~Marília~
Sinto um peso sobre meu corpo quando tento me mexer na cama, melhor dizendo, um braço sobre minha cintura, me apertando a um corpo que se encontra colado em minhas costas.
Não demoro a perceber o que estava acontecendo assim que abro meus olhos e me deparo com os lençóis remexidos, roupas espalhadas por todo o meu quarto e a sensação do meu corpo nu roçando o corpo em igual estado de Murilo, que me sustenta entre seus braços.
Tento erguer a cabeça e a noto girar, fazendo não só eu sentir um mal-estar repugnante como me irritar profundamente, me levantando em um tirão tão forte que faz com que Murilo acorde meio atordoado com o movimento brusco que provoco na cama.
– Amor?! – Sussurra com voz "dormida", enquanto me encaminho par ao banheiro. "Preciso urgentemente de um analgésico ou minha cabeça vai explodir levando com ela toda a minha paciência que já não está boa".
– Volte a dormir... estou morrendo de dor de cabeça. – "Respondi", vestindo um robe e indo até o armário do banheiro, o abrindo bruscamente e pegando meus comprimidos.
"Desteto acordar e ter como 'desejum' drogas como essas" penso engolindo o remédio junto a água da torneira mesmo. Já nem penso nas possibilidades negativas que isso pode me causar, só em curar essa maldita ressaca.
Lavo o rosto com a mesma água e, ao erguê-lo, me deparo com meu reflexo cansado no espelho e logo atrás de mim vejo Murilo, sem roupas, me observando.
– Está tudo bem, amor?! – Pergunta se prostrando ao meu lado.
– Não deveria ter bebido tanto ontem. – Falei sem paciência. – Hoje é um dia importante e estou acabada. – Digo me esquivando de um afago que ele tenta me brindar.
– Ontem foi um dia importante...
– Ahhh, Murilo! Por favor! – Cortei-o, abrindo meu closet em busca do que vestir. Precisava estar de banho tomado e pronta em, no máximo, 20 minutos, isso sendo otimista, mas estava na cara que me atrasaria para o trabalho.
Nem na academia eu conseguir ir hoje. Me exercitar sempre me ajuda a começar o dia de forma positiva.
Saio com algumas roupas nas mãos, as jogando sobre a cama ainda toda desalinhada. Ao me virar, me deparo com a imagem de Murilo entrando no chuveiro. Noto como suas costas está toda arranhada, além de algumas outras marcas, em um sinal claro de que transamos na noite passada.
Suspiro ruidosamente, arrependida de ter cedido tão facilmente aos "encantos" do meu querido noivo. Estava meio que na cara de que ele tentaria algo com toda aquela cena armada ontem, porém, com tantas coisas na cabeça eu inventaria uma desculpa para dispensá-lo. Entretanto, não foi isso que aconteceu.
A ligação de Maraisa me provocando, incitando meus desejos e sentimentos mais primitivos, me fez perder todo e qualquer controle que eu imaginei que poderia ter. Fiquei tão excitada e fora de mim que acabei passando dos limites na bebida e, por fim, indo para cama com ele.
Me empolguei com todo o jogo dela e acabei "descontando" minha frustração nele. Em outras palavras, o usei para descarregar toda a energia sexual que ela jogou sobre mim e, pela sua cara, ele curtiu muito a situação toda, pois, até cantarolar embaixo do chuveiro, algo que ele raramente faz, ele está a fazer.
Só queria correr dali, pois não aguentava mais um segundo dessa situação toda. Peguei minhas coisas e fui até o quarto ao lado, o de hóspedes, onde também havia um banheiro, não tão equipado quanto o meu, porém eu poderia tomar meu banho e me arrumar sem ter que enfrentar os olhos de felicidade de Murilo.
