Quero pôr minhas mãos nele e esfolá-lo vivo, adoraria arrancá-lhes os olhos e enfiar em seu ânus..

— Não acha melhor usá-lo como uma mensagem para Nuestra familia. – proponho – Poderíamos jogá-lo em território mexicano, eles saberiam que estamos ciente do plano deles.

— Não todo o plano. – Iago lembra – Precismaos averiguar isso com cautela. Um passo em falso e estamos muerto.

Somos a maior máfia da Europa, não seremos derrotados com facilidade. – Martim sorri ganancioso, ele ergue sua adaga dourada no ar com o símbolo da águia na ponta – Antes disso, eu arranco-lhes a cabeça fora. Aliás, eu sou um Hérnandez.

— Gostei do discurso, mas temos que decidir o que fazer com o traidor. Pelas leis espanholas, devemos colocá-lo em uma cruz e queimá-lo. – lembro.

— Ou, simplesmente podemos matá-lo e levá-lo para território Mexicano, como você mesmo disse. – Martim da de ombros, enquanto Iago parece analisar todos os métodos. – Ele é apenas um assassino qualquer, não merece nosso esforço.

Estamos em guerra com os mexicanos à quase trinta anos. Após meu tio Fred, o ex chefe da Máfia Espanhola decidir trocar de noiva um dia antes do casamento. Paulina González era a sua prometida, mas ao ser rejeitada, formou-se uma irá dentro de seu pai que decretou guerra até acabar com o império espanhol.

— Faremos isso – Iago salta da cadeira de couro, indo até o bar e pondo mais dose em seu copo

— Isso.. o que?

— Mataremos Edward e jogaremos seu nojento e insignificante corpo no centro da Ciudad de México. – Iago sorri animalesco enquanto pega sua adaga favorita no quadro do escritório, ele vem até mim e ergue sua adaga na minha direção – Quero que vá e o mate com minha adaga, assim, eu poderei dormir feliz hoje.

— Matarei ele hoje? – pergunto – Não temos um evento na casa dos Fontes daqui duas horas?

— Vá, eu invento qualquer desculpa para Giordana. – ele volta a encher seu copo – Não demore, sua novia estará lá.

— Como eu poderia esquecer, não é? – abro um sorriso irônico. – Matenha Martim longe dela, até que chegue.

— Caro hermano, não confia em mim? – seus olhos azuis brilham, como uma criança levada que implora por doces à sua mãe

— Não.

[...]

Um lugar luxuoso não posso negar, mas para um fugitivo, ele está muito bem. Estou à vinte minutos sentado nessa maldita proltona a espera do traidor para sua morte. Edward entrou para o banho quando eu cheguei e até agora não saiu.

Impossível ele ter me visto. Não sou conhecido como fantasma atoa, tem um motivo por atrás disso. Por isso ontem foi fácil entrar na casa da minha noiva. Espero que ninguém tenha escutado seu grito ontem, quando me aproximei dela. Realmente foi impossível não querer beijá-la ali mesmo, e tomar seu corpo ao meu.

— Hérnandez? – o péssimo sotaque espanhol desse cara me enoja, me fazendo rolar os olhos e levantar-me. – O que faz aqui. C-como entrou aqui. Quem lhe mandou?

— Olá, Edward. – levanto minha mão e balanço meus dedos em comprimento, com um sorriso debochado – Quanto tempo, não?

— Vá embora! – ele gagueja, visivelmente está conturbado e perturbado pelos próprios demônios. Não estou afim de demorar muito aqui, tenho uma noiva para cuidar. Mierda! Esqueci de avisar Abel que não retornaria cedo para casa.

— Ah, claro. Mas devo te matar antes, sabe como é né? – dou de ombros, e o cara infelizmente começa a correr para fora do quarto. Balanço minha cabeça em decepção – Iniciantes.

Logo ele retorna com dois soldados ao seu lado, segurando em seus braços. Edward se debate e chora pedindo misericórdia. Esse cara me envergonha, como pode ser chamado de assassino, se não arca com as próprias consequências de suas atitudes? Vergonhoso.

— Vamos ao ponto, Guatizles. – me aproximo do mesmo, ajeitando meu terno – O que você faz para os Mexicanos?

— Não sei o que o senhor está falando. – rolo meus olhos impaciente, esse cara não entende que já acabou os jogos? Pego a adaga de Iago, e o homem arregala os olhos. Todos sabem da história dessa adaga em nossa família, matamos nossos inimigos com ela.

— Me diga o que sabe, ou cortarei sua língua e me sentarei ali – aponto para a proltona no quanto do quarto – E esperarei você morrer, agonizando.

— Eu não sei de nada, eu juro.. eles entraram em contato comigo me oferecendo uma grande quantia em dinheiro, somente para informar as rotas de fugas, missões e horários. – começa a chorar – Por favor, não me mate..

¡La familia no acepta traidores! – pronuncio as palavras que fazemos no juramento, e ergo a adaga. Um dos soldados se aproxima com o maçarico esquentando bem a lâmina, no instante seguinte abro um sorriso e penetro a lâmina na testa do traidor.

Os olhos se arregalam rapidamente, o corpo tremem e sangue sai de sua boca. Ele cai no chão já morto. Olho para o meu terno azul marinho, que está sujo de com algumas gotas de sangue. Mierda! Não acredito que sujei meu terno novo, ele acabou de ser lançado.

— Levem para um dos galpões! Martim os encontrará pela madrugada e irão até o México, levar a incomenda deles. – retiro meu terno entregando para um dos soldados. A foto do traidor já foi tirada, puxo a adaga com dificuldade ela sai e posso limpá-la com um lenço. 

Ainda não sei como podem sujar uma adaga tão bela, com sangues tão podres.

¡La familia no acepta traidores!* – A família não aceita traidores. Esse é um lema da Máfia espanhola, que sempre será pronunciado antes de matar algum traidor. No dia da iniciação, o iniciado pronuncia essas palavras e em seguida bebe o próprio sangue.

Linda Tentação - Os Hérnandez 01Onde histórias criam vida. Descubra agora