Choices and Consequences - 2Son

Capítulo 6

Boa leitura! <3

Son se aproximou um pouco mais do brasileiro, que ainda estava meio zonzo pela queda. Sua mão direita, que repousava sobre o curativo, segurou o queixo dele, levantando-o levemente em direção à sua boca. 

O coreano olhou novamente nos olhos de Richarlison, inexpressivos, e decidiu antes que perdesse a coragem. Em um momento, Son julgava haver uma distância incomensurável. conjecturava que os átomos que os separavam se expandiam cada vez mais. Mas de repente, ao selar seus lábios supernovas surgiam e os átomos entravam em estado de fusão.

Richarlison estava zonzo, mas não o bastante.

Cada molécula de seu corpo parecia entrar em combustão. Sua pele se arrepiava em cadeia, quase como um "ola" em plateias grandes o suficiente para que as pessoas parecessem meros poros, meras moléculas, meros átomos. E ele sentia o mesmo da parte de seu amigo. 

Son Heung-min estava completamente entregue àquele beijo.

Não;

Son Heung min estava completamente entregue à ele.

O brasileiro não estava acostumado àquilo. Um homem entregue à ele?

Um homem.

Aquela parte ressoou nos ossos de Richarlison como um eco, e de repente caiu a ficha do que ele estava fazendo. Estava beijando. Um homem.

Ele afastou Son com a mão no ombro do outro, lentamente. Suas sobrancelhas estavam franzidas, ele não conseguia entender o que havia acabado de acontecer. Son estava ofegante, assim como ele, e tão corado quanto. De repente seu olhar pesou sobre os olhos puxados adoráveis do coreano, ele levantou, e, tocando o curativo do queixo, passou pela porta.

Perambulando pelos corredores da casa em direção ao seu quarto, Richarlison agradeceu silenciosamente por não ter feito nenhum movimento brusco ou não ter dito nenhuma idiotice.

Ao entrar no seu quarto, fechou a porta e deitou-se na cama, observando a luz que deslizava pela única janela com as cortinas completamente abertas e encontrava o tapete, acariciando seus detalhes persas.

Ele pensava em muita coisa ao mesmo tempo, ou talvez em nada, não saberia dizer.

O rapaz já estava confuso o suficiente por um dia só. O seu melhor amigo... O amava? Ele pôde sentir através do beijo. Não era somente uma paixão. Não. A paixão, alguém havia dito, a paixão é algo que tem picos, fossas e, quase nunca, estabilidade. É um sentimento frágil, baseado na atração dos corpos. É efêmera. 

O amor, porém... Ah, o amor. É algo que poucos têm realmente. O amor é o encontro de duas almas que se completam, dois espíritos que, ao se conhecerem, não conseguem mais conceber um mundo onde o outro não existe. É eterno. Não sofre oscilações ou quedas. É perfeito, mesmo que a pessoa não o seja.

E o que Richarlison havia sentido naquele beijo, fora o toque da alma de Son.

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O brasileiro se deu conta que havia dormido apenas ao acordar. Ele sentou na cama, ainda desorientado, e ligou a tela do celular. Eram cinco e quarenta da tarde. Havia dormido tanto assim? Ao levantar os olhos da tela, viu um papelzinho aos pés da porta, apoiado ali.

O rapaz se levantou e foi em direção ao mesmo, curioso para o que poderia ser. Ele pegou o papel e o desdobrou. 

"Do you need some space? Food is on the microwave." (Você precisa de espaço? A comida está no micro-ondas.)