Capítulo 14

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Acordo e vejo que já deve ser bem tarde. Olho no relógio e passam das cinco e quarenta da tarde.

― Meu Deus! Como consegui dormir a tarde inteira? – pergunto a mim mesma

Levanto-me da cama e vou ao banheiro tomar um banho. Federico esteve aqui ou foi um sonho, dentro do sonho. Minha mente está tão nublada que não sei distinguir o que é real ou fruto de minha imaginação.

Tomo um banho demorado, deixando a água cair sobre meus ombros relaxando-os. Depois de alguns minutos, saio e volto ao meu quarto. Visto um vestido fresco, já que estamos em pleno verão. Vou para sala e escuto alguém bater a porta. Olho pelo olho mágico e vejo que é Federico.

"Não acredito. Ele realmente está aqui." ­penso e respiro antes de abrir a porta

― Boa noite, mia bella. - diz ao entrar ― Trouxe o jantar. – Diz levantando uma sacola

― O cheiro está maravilhoso. – comento e meu estomago ronca como resposta, me matando de vergonha

Credo che il mio uccellino sia affamato. – responde

― O que você disse? – pergunto

― Disse que acho que meu passarinho está com fome. – diz se aproximando ficando quase colado a mim

― Então vamos comer antes que esfrie. – digo me desviando e o vejo dar uma risada

Come preferite, mia bella. – fala em italiano

― Me desculpe, mas creio que já te falei que não entendo muito de italiano. – digo

― Minha falta. Culpa do hábito. Disse como preferir, minha bela. – traduz

― Desculpas aceitas. – falo e arrumo a pequena mesa para nossa refeição.

Federico trouxe comida da cantina que comemos na primeira vez que saímos. Sentamos a mesa e nos servimos. Como um cavalheiro, retirou da sacola uma garrafa de vinho e percebo que o mesmo que tomamos daquela vez.

Salute! – diz saúde erguendo o copo com vinho

Cin Cin - digo Tim tim em resposta e tomo um gole do vinho

―Desculpe se posso estar sendo meio invasiva. – digo mexendo a massa em prato com o garfo ― Mas aonde esteve esse tempo? Sumiu de repente. Você é casado? Ou existe outra coisa? – pergunto

― Não precisa se desculpar mia bella. Quem lhe deve desculpas sou eu. – diz pousando sua taça sobre a mesa ― Precisei voltar a Itália. Problemas de família. – responde evasivo

―Entendi. – falo ― E conseguiu resolver? – indago levando o garfo a boca

― De certa forma, sim. – continua evasivo

―Ah. – é o que consigo dizer diante suas respostas

Um silêncio constrangedor começa pairar no pequeno cômodo, enquanto mexo na comida sem a mínima intenção de comer.

―Não está bom? – Federico indaga

― O quê? – pergunto distraída

―A comida? – aponta para meu prato ― Você está remexendo esse prato a tanto tempo que já deve estar fria.

―Está ótima. Eu que não estou com tanto apetite assim. – minto

―Me desculpe Antonella se pareço um pouco frio ao falar sobre minha viagem. Aconteceram algumas coisas que ainda estou digerindo. – respira ― Uma delas é que meu pai faleceu... – sinto sua voz ficar embargada

A herdeira perdida da máfiaOnde histórias criam vida. Descubra agora