Após ser capturada protegendo Timotthe e Diana, Aisha está sendo feita prisioneira pela Baronesa Pinoua, enquanto seus amigos estão lutando para que a terrível mulher não domine Asteria para sempre.
Do lado inimigo, Aisha vai ter que lidar com as ve...
Havia sangue demais. Muito sangue. Escorrendo e vazando do corpo de Elliot como se desejasse ver a luz das estrelas do alto.
Thomas congelou no lugar, ao compreender o que via. Ao perceber o que cobria as mãos de Elliot e começava a manchar suas roupas. Tanto que não conseguiu se mover, até o guerreiro desabar no chão.
Elliot arquejou, com os olhos arregalados. Ele sentiu a dor tomar seu corpo rapidamente, mal compreendendo quando Thomas ajoelhou-se na sua frente, desesperado.
- Elliot. - ele chamou, tentando tirar as mãos do guerreiro da frente da ferida. - Elliot!
Ele não respondia, respirando rapidamente em meio a dor. Sua visão se turvava em meio ao sofrimento, mal ouvindo as vozes desesperadas das pessoas a sua volta. Elliot parecia não compreender o que havia acontecido, meio zonzo. Sua única percepção era que algo doía demais.
Thomas tremia, tentando ver a ferida, mas Elliot continuava fechando os braços, como se fosse uma criança escondendo algo que quebrara.
- Damon, me ajude. - Thomas implorou. - Preciso ver a facada.
Damon agachou-se rapidamente, com os olhos igualmente arregalados. Porém, não deixou o desespero tomar conta e agarrou os pulsos de Elliot, forçando-os para trás. Isso fez com que o peso do guerreiro caísse sobre Damon, enquanto ele apoiava as costas de Elliot em seu peito.
Thomas não perdeu tempo, cortando as roupas de Elliot rapidamente, até ter uma visão clara do corte que jorrava sangue. Fora próximo demais do coração, um palmo perigosamente abaixo, mas se houvesse sido fatal, Elliot já teria morrido.
- Srta. James. - chamou Thomas, prestando respeito mesmo em meio ao desespero. - Preciso que pegue minha mochila.
Mina prontamente agiu, retirando a pesada bagagem da costas de Thomas e pegando o que ele pedia. Ela trabalhou em silêncio e rapidamente, mesmo que suas mãos tremessem.
Thomas ainda sentia o desespero em seu corpo, conforme agarrava agulhas, panos e ervas, no intuito de parar o sangue e reduzir o ferimento. Mas mesmo assim, trabalhou sem descanso, sabendo que se ousasse parar, ele desmoronaria.
Damon observava Thomas trabalhar, reparando em como seus olhos de repente haviam mudado, ficando tão concentrados que era quase como não houvesse nada no mundo que retirasse sua atenção. Era surpreendente, se levassem em conta a inexperiência de vida que Thomas possuía.
Era quase como se ele houvesse nascido para aquilo.
Depois do que pareceu muito tempo, Thomas abaixou as mãos.
- Acabou. - ele sussurrou.
Damon olhou para o peito de Elliot e quase soluçou de alívio. O ferimento estava limpo, tratado e não escorria mais sangue. Linhas cruzavam-no, forçando as bordas a se unirem. Só faltava uma bandagem para protegê-lo do frio.
- Precisamos sair daqui. - disse Mina, acenando para seus soldado, que haviam ficado ali em expectativa e para protegê-los. Prontamente, arrumaram uma maca improvisada e transportaram Elliot para o suposto esconderijo.
Durante todo o trajeto, Thomas segurou em seu pulso, desejando sentir a pulsação leve e reconfortante.
Foi a única coisa que impedira-o de colapsar, conforme sussurrava repetidamente:
- Ele está bem. Está tudo bem.
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