Capítulo 20

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Não queria ter sido tão enérgico com Antonella como fui, mas só em pensar que ela escondeu um filho de mim, perco a cabeça.

Ao desligar o telefone, sinto uma mistura de raiva e decepção. As palavras ditas ainda ecoam na minha mente, e a força com que ela se nega a revelar sobre o meu filho deixa-me atordoado. Não consigo entender por que Antonella manteve isso em segredo e como conseguiu esconder a existência de uma criança.

Na verdade, até sei como pode ter conseguido manter algo tão grande em segredo por tanto tempo e seu casamento com o filho dos Orekhov tem grande participação nisso.

Caminho de um lado para o outro, tentando acalmar a tempestade de emoções que se agita dentro de mim. Não queria ter sido tão ríspido com ela, mas a sensação de ter sido enganado é avassaladora. Respirando fundo, tento encontrar uma maneira de lidar com a situação de forma mais equilibrada.

Envio uma mensagem com o endereço do hotel em que estou hospedado. E logo recebo a confirmação de leitura.

No entanto, a ideia de que um filho meu esteve oculto durante tanto tempo é devastadora. Preciso processar essa informação e decidir como abordar a situação no encontro marcado para amanhã. Minha mente está repleta de questões sem resposta, e a única certeza é que o meu mundo mudou de forma drástica e definitiva.

Deito-me para dormir, mas a ansiedade levou a melhor e não consigo desligar. Os eventos do dia e a intensidade das emoções mantêm minha mente em um constante turbilhão. O quarto escuro parece mais silencioso do que nunca, mas a paz está longe de me alcançar.

Meu corpo está cansado, mas a mente continua a girar em torno dos recentes acontecimentos. A falta de respostas para as perguntas ainda ressoa em minha cabeça e a incerteza em relação ao futuro cria um nó no meu estômago. A respiração está irregular, e cada pensamento parece alimentar a insônia que me abraça.

Olho para o teto, buscando algum tipo de clareza ou tranquilidade. A luz da lua espreita pela janela, mas mesmo ela não consegue dissipar a escuridão que se instalou. Tentativas de acalmar minha mente revelam-se inúteis, pois a ansiedade continua a sussurrar, impedindo qualquer possibilidade de um descanso sereno.

Percebo que a noite será longa e desafiadora. Mesmo desejando que o sono finalmente me envolva, sei que a espera pela manhã trará consigo novas verdades e desafios a enfrentar.

Cansado de esperar pelo sono. Me levanto e vou até a pequena adega do quarto a procura de algo que me entorpeça. Acho uma garrafa de uísque que irá servir. Me sento na poltrona em frente a janela e passo a admirar a calmaria do mar enquanto tomo o líquido âmbar do copo.

Meu telefone se acende, indicando que recebi uma notificação. O pego e vejo que um dos meus soldados me enviou um e-mail com as informações que pedi. O conteúdo me deixa ainda mais furioso.

―Como você pode Antonella? – digo a mim mesmo ao ler as informações ali contidas.

Procuro me acalmar para não tomar nenhuma decisão precipitada. Mas agora tenho a certeza de que a conversa que teremos não será algo fácil de se digerir.

 Mas agora tenho a certeza de que a conversa que teremos não será algo fácil de se digerir

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A herdeira perdida da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora