Laura
Ao terminar a aula eu fiquei conversando com Lucas até que a mãe dele chegasse, ele parecia um pouco nervoso com algo que eu não sabia o que era, então numa tentativa de descobrir eu perguntei:
-Você ta bem?
-To, por que?
-Porque você parece meio nervoso.
Ele começou a estralar os dedos meio sem jeito, depois me olhou como se incriminasse por querer saber tanto de algo que ele não estava disposto a falar:
-Só não quero voltar pra casa hoje.
-Podemos ir pra algum lugar.- sugeri
-Não posso.
-Não to entendo, você não quer voltar pra casa, mas também não quer sair comigo?
-Na verdade eu to louco pra fazer qualquer coisa que não seja voltar pra casa, o problema é que não posso.
-Por que não?
-Porque... minha mãe chegou, tenho que ir.
-Ok, tchau.
Acenei e fiquei observando ele ir embora, a sensação de que ele escondia algo não passava, era como se em alguns momentos ele quisesse conversar sobre algo que ninguém mais sabia, porém nunca conseguia contar, eu também não tinha a audácia de perguntar o que ele escondia. Peguei minha mochila e fui pegar um ônibus para voltar pra casa.
Assim que cheguei guardei meu material e fui beber um copo de água, abri as cortinas e deixei que a luz do sol invadisse a sala, depois fiquei admirando a vista, havia tanto para conhecer inda, daqui ha algum tempo talvez eu passasse a conhecer a cidade como a palma da minha mão. Era bom ter esse sentimento de independência, quando eu morava com meus pais não tinha total liberdade como agora, tudo bem que minha irmã as vezes pegava no meu pé, mas não era nada que eu não pudesse suportar.
Ouvi a porta se abrindo e me virei abruptamente, Alana entrou acompanhada de Hugo, eles carregavam vária sacolas, acho que foram fazer compra:
-Já ta em casa?- Lana perguntou
-Por que não estaria?
-Por que ultimamente todo dia depois da faculdade você sai com aquele seu novo amigo.
-Ele tinha coisas pra fazer hoje, então vim pra casa.
-Aposto que não são apenas amigos.- Hugo falou para me provocar.
-Não me lembro de ter te chamado pra conversa.- falei irritada
-Nossa, essa doeu.- Alana riu da cara do namorado.- não me olha assim meu amor, você sabe que ela não leva desaforo pra casa.
-Podia pelo menos ser mais educada.
-Já você podia ser menos intrometido.- falei e eu e minha irmã gargalhamos- desculpa Hugo, juro que não tenho nada contra você, é só que é inevitável te tirar.
-O jeito é eu fingir que sou mudo.
-Vou tentar me controlar, prometo.
-Duvido que consiga.
-Eu também. -Alana falou
Eu não conseguia deixar de ser sínica as vezes, ainda mais quando as pessoas faziam por merecer. Me joguei no sofá e fiquei observando Alana e Hugo guardarem a compra, eles eram tão diferentes em tudo, mas se completavam de uma forma indescritível, era como se um fosse feito para o outro, eu queria um dia sentir que sou o que falta na vida de alguém.
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Tentando enxergar o amor
Romance| EM REVISÃO | A história de dois jovens que por o acaso do destino se encontram. Um pode mudar a vida do outro, mas para isso é preciso que enxerguem o amor que ambos sentem. Lucas e Laura tem que traçar os caminhos certos para crerem que o amor é...