Capítulo 20

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Asterope havia acabado de chegar nas terras de Martha Guton quando um mensageiro chegou, carregando uma carta com o selo da Condessa.

Os soldados não haviam preparado nada para montar acampamento, já que seria um ataque furtivo e rápido. Atacariam e voltariam no mesmo dia, não dando brecha para Pinoua revidar. Porém com a chegada do mensageiro, tudo mudou.

- Houve um atentado no palácio. - Asterope disse, ao ler a carta. - Botaram fogo no salão principal e muitas pessoas morreram. A cidade está em estado de alerta.

Alina, Timotthe e os outros generais ali se entreolharam com as notícias. Aquilo complicava o movimento deles. Pinoua estaria atenta agora. Aumentaria os reforços para diminuir o caos. Como iriam atacar assim? Seu plano se baseava no movimento surpresa que fariam. Mas aquele atentado destruía tudo.

Pinoua já deveria ter aumentado a patrulha, esperando que alguém atacasse após o ocorrido. Era uma tática óbvia, afinal, causar o caos e dominar por fim.

Eles não podiam atacar naquela noite. Não mais.

- O que faremos? - perguntou Timotthe.

Asterope suspirou. Aquilo estava complicando tudo.

- Não podemos atacar hoje. - ele respondeu, pensando.

- Isso está óbvio. - Timotthe retrucou. - Mas iremos abandonar a missão e fugir?

- É claro que não. - Alina interferiu, com a testa franzida. - Porém agora precisamos de cautela. Não se exalte antes da hora.

Timotthe se calou, assentindo. Ele sentira-se frustrado ao pensar que não conseguiria realizar o ataque naquele dia, que não conseguiria salvar Aisha. Mais um dia poderia custar sua vida! Porém Alina estava certa, precisavam ter calma naquele momento.

- A situação é delicada, mas Pinoua estar em alerta não interfere no plano. - Alina continuou, olhando para Timotthe. - No plano principal, pelo menos.

- O que quer dizer? - o General perguntou, franzindo a testa.

Asterope tomou a palavra, encarando o amigo.

- Quer dizer que seguiremos com o ataque, mas não poderemos realizar o resgate de Aisha.

Timotthe congelou, conforme as palavras faziam sentido em sua mente. Ele estaria tão perto dela e não poderia salvá-la. Seu peito se contorceu e ele jurava que iria explodir naquele momento. Qual era o sentido daquilo, então? Ele não conseguia mais pensar em nada. Tudo fora em vão...

Naquele momento, Alfarr, o outro general de Asterope, pronunciou-se:

- Na realidade, é possível que consigamos salvar Srta. Castillo hoje.

Asterope o encarou, não se intimidando com as cicatrizes brutais e o rosto expressivo demais.

- E como faríamos isso?

- O plano inicial era causar uma confusão para distrair Pinoua, algo pequeno, mas que chamasse sua atenção. Porém, invés de apenas atacar alguns centros de apoio e matar alguns mercenários, podemos fazer algo bem maior.

Timotthe piscou, surpreso, lentamente, compreendendo o que Alfarr queria.

- Estavámos querendo deixar uma mensagem, então façamos com que ela seja tão alta que todos naquele cidade a ouvirão. - Alfarr completou, abrindo um sorriso sagaz. - Tenho certeza que Pinoua irá pensar que o ataque principal é ali, enquanto eles salvam a Srta. Castillo.

Asterope semicerrou os olhos, pensativo.

- Talvez dê certo. Podemos tentar. - ele se virou para Timotthe. - Porém seu tempo está muito mais reduzido agora. Terá que salvar Aisha rapidamente. Compreende?

Aisha - A Noiva do LordeOnde histórias criam vida. Descubra agora