Hora de aceitar a realidade

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Laura

Eu queria ficar naquele box eternamente e tentar discernir tudo o que estava passando, mas vi quando Rafa se sentou em frente da porta e falou que não sairia dali enquanto eu não a convencesse de que estava bem, é claro que eu não a deixaria plantada ali, então mesmo contra a minha vontade abri a porta e tentei me recompor,mas fui surpreendida com um abraço forte dela, prendi minha respiração e a ouvi dizer:

- Não vou insistir que você me conte nada, mas saiba que haja o que houver eu estarei sempre aqui te apoiando ok?

-Obrigada!- falei me sentindo culpada por ignora-la antes - E me desculpe por ser uma amiga horrível.

-Você não é horrivel- falou enquanto me soltava- só é estranha, mas tudo bem.

Sem perceber nos pegamos rindo mesmo sem muito intusiasmo, mas eu passei a me sentir bem,pois sabia que podia contar com a Rafaela,e amizades assim não se encontrava todos nos dias, por isso prometi a mim mesma que tentaria ser merecedora disso tudo:

- Tem algo que eu possa fazer para te ajudar? - perguntou parecendo preocupada

-Pode me ajudar a repassar as matérias, não tenho a mínima ideia de como irei fazer os trabalhos.

-Ótimo, o professor passou tipo muita coisa- ela tagarelava enquanto saíamos daquele banheiro e caminhávamos pela escola- não sei se vamos conseguir revisar tudo hoje,mas de qualquer forma te ajudo a fazer os trabalhos,eles nem são tão difíceis assim, porém se você não notar as pequenas coisas pode dar tudo errado...

Rafaela continuava falando e minhas respostas inevitavelmente sempre eram breves, pegamos o metrô e demorou um pouco para que chegássemos ao meu prédio,nesse tempo colocamos o assunto em dia, falamos sobre os cãezinhos dela e sobre minha família, descobrimos que tínhamos opiniões inversas sobre alienígenas mas por fim quando o assunto estava ficando escasso foi bem na hora am que chegamos ao apartamento,entramos e colocam os nossas coisas sobre a mesa, fui até a geladeira e ofereci água, porém recusou . Não demorou muito para que fossemos surpreendidas por Alana e Hugo que saíram do seu quarto e vinham abraçados até a cozinha sem parecerem notar nossa presença, então apenas pigarreei tentando chamar a atenção dos dois:

-Ah !-Alana falou surpresa- me desculpem não vi vocês duas ai, espera não te conheço - disse apontando para a Rafa.

- Lana Rafa e Rafa Lana.-as apresentei apressadamente enquanto me sentava em frente a Rafaela

- Prazer. -Lana acenou

- Prazer.

-Ah e aquele idiota ali é o namorado dela o, Hugo.

Ele sorriu e depois me olhou perversamente, mas apenas ignorei, logo os dois nos deixaram sozinhas e começamos a tagarelar novamente, era bom saber que eu tinha feito pelo menos uma amiga de verdade, só lamentava não poder contar tudo para ela , jamais contrariaria a vontade do Lucas, mas uma coisa era certa,ele jamais conseguiria esconder a verdade de todos, alguma hora isso se tornaria impossível de omitir.

Lucas

-Como o dia está?

Havia se tornado um hábito perguntar isso para minha mãe, eu sentia necessidade de saber tudo, como se o clima fosse responsável pelo meu humor, e quando a resposta veio senti que realmente as coisas estavam em sintonia:

-Esta nublado- ela responder calmamente enquanto dirigia- e parece que em breve irá choverá.

-Obrigado.

Não ouve reposta ao meu agradecimento, então apenas fiquei quieto sem vontade alguma de começar uma conversa, já bastava o longo diálogo que seria obrigado a ter com minha primeira consulta na psicóloga, o que eu falaria?Não conseguia me abrir nem mesmo com pessoas conhecidas,imagina com alguma que eu jamais veria, isso literalmente estava fora de questão.

Tentando enxergar o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora