Aisha - A Noiva do Lorde

Capítulo 9

Thomas dobrou o corpo pela décima vez, apoiando as mãos nos joelhos.

Seu corpo inteiro pingava de suor e exalava exaustão. Ele, Damon e Elliot estavam andando fazia um dia inteiro. Haviam parado apenas para comer na hora do almoço e pequenos descansos, mas Thomas não estava acostumado com aquele tipo de exercício. Ele passara uma vida toda numa cama e não estava preparado para aquilo.

- Esperem, preciso descansar. - ele respondeu, se jogando num tronco de árvore caído.

Damon, que estava mais a frente, retrucou:

- Precisamos continuar andando. 

Thomas olhou para ele com um olhar cínico e pressentindo uma briga, Elliot disse:

- Vamos dar uma pausa, estou cansado também.

Thomas olhou para o guerreiro e reparou que não havia uma gota de suor em seu rosto, mas agradeceu mentalmente o esforço. Elliot se jogou ao seu lado no tronco e abriu uma garrafa de água, entregando-a para Thomas beber primeiro. Damon voltou andando e se sentou numa pedra em frente aos dois, abrindo sua própria garrafa.

- Temos que montar acampamento. - ele disse. 

- Vamos encontrar uma caverna ou teremos que dormir ao relento. - Elliot respondeu. - Pelo que me lembro, tem uma aqui perto. 

- Conhece essa região? - Thomas perguntou, depois de saciar a sede.

- Conheço quase Asteria inteira. - Elliot respondeu. - Eu já andei por todos esses caminhos tantas vezes que conheço alguns pelo cheiro.

Thomas piscou, surpreso. Ele observou Elliot em silêncio e abriu a boca para falar, porém Damon se levantou e disse:

- Então nos leve logo até essa caverna, precisamos descansar.

Ele já saiu andando, sem rumo nenhum. Abandonando os dois companheiros.

- Ele está apressado. - disse Elliot. 

- Está preocupado com Mina. - Thomas comentou. - Ele não é sempre assim. Damon, na realidade, é muito paciente. Acho que o estresse está pressionando-o. 

Elliot assentiu, sem dizer nada e se levantou. Ele ofereceu uma mão para que Thomas se levantasse e este aceitou, suspirando. Os dois voltaram a caminhar, seguindo Damon. Quando estavam um pouco mais a frente, Thomas perguntou:

- O que você fazia para andar por essas bandas ao ponto de conhecê-las pelo cheiro?

Elliot não respondeu, apenas continuou andando. Ele não queria conversar sobre aquilo naquele momento. Thomas percebeu que não seria respondido, então desviou o olhar. Eles continuaram andando por mais vinte minutos, até Elliot dizer:

- Venham, é por aqui.

Ele entrou no que pareceu ser um monte de galhos de árvore, mas quando Thomas passou pelos ramos, se viu dentro de uma enorme caverna. Ela possuía o que parecia as cinzas de uma antiga fogueira e num canto havia algumas panelas, galhos e mantimentos amontoados. 

- Alguém já usou essa caverna. - Damon disse. - Será que é bom dormirmos num ponto conhecido?

- Ninguém conhece esse lugar além de mim e de meu primo. - Elliot disse.

- Então o que são todas essas coisas? - Damon perguntou.

- São minhas. - Elliot respondeu, olhando o herdeiro. - Todas elas são minhas.

Damon assentiu. Ele não estava sendo chato de propósito, Thomas entendia o estresse que ele sentia e havia pensado a mesma coisa. Usar um local conhecido para dormir não seria vantajoso se a intenção deles era passar despercebidos.