3● Pensamentos confusos

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LAURA

No dia que eu estava empolgada para ir para a faculdade fui obrigada a faltar, sem meus materiais, documentos e com uma gripe fortíssima não tinha nem condições de sair de casa. Tudo o que eu fiz foi ficar enrrolada na coberta enquanto minha irmã fazia um chá de camomila. Alana tinha tirado o dia de folga e disse que queria cuidar de mim. Eu entendia que minha situação não era tão boa, mas tinha certeza que conseguiria cuidar de eu mesma :

- Toma, ta quente, cuidado!- Alana me alertou enquanto me entregava uma xícara de chá.

- Obrigado- me aconcheguei mais ainda no sofá e soprei de vagar o chá.- você não devia ter ficado em casa.

Ela puxou um pedaço do meu cobertor e sentou do meu lado:

- Nem morta eu ia te deixar doente e sozinha em casa, se acontecesse alguma coisa com você a mamãe e papai me matariam.

- Então só fez isso para salvar seu próprio pescoço?- a provoquei.

- Lógico que não né sua chata! Eu realmente fiquei preocupada com você. Mas por favor, me diz que não vamos ficar a manhã inteira apenas olhando uma pra cara da outra.

- Podemos fazer pipoca e assistir um filme.- sugeri

- Ótima ideia! Eu faço a pipoca e você escolhe o filme, de preferência um de romance.

- Você nunca gostou de assistir filmes de romance.

- Depois que conheci o Hugo meus conceitos mudaram.- me olhou  sonhadora.

- Passou a acreditar no amor?

- Mais que isso, passei a amar.- ela sorriu tímida e se levantou do sofá - Você também devia mudar seus conceitos

- Não, muito obrigada, no momento não to nem um pouco afim de começar a amar alguém.

- Não calma, não precisa já começar a amar- ela riu talvez achando graça-  apenas acredite no amor.

- Como acreditar quando não se tem provas de que ele exista?

- Aff Laura, eu te amo ta!

- Eu também te amo, mas to falando de um amor diferente, entendeu?

- Claro que entendi, um dia você vai encontrar o amor da sua vida.

- Não tão cedo.

Ela riu e foi para a cozinha, eu com muito esforço peguei o controle e comecei a procurar um filme decente, parei no " casa comigo?" Me deitei no sofá e fiquei esperando que ela voltasse. Enquanto isso eu não podia parar de pensar em como seria a minha vida em São Paulo, era tudo novo, novos amigos, nova casa, nova cidade e nova vida... Novas decisões. Eu tinha medo do meu futuro, pensar sobre ele me atormentava, não era simples como pensar no presente, pois o futuro é a consequência do que fazemos hoje.

Minha irmã voltou e se sentou novamente ao meu lado, passou um pote com pipocas para mim e depois falou com a boca cheia apontando para a televisão:

- Eu já assisti esse filme, você não tem noção de como a história é perfeita, a garota quer pedir o noivo dela em casamento e ...

- PARA! Se você contar tudo o que acontece o filme não será mais perfeito.

- Ta bom parei. - falou desanimada- Quem é aquele menino que você estava conversando ontem na loja?

- Ele é da minha sala.- dei de ombros.

- Bonito, mas desastrado.

- Uhum- resmunguei com boca cheia de pipoca.

Tentando enxergar o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora