Despair

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No dia seguinte após uma noite péssima de sono, Sakura finalmente acordou. Seus olhos estavam cheios de olheiras, devido a varias horas acordada. Sempre que fechava os olhos o mesmo pesadelo vinha à tona. Era difícil aceitar a situação de Sasuke, porém ela mantinha as esperanças de que pudesse existir uma recuperação e o moreno pudesse voltar a ser o mesmo de antes.


Diferente do dia anterior acordou mais bem disposta e tomou um café apressado. Iria ignorar completamente o aviso de Sasuke de se manter longe, assim indo visitá-lo na prisão novamente. Não desistiria de curá-lo, não desistiria de tê-lo de volta, simplesmente não desistiria.


Era de manhã cedo e Sakura seguiu seu caminho sem nem sequer fazer uma parada sequer, Ino até tentou conversar com a amiga, mas a rosada disse que conversariam mais tarde.


Ansiedade. Essa era a palavra que resumia o turbilhão de emoções que Sakura sentia. Assim como receio e medo. Aquilo ainda era um desafio a ser vencido, afinal lidar com o ódio de Sasuke estava sendo tão difícil quanto antes. No começo ele não a odiava, este sentimento negro e profundo era direcionado apenas a seu irmão, entretanto tudo ficou diferente. Com o tempo passou a odiar Konoha, começou a odiar a todos e no fim também acabou a odiando. Quem poderia culpá-la de algo? Às vezes achava que ele era exagerado e cego por não ver que tudo isso era por ele, para salvá-lo de si mesmo, para seu próprio bem; Mas em outras já achava que ele sabia disso e que no fundo não se importava. Na melhor das hipóteses era melhor acreditar na primeira opção.


Ao chegar à penitenciaria se deparou com algo extremamente perturbador. Sasuke estava gritando de dentro da cela, ela até cogitou a possibilidade de estar sendo torturado por alguém, porém os guardas tinham falado que ele estava sozinho e tinha passado a noite assim.


Ele gritava como se estivesse conversando com alguém, mas não havia ninguém lá. Provavelmente estava delirando; e considerando seu estado físico não era de se esperar menos.


Ela logo adentrou o lugar e o viu se debatendo contra as correntes, estava muito agitado e Sakura não sabia o que fazer. Foi quando em um momento de fraqueza ele simplesmente perdeu as forças e caiu no chão.


– Sasuke você esta bem? - Ela o chamou. Estava completamente desesperada. – Sasuke o que há com você? Esta me ouvindo? - Ela o chamava tentando acordá-lo e fazê-lo reagir. O moreno lentamente abriu os olhos. Sasuke não olhava diretamente para ela, na verdade parecia não perceber o que estava acontecendo ao seu redor, quase como se estivesse em outro mundo.


– Você devia ter ouvido meu conselho e não ter vindo. - Ele falou enquanto ela o levanta e envolvia num abraço.
– Você está muito mau. Seu coração está muito acelerado. - Ela disse ofegante, tentava manter a calma. O coração dele estava acelerado, porém de repente as batidas pararam e o pulso começava a ficar fraco – Esta suando e seu pulso esta um pouco fraco. - Sakura continuava a examiná-lo– Esta com um pouco de febre. O que aconteceu?
– Eu não sei. - Sasuke falou num sussurro, estava completamente fraco e de repente seus pulmões começavam a falhar – Estou perdendo o ar. Estou perdendo o ar.
– Sasuke aguente firme. - Sakura gritou ainda mais em desespero. – Guardas!

– O que esta acontecendo comigo? - O moreno perguntou tentando manter seus olhos abertos, pois ele sentia que estavam ficando cada vez mais pesados e o sono se aproximava cada vez mais.
– Sasuke não durma. - Sakura gritou em desespero.
–Não consigo. -Ele respondeu com os olhos semicerrados. – Tudo esta ficando...
– Ouça minha voz e não durma.
– Sua voz esta ficando distante... Mas ainda posso te ouvir. -E mesmo naquela situação ele continuava a ser indiferente, sem expressar um pingo de emoção sequer.
– O que foi senhorita Haruno. - Um dos guardas gritou entrando no local.
– Soltem essas correntes. Preciso levá-lo pra uma enfermaria. -A Haruno falou tentando manter a calma, porém estava tremendo. Sakura sentia que iria desabar. Tinha medo, muito medo.
– Não podemos soltá-lo. Precisamos de permissão. - Um dos guardas respondeu meio receoso e Sakura lhe lançou um olhar mortal.
– Se vocês não fizerem isso eu mesma farei. - Respondeu furiosa.
– Eu não vou fazer nada. - Sasuke disse fraco cortando a conversa. – Sakura... Estou perdendo sua voz.
– Aguente firme. - A rosada tentou engolir o choro, porém pequenas lágrimas teimavam em escapar de seus olhos.


