Sixteen ♡

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~Marília ~

Acordo sentindo minha cabeça arrebentando, como se eu tivesse sido atropelada e um caminhão houvesse passado sobre ela umas 10 vezes só para garantir o estrago. Ao abrir meus olhos, me deparo com um quarto que eu não estou nem um pouco familiarizada e isso é preocupante.

"Pelo menos eu estou vestida" penso, me sentindo, confesso, um pouco aliviada.

Com dificuldades, olho em volta, detalhando o pequeno quarto que compõe uma cama de solteiro, um armário planejado e uma bancada com materiais de trabalho. "Um quarto/escritório".

Sinto um aroma gostoso de café, o que me faz levantar, mesmo ainda sentindo minha cabeça rodar, e seguir na direção do cheiro. Assim que alcanço o corredor, já consigo me deparar com fotos penduradas na parede, o que me permite saber onde estou e me provoca um sorriso.

Caminho até a cozinha e me deparo com Pedro, só de cueca, preparando algo, o que me faz rir e ser percebida por ele, que se vira e sorri para mim.

– Bom dia, bêbada mais linda e mandona que eu conheço. – Me cumprimenta, me fazendo rir e imaginar o que será que havia aprontado.

– Tudo bem que eu já te vi sem roupas antes, mas você não acha que está muito à vontade para quem tem visita em casa?!

– Falei implicando com ele e indo em direção a geladeira. Sentia minha garganta seca... precisava de água urgentemente.

– O que?! – Falou se virando para ficar de frente para mim. – Mas agora é que o monumento está apto para ser admirado.

– Retrucou, me fazendo rir e dar um tapa em seu braço quando passei ao seu lado. Ele realmente estava lindo.

– Deixa de ser exibido.

– Muita dor de cabeça?! – Perguntou, voltando ao seu afazer. Pelo que percebi ele estava fazendo tapioca.

– Nossa! – Exclamei virando um copão d'água gelada. – O que aconteceu ontem?! Minhas lembranças vão só até o momento em que Flávio resolveu pedir aquela rodada de tequila... daí em diante é branco total. – Questionei e, pela cara que Pedro fez, me arrependi enormemente. "Às vezes é melhor permanecer na ignorância".

– Vai lavar essa cara e volta aqui que te conto. – Pedro falou, me fazendo rodar os olhos e ir em direção ao banheiro social da casa deles.

Realmente, eu estava com uma cara péssima e um gosto horrível na boca. Lavei o rosto, dei uma ajeitada nos cabelos e voltei para a cozinha, onde Pedro permanecia preparando o café, do mesmo jeito que o havia deixado antes. Totalmente à vontade.

Dirigi-me a geladeira novamente e peguei mais água para mim, pois me sentia sedenta.

– Agora, pode me contar o que aconteceu? – Pedi, com o copo d'água em mãos. – Mas, pega leve... – Praticamente implorei, vendo seu sorriso debochado ressurgir em sua face.

– Então... você foi bem... muito bem. – Pedro começou a falar e pelo seu tom... – Se divertiu bastante... parecia Ana Botafogo no palco do Municipal, pronta para uma performance do filme Striptease, com a Demi Moore. – Fez pose de bailarina, fazendo alusão também ao filme e eu só arregalei os olhos.

– Aí, Jesus! – Exclamei levando a mão ao rosto. Sentia meu rosto queimar de vergonha.

– Mas pode ficar tranquila que eu tomei conta de você... como o irmão mais novo e ciumento que eu devo ser. – Pedro disse, fingindo cara de zangado e pose de herói.

– Meu Pai Amado!... Nunca mais vou na onda de vocês... que vergonha. – Falei ouvindo seu riso alto. Eu devo ter parecido uma louca dançando. Bem que eu sabia que não podia perder o controle da bebida, mas estava me sentindo tão livre, me divertindo, que me deixei levar pelo ambiente e pelas pessoas.

~Desire~Onde histórias criam vida. Descubra agora