Capítulo 12

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Após assumir o comando da 'Ndrina, resolvi fazer algumas mudanças, a primeira delas foi promover Maurizio a sottocapo e dar o cargo de consigliere para Paolo. Quem não gostou muito fora meu tio Marco, já que cumpria a função que agora será de meu irmão. Mas para amenizar um pouco a situação, pedi que entrasse em contato com Mattia Nigro, avô de Antonella, para nos reunirmos e discutir os termos de nosso casamento. Percebi que mesmo chateado, meu tio ficou mais do satisfeito em cumprir minha ordem. Se passaram alguns dias e ainda estamos investigando o suposto acidente de meu pai. Mas o que Igor descobriu, me deixou estarrecido e incrédulo. Como previ, o homem que torturamos se encontrou com o suposto mandante, mas quando Igor o interrogou, ele confessou que foi pago para encontrar alguém que sabotasse o carro. Ao ser perguntado sobre quem lhe dera o dinheiro, disse que não fazia ideia, já que tudo fora combinado pela Dark Web e o dinheiro foi transferido para sua conta sem nunca terem se encontrado pessoalmente. Questionei Igor sobre a veracidade de tal declaração e ele me garantiu que a pessoa não estava mentindo, já que o verdadeiro mandante sequestrou a filha do homem para forçá-lo a cumprir o acordo. ―Ma che caspita! – falo sozinho batendo os punhos com força na mesa. Toda nossa 'Ndrine pode estar em perigo se não descobrirmos logo o responsável por isso. Estou pensando em quais serão nossos próximos passos na investigação, quando meu tio adentra ao meu escritório.― Buone notize per voi. - diz que tem notícias para mim― E quali? – pergunto o que seria?―Il vostro futuro suocero ha accettato di incontrarvi domani. – me responde dizendo que meu futuro sogro aceitou me encontrar amanhã― Allora ditegli di incontrarci al ristorante della nostra famiglia alle otto di sera. – digo para marcar de nos encontrar no restaurante de nossa família as oito da noite― Capito. Vi darò il messagio– diz que entende e dará o recado―Grazie. – digo obrigado, acena com a cabeça e saiMinha cabeça está explodindo. Havia me esquecido de que teria que falar sobre Antonella com seu avô. Foram tantos acontecimentos, que mal tive tempo para respirar. Preciso me preparar para conversar e convencê-lo de que Antonella é sua neta e fazê-lo acreditar que nossa união ainda se faz necessária. Estou terminando de examinar alguns papeis. Alguns de nossos negócios estão dando mais prejuízo do que lucro. Pedirei para que alguns de homens vá verificar o que está acontecendo. Analisava o balanço de um desses negócios, quando o meu telefone começa a tocar.― Ciao. – digo alô ao atender―Fratello... – escuto Paolo falar ofegante―Che è sucesso, Paolo? ­– pergunto o aconteceu para Paolo― Un'imboscata... – fala que foi uma emboscada―Abbiamo perso alcuni uomini.- termina dizendo que perdemos alguns homensLargo tudo o que estava fazendo e me levanto, pegando minha arma que estava na gaveta, e me dirijo a porta mantendo meu irmão na linha―Dove sei? Sei al securo? - pergunto onde está e se está seguro, saindo em direção a garagem―Sono vicino ai bidoni della spazzatura dietro il pub. E sono al sicuro.- responde que está escondidos atrás das lixeiras do bar e que está seguro―Sto arrivando. Sto portando i rinforzi. – digo-lhe que já estou chegando e levando reforços― Aspetto. – responde que está esperando e desliga a ligação Imediatamente ligo para um dos meus soldados e ordeno que me encontrem no endereço que passo. Alguns minutos depois estou na rua do bar e cena que vejo me deixa chocado. Vários soldados estão mortos e tenho a impressão de que nem tiveram chance de se defenderem. Caminho para os fundos do local, onde se encontram as lixeiras e meus homens chegam.― Risolvere questo problema! - ordeno que deem um jeito na bagunça e continuo indo em direção aos fundos do bar. Encontro Paolo quase desfalecido e percebo que perdeu muito sangue.― Fratello! – exclamo quando o vejo. Sua pele está pálida e seus lábios já estão arroxeados ― Chi è stato? – pergunto quem fez isso e recebo um olhar perdido de meu irmão. Pego meu telefone e ligo para emergência. Meu irmão tenta me dizer algo, mas está muito fraco para dizer qualquer coisa e o vejo fechar os olhos.―Resta com me, fratello! - peço que fique comigo ―Non dormire. - peço para não dormir. Cada segundo que esperamos, pode levar meu irmão a morte. Menos de dois minutos depois, o que para mim foi uma eternidade, a ambulância chegou e levou-o para nosso hospital. Sigo a ambulância com meu carro e ligo para Maurizio me encontrar no hospital.― Dio Santo! È tutto a posto con te? - a enfermeira pergunta se está tudo bem comigo― Tutto bene. – respondo ― Sei ferito? Guarda la tua maglietta! – pergunta se estou ferido e então ela aponta para minha camisa e percebo que está manchada de sangue.― Non è il mio sangue. – respondo que não é meu sangue e quando estou para perguntar sobre Paolo, Maurizio adentra a sala de emergência.― Federico, cosa è accaduto? Ti sei ferito? – pergunta o que aconteceu e se estou ferido― Non sono ferito. Questo è il sangue di Paolo. – respondo que não estou ferido e que o sangue é de Paolo.― Il sangue di Paolo? Come sta? Chi è stato? - indaga preocupado sobre o sangue de Paolo, quer saber como ele está e quem fez isso― Non ho ancora una risposta a nessuna delle vostre domande. - digo que não tenho resposta para nenhuma de suas perguntas― Che diavolo! ­– fala uma blasfêmia― Non invocare il diavolo mentre il nostro fratello lotta contro la morte. – falo para não chamar o diabo enquanto nosso irmão luta contra a morte― Dispiacere. – pede desculpas ― Ma come è successo? Nostro fratello non esce mai da solo. Non so come sia sucesso. - respondo que não sei como aconteceu― E i soldati? Dove sono? – pergunta enraivecido― Morto. - respondo com pesar― Ma quanto morto? – pergunta e quando vai fazer novas indagações o médico vem ao nosso encontro.―Signor Macri. – me cumprimenta― E come sta mio fratello? – pergunto como está meu irmão― L'intervento è andato bene. Ma... – diz que a cirurgia correu bem. Mas aconteceu alguma coisa― Ma cosa? Dillo e basta. – Maurizio se aproxima do médico e pergunta sobre o que e pede para dizer logo― Calma, signore. – pede calma ao meu irmão ― Il paziente ha perso molto sangue. Abbiamo dovuto rianimarlo nel bel mezzo dell'operazione. È entrato in coma. – diz que meu irmão perdeu muito sangue e que precisou ser reanimado no meio da cirurgia. E agora está em coma.― Ma starà bene? -pergunto se ficará bem― Solo il tempo può dirlo. - responde que só tempo poderá dizerVejo Maurizio socar a parede e começar a chorar.― Ci sono dei dubbi? Potreste presto vederlo in terapia intensiva. – indaga se tenho mais alguma dúvida e diz que poderei vê-lo quando for para UTI. ― Mi scusi. ­– pede licença e saiVolto-me para meu irmão e o abraço para confortá-lo.

