LAURA
No dia que eu estava empolgada para ir para a faculdade fui obrigada a faltar, sem meus materiais, documentos e com uma gripe fortíssima não tinha nem condições de sair de casa. Tudo o que eu fiz foi ficar enrrolada na coberta enquanto minha irmã fazia um chá de camomila. Alana tinha tirado o dia de folga e disse que queria cuidar de mim. Eu entendia que minha situação não era tão boa, mas tinha certeza que conseguiria cuidar de eu mesma :
- Toma, ta quente, cuidado!- Alana me alertou enquanto me entregava uma xícara de chá.
- Obrigado- me aconcheguei mais ainda no sofá e soprei de vagar o chá.- você não devia ter ficado em casa.
Ela puxou um pedaço do meu cobertor e sentou do meu lado:
- Nem morta eu ia te deixar doente e sozinha em casa, se acontecesse alguma coisa com você a mamãe e papai me matariam.
- Então só fez isso para salvar seu próprio pescoço?- a provoquei.
- Lógico que não né sua chata! Eu realmente fiquei preocupada com você. Mas por favor, me diz que não vamos ficar a manhã inteira apenas olhando uma pra cara da outra.
- Podemos fazer pipoca e assistir um filme.- sugeri
- Ótima ideia! Eu faço a pipoca e você escolhe o filme, de preferência um de romance.
- Você nunca gostou de assistir filmes de romance.
- Depois que conheci o Hugo meus conceitos mudaram.- me olhou sonhadora.
- Passou a acreditar no amor?
- Mais que isso, passei a amar.- ela sorriu tímida e se levantou do sofá - Você também devia mudar seus conceitos
- Não, muito obrigada, no momento não to nem um pouco afim de começar a amar alguém.
- Não calma, não precisa já começar a amar- ela riu talvez achando graça- apenas acredite no amor.
- Como acreditar quando não se tem provas de que ele exista?
- Aff Laura, eu te amo ta!
- Eu também te amo, mas to falando de um amor diferente, entendeu?
- Claro que entendi, um dia você vai encontrar o amor da sua vida.
- Não tão cedo.
Ela riu e foi para a cozinha, eu com muito esforço peguei o controle e comecei a procurar um filme decente, parei no " casa comigo?" Me deitei no sofá e fiquei esperando que ela voltasse. Enquanto isso eu não podia parar de pensar em como seria a minha vida em São Paulo, era tudo novo, novos amigos, nova casa, nova cidade e nova vida... Novas decisões. Eu tinha medo do meu futuro, pensar sobre ele me atormentava, não era simples como pensar no presente, pois o futuro é a consequência do que fazemos hoje.
Minha irmã voltou e se sentou novamente ao meu lado, passou um pote com pipocas para mim e depois falou com a boca cheia apontando para a televisão:
- Eu já assisti esse filme, você não tem noção de como a história é perfeita, a garota quer pedir o noivo dela em casamento e ...
- PARA! Se você contar tudo o que acontece o filme não será mais perfeito.
- Ta bom parei. - falou desanimada- Quem é aquele menino que você estava conversando ontem na loja?
- Ele é da minha sala.- dei de ombros.
- Bonito, mas desastrado.
- Uhum- resmunguei com boca cheia de pipoca.
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Tentando enxergar o amor
Dragoste| EM REVISÃO | A história de dois jovens que por o acaso do destino se encontram. Um pode mudar a vida do outro, mas para isso é preciso que enxerguem o amor que ambos sentem. Lucas e Laura tem que traçar os caminhos certos para crerem que o amor é...