Depois da ordem da Haruno os guardas logo obedeceram e tiraram as correntes liberando o Uchiha de seu cativeiro. Ela pediu que trouxessem uma maca e logo o levaram para a enfermaria. Sasuke estava péssimo, não conseguia respirar; talvez seu corpo já tivesse chegado ao limite depois de tanto tempo de maus tratos. A prisão não era um mar de rosas, Konoha queria informações e ele não queria falar apesar de no fundo desejar que Madara fosse para o quinto dos infernos. O silêncio não era uma medida de honra nem lealdade para a Akatsuki, pelo contrário era uma forma de não ajudar Konoha, já que queria ver a vila se destruir sozinha. Porque se pudesse de preferência essa destruição seria ocasionada por suas próprias mãos.

Tudo que restava a todos era tratar sua insanidade e tentar fazê-lo se reabilitar embora este parecesse um sonho impossível.


O desmaio e falta de ar tinham sido apenas um alarme falso, embora isso não significasse que não era grave. Sakura sabia que ele não poderia voltar para aquelas condições. Precisava fazer algo em relação a isso.


Kakashi e Naruto logo chegaram ao local. Claro que a rosada preferia que o loiro não estivesse ali, já que Sasuke poderia se irritar caso acordasse.


– Como ele esta? - Naruto perguntou observando o amigo, aquela situação era muito tensa.
– Ele esta melhor. Achei que fosse um ataque cardíaco, mas foi apenas um alarme falso. - A rosada disse passando a mão sobre o cabelo do moreno e acariciou seu rosto enquanto o observava. Ele estava tão calmo, tão sereno em seu sono. As sobrancelhas relaxadas e o rosto tranqüilo, ela desejava poder ver aquela expressão mais vezes.
– Pelo visto ele teve um surto psicótico. - Doutor Takada surgiu na porta do quarto afirmando com toda certeza o que era, mesmo sem saber o que tinha acontecido. – Provavelmente ele deve ter ficado abalado com alguma coisa, assim perdendo o controle e agindo como um maluco.
– Como você sabe? - Naruto disse desconfiado.
– De qualquer forma acho que ele não pode continuar assim. - Sakura disse encarando o moreno. – Aquela solitária esta fazendo mal a ele. Ele não come, não dorme direito e está sempre sozinho. Dessa forma o corpo não vai resistir durante muito tempo.
– Talvez seja à hora de deixá-lo interagir com os outros presos. - Doutor Takada sugeriu. – Ficar afastado das pessoas só o torna mais perigoso.

– Isso esta fora de cogitação. - Ibiki surgiu na porta com as mãos nos bolsos. – Sasuke é muito perigoso e tem potencial para causar muitos danos. Assim que estiver melhor vai voltar para o lugar de onde veio. Ele provavelmente acabara matando os outros presos.
– como eu estou dizendo que ele não pode voltar pra lá. - Sakura disse meio alterada. Naruto apenas observava tudo, fazia tempo que amiga não era tão determinada. – De qualquer jeito, vocês têm que sair agora. Vão acabar acordando ele.
– Sakura nos mantenha informados. - Kakashi falou acenando com a mão e dando um "tchau". – Ibiki-san talvez nós dois possamos conversar sobre o estado do Sasuke.


E assim todos saíram do quarto deixando Sakura a sós com o moreno. Ela apenas puxou uma cadeira e se sentou apenas o observando. Aquilo cortava seu coração, como antes ele estava tão perto e ao mesmo tempo tão longe.


A noite pareceu chegar rápido de mais e ela não sairia do lado dele, iria esperá-lo abrir os olhos até ter certeza que ele estivesse bem. Ele poderia insultá-la, jurar ódio, mandá-la para o inferno e ela continuaria ali enquanto pudesse.


O desmaio e falta de ar tinham sido apenas um alarme falso, embora isso não significasse que não era grave. Sakura sabia que ele não poderia voltar para aquelas condições. Precisava fazer algo em relação a isso. A noite pareceu chegar rápido de mais e ela não sairia do lado dele, iria esperá-lo abrir os olhos até ter certeza que ele estivesse bem. Ele poderia insultá-la, jurar ódio, mandá-la para o inferno e ela continuaria ali enquanto pudesse.

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