Não estava com cabeça para jantar com Mattia Nigro, mas fiz o meu melhor e tudo transcorreu bem. Uma das coisas que Mattia me pediu fora um teste de DNA para comprovar que Antonella é realmente sua neta, filha de Antônio, o que garanti que seria feito. Redobrei a segurança no hospital e deixei ordens expressas que ninguém além de Maurizio teria autorização para visitar Paolo. Depois disso parti de volta ao Brasil. Mal pisei em solo brasileiro e soube por um de meus soldados que Antonella esteva numa boate para uma festa. "Mas o que diabos ela tem aprontado desde que parti?" penso. Vou do aeroporto direto para a boate. Entro no local sem muito problema e avisto mia bella ragazza na pista de dança. Ela está deslumbrante em minúsculo vestido preto. A visão de seu corpo faz meu amigo ganhar vida. Caminho em sua direção e vejo algo que faz meu sangue ferver. Um idiota está com as mãos em cima dela. Como um raio, me ponho a frente dos dois.― Tire suas mãos dela, seu idiota. – digo impassível― Cai fora, velhote. Cheguei primeiro. – o idiota tem a audácia de me enfrentar― Se você tem amor a sua vida. É melhor fazer o que estou mandando. – dou-lhe um ultimato― Calma cara. – o idiota retira as mão de Antonella e percebo que está paralisada. Fico olhando a mulher a minha frente e acredito que nunca a vi tão bonita. A maquiagem não está exagerada, realçando seus olhos lindamente.― Antonella. – digo seu nome ao me aproximar ――Mia bella ragazza. Vamos sair daqui. – falo envolvendo seu corpo junto ao meu. Pego sua mão e nos tiro daquele lugar. Ficamos aguardando enquanto o manobrista traz nosso carro. Antonella ainda não disse nada. Assim que o recebo as chaves do carro, a preparando para levá-la para o lado do passageiro.―Federico o que está fazendo? – ouço a perguntar tentando se soltar de minhas mãos―Primeiro vamos sair daqui. – digo e abrindo-lhe a porta para entrar.

A herdeira perdida da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora