―Martina, temos que ir. – escuto Antônio ao me acordar
―Ir? Mas para onde? – pergunto assustada esfregando os olhos
―Logo irá saber. Só precisamos sair daqui. – fala pegando uma mala e enchendo-a de coisas
―Antônio! Sair assim a essa hora?! – falo olhando o relógio e vendo que já passam das três da manhã
―Martina sem perguntas. Precisamos sair daqui agora. – esbraveja
Levanto-me da cama com certa dificuldade já que estou com quase nove meses de gravidez e começo a me preparar para sair.
―Vamos? – pede e aceno com a cabeça em concordância
Saímos de nossa casa no Itaim Bibi e vejo que ele está indo em direção a Paraisópolis.
―Antônio? Porque estamos indo nessa direção? – pergunto receosa
―Porque preciso protege-las. – diz sem tirar os olhos da estrada
―Nos proteger?! Do que? De quem? – indago cada vez mais assustada
― Sem perguntas agora, Martina. Quanto menos saber, mais segura estará.
Fico quieta. Não quero que Antônio fique mais nervoso do que aparenta. Depois de alguns minutos chegamos ao nosso destino.
― Boa noite, Maycon. Desculpe aparecer a essa hora. – Antônio fala com o homem
―De boa cara. Pra gente não existe hora. – o homem fala ― Vamos entrar? A madame primeiro. – fala e passo à frente deles.
― Boa noite, senhores. – uma senhora que acabou de entrar na sala nos cumprimenta ― A senhora deve estar cansada. Porque não me acompanha? – fala e olho para Antônio que acena com a cabeça e então a sigo
― Vamos deixar nossos homens conversarem sozinhos. – ouço ela falar enquanto entro em um dos quartos. E essa foi a última vez que vi Antônio com vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A herdeira perdida da máfia
RomanceAntonella Menezes foi criada em meio as pessoas da maior favela de São Paulo. Desde de pequena teve que mostrar ser uma pessoa valente para sobreviver em meio a violência e o preconceito das pessoas. Só não sabe que sua história está prestes a sofre...