Através da minha janela - Wenclair

Aproveita a leitura, bruxa

ENID P.O.V.

Estava sentada na cadeira da cozinha, jantando, ou pelo menos era pra estar... Mas algo mais interessante prendeu minha atenção. Sim. Eu tava olhando os stories da Wednesday no instagram, como aquela garota conseguia ser tão perfeita?

Fui tirada de meus pensamentos quando recebi uma mensagem da minha mãe, que por sinal, tava sentada bem na minha frente, do outro lado da mesa.

"Sua sopa vai esfriar" Era o que dizia na mensagem.

Levantei o olhar, tirando os olhos do celular e ela estava me encarando.

- O que? – Perguntei, retirando meus fones de ouvido.

- A sopa. – Ela responde. – Que depois dessa chuva, vai te fazer bem.

Deixei o celular no canto da mesa, e comecei a tomar a sopa, sabia que se não fizesse isso, minha mãe iria ficar me atentando.

- A vizinha parece ser legal. – Ela disse.

- Mamãe... – Respondi.

- Não sei, podia ter convidado ela pra beber alguma coisa. – Ela disse, me olhando.

- A gente se encontrou por acaso, não sei nada sobre essa garota. – Disfarcei, e continuei tomando minha sopa.

- A vizinha? – Perguntou.

- É uma Addams. – Respondi.

- É uma Addams... E...? - Me olhou, tentando entender o que eu tava querendo dizer com aquilo.

- Bom, a gente não tem nada a ver. – Mas é claro que a gente tinha tudo a ver, só que eu não tava afim de falar sobre isso com minha mãe, então disfarcei novamente.

Olhei para ela e ela estava me olhando com um pequeno sorriso no rosto, e gesticulando como se tivesse muda, eu não tava entendendo o porquê daquilo, acho que ela tava ficando doida mesmo.

- O quê? – Perguntei, tentando entender.

- Você fica muito linda quando fica na defensiva. – Ela respondeu.

- Te odeio. – Revirei os olhos.

...

Já era tarde da noite, e eu tava dormindo bem tranquila, quando acordei assustada, novamente, e percebi que tinha alguém no meu quarto. Levantei num pulo e peguei a primeira coisa que achei ali, pra me defender do invasor.

- Sai agora ou eu te arrebento! – Disse gritando, com um livro na mão. Sim, foi a primeira coisa que eu achei.

A pessoa acendeu a luz do meu abajur, e só aí que eu percebi que era a Wednesday dentro do meu quarto. Pera, quê?

- O que tá fazendo?! – Perguntei, abaixando o livro.

- Reconectando o wi-fi, alguém tinha desconectado. – Ela respondeu com aquela tranquilidade, como se fosse algo normal.

- Posso saber por que acha que é a dona da minha conexão de internet?! – Perguntei me aproximando de onde ela tava.

- O que você estava lendo? – Ela ignorou a minha pergunta, e pegou um livro que estava sobre minha cama.

- Posso te denunciar por entrar na minha casa. - Disse enquanto tentava pegar o livro da mão dela.

- Sei disso, mas você não vai me denunciar. – Ela respondeu.

- E como pode ter tanta certeza? – Respondi a encarando.

- Porque normalmente não são as assediadoras que denunciam as vitimas. – Ela disse, encostando-se à minha mesinha. – Hum? É mais comum o contrário, não acha?

- Entrar no meu quarto pela janela também é considerado assédio. – Retruquei.

- É, não é a mesma coisa. – Wednesday se vira para me encarar.

- Por que não?? – Pergunto curiosa.

- Porque você gosta de mim... - Ela disse e se aproximou, o que me fez dar um passo para trás, e também me fez cair sentada na cadeira que estava atrás de mim. – E eu não gosto de você. – Ela completou.

Filha da puta.

Virei-me na cadeira, pro lado oposto de onde ela tava, e abaixei minha cabeça, aquilo foi desnecessário da parte dela. Continuei com a cabeça baixa, e depois de uns segundos, senti quando Wednesday se ajoelhou na frente da cadeira que eu tava sentada, e pegou minhas mãos.

- O que tá fazendo? – Perguntei.

Ela nada falou e se aproximou abruptamente do meu rosto, e depois voltou à posição que estava antes, um pouco mais afastada, mas ainda de joelhos, e suas mãos soltaram as minhas, começando a passar pelas minhas coxas desnudas, já que eu tava só usando um short.

- Confia em mim? – Ela perguntou, e abriu as minhas pernas.

Wednesday passava as mãos pelas minhas coxas, pelo meio delas, por tudo ali, e eu claramente já tava tendo outro gay panic naquele momento.

Porra, duas vezes em menos de 24h?

Ela começou a beijar minhas coxas, e eu sinceramente, já tava pronta pra morrer ali mesmo, de verdade, eu não me importaria. Eu não tava conseguindo controlar meus suspiros, e ela percebeu e começou a beijar e apertar mais ainda, me deixando mais louca do que eu já tava, se é que isso era possível. Inclinei meu corpo e minha cabeça para trás enquanto ela continuava a me beijar e me apertar naquela região.

- Quer que eu continue?! – Wednesday parou e me olhou.

- Quero... – Respondi, ainda com a cabeça tombada para trás e meus olhos fechados.

Depois disso não ouvi mais nada, e senti que as mãos dela já não estavam mais em mim. Como assim?

Levantei correndo e olhei pela janela, e ela já tinha pulado a porcaria da minha janela e já tava no meu do meu quintal.

- Acho que você devia arrumar o seu quarto com mais frequência. – Ela disse, se virando para me olhar. – Não é tão difícil.

- Durante a semana eu estudo, e trabalho durante o final de semana, não sou como alguns... – Respondi.

- E você trabalha onde, Enid? – Wednesday perguntou.

- Em um trabalho bem interessante. – Disse, tentando disfarçar onde eu realmente trabalhava.

- Aproveita a leitura, bruxa. – Wednesday respondeu e me deu as costas novamente.

- Não me chama assim! – Falei brava.

- Penteia o cabelo com mais frequência que eu paro.

Não acredito no que eu ouvi.