NOSSAS CONSIDERAÇÕES

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Para os meus eternos companheiros de aventuras: Nicolas Miranda, Lucas Maicá, Vagner Nardes e Laura Heger. Que com toda originalidade, deram vida a inúmeras histórias e dezenas de personagens que carregarei no peito até o fim. 
Meu maior e mais sincero Obrigada.

CONSIDERAÇÕES DA AUTORA

Quando penso em Louis, o vejo como uma parte significativa de mim. Não pela destacada estatura ou pela forçosa etiqueta que gostamos de esboçar. Sobre tudo pela forma pequenez de perceber o seu entorno, repleto de pessoas com tantas certezas sobre tudo. Pouco quis trazer de qualquer verdade absoluta, pois nelas mesmo nunca acreditei. Desejo provocar questionamentos, compartilhar percepções e quem sabe uma pequena viagem para fora da realidade.
Louis carrega medos e anseios os quais posso compartilhar, defeitos que o torna humano e por isso, a história é sobre ele. Não poderia, mesmo se muito tentasse e muito mais ainda incomodasse meus companheiros para tentar alcançar a narração perfeita que foi a história original criada pelos Mestres do jogo. Muito menos para alcançar as tantas facetas de personalidades que as criaturas que eles montaram possuíam. Mesmo se quiséssemos, impossível. Posso então, apenas homenageá-los e prezo do fundo do coração que consigam sentir uma parte de toda a gratidão que vos tenho.

Escrevi esta história durante o jogo de narração. O Role-playing game que fecharia um ciclo de outras sete histórias antes narradas, cada uma por um de nosso grupo. Como estudantes de teatro e amantes da interpretação, transformamos as jogatinas em estudos livres, onde muito se presava a imersão e fé cénica, desenvolvendo criatividade, improviso e maturidade teatral. Louis foi para mim um desafio a mim mesmo sentenciado. Um escritor e poeta, nas mãos de alguém que sempre tirou poucas notas em Literatura e muito pouco lembra nomes. Ainda assim, eternamente grata por esta experiência. Minha irmã, Lais Faccin, escritora, roteirista, cosplayer e minha grande inspiração, disse-me uma vez "Quer ser uma escritora? Vá ler. " Ela com seu jeito direto e pragmático, não precisou dizer mais nada. Passei a devorar tudo o que era tipo de livros. Antes já possuía apresso pela leitura, muito incentivada pelos meus pais que liam para mim e davam-me livros de presente. Porém com a oportunidade de interpretar Louis, me vi na obrigação de ler ainda mais. Escritores brasileiros, poetas, histórias que amava, mas em sua primeira versão. Li poemas também, queimando a cabeça para entende-los, até que percebi que nem todo poema é sobre alguma coisa. Ele pode ser tão abstrato quanto a descrição física de um sentimento. A poesia é livre e com ela me libertei também.

Ao fim de cada noite de narração, tirava uma ou duas horas para escrever em resumidas linhas o que havia acontecido. Traduzindo minhas anotações feitas às pressas durante as conversas a fim de registrar tudo. Ao fim de mais ou menos seis ou sete sessões, a aventura havia terminado e eu e Louis havíamos 50 páginas de uma história escrita a texto corrido. Deixei um ano se passar, até que o material saísse de minha mente e eu deixasse para trás. Porém parecia tão ofensivo deixar tanto para trás, quanto se havia tanto mais a criar. Desafiei-me. Seria eu capaz de completar uma história? O objetivo de Louis logo se tornou o meu. Viramos companheiros no processo e todos os medos que antes eu encenava em meu escritor agora sentia-vos verdadeiramente. Medo de errar na escrita, a auto critica fora de controle, a insegurança para com temas fora da zona de conforto. Por sorte ele estava aqui para me orientar. Ambos queríamos este livro. Escrevemos pela pura necessidade de Criar. Criamos algo juntos e neste livro há tanto de nós, mesclados pensamentos que se compartilham ou discutem em suas concordâncias.

Ainda assim, nós conseguimos.

Nós conseguimos, Louis.

CONSIDERAÇÕES DO AUTOR

Passou-se um ano desde os acontecimentos deste livro. Outra vez é inverno e outra vez flagro-me pensando no que tirei daquela noite. Não procuro aqui, caro leitor, exprimir a maior história de sua vida, pois ela esta bem diante de ti e você escolhe ignora-la. Pois acredito e compartilho que  "Todos somos os protagonistas de nossas histórias". Ouvi um colega de profissão dizer, mas ser protagonista é difícil. Verdadeiramente difícil. Possuímos escolhas que não queremos fazer, temos que encenar em cenas que não queremos participar, desempenhamos um cenário cujo gênero não nos é permitido escolher. E este muda tão drasticamente que pouco respeita uma boa curva dramática, sem dar tempo de nos prepararmos. Ser o protagonista é difícil, mas todos o somos.

Dito isto, trago-vos aqui minha história. Sem os brilhantismos da narração ou matemática delicada para suceder seus acontecimentos. A história escrita foi como se sucedeu, ou pelo menos, como se sucedeu pelo filtro de meus olhos e capacidades descritivas baseadas em pré conceitos da época. Não procuro também aqui fazer-vos crer no que irei narrar, algumas pessoas negam a poesia que há na vida e depois tentam procura-la depois da morte. Ou nos livros.   Para vós tudo parecerá apenas um conto de horror fantástico. E está tudo bem. Poucos podem nomear os extensos capítulos de formam sua própria vida. Eu, por outro lado, me resumo a apenas uma noite para, em poucas páginas, traduzir o que um mero punhado de horas pode refletir em uma pessoa. Modifica-la ao ponto de rever seus valores e prioridades. Para humanos que vivem tão pouco, basta um dia para tudo mudar. E nas páginas seguintes, convido-os a mudarem comigo. 

O Palácio das VozesOnde histórias criam vida. Descubra agora