Estava finalizando alguns trabalhos, quando sinto meu telefone vibrar.
―O que foi? – pergunto irritado ao ouvir a voz de um dos meus soldados
―A garota, senhor. – diz angustiado
―O que aconteceu com Antonella? – pergunto me arrumando pronto para agir
―Foi levada para o hospital... – ouço a palavra hospital e já não escuto mais nada. Desfaço a ligação e ligo para meu homem de confiança
―Onde ela está? – pergunto enraivecido
―Foi levada para a Santa Casa. – responde e já estou em meu carro
―E porque ela precisou de hospital. Se deixei ordens expressas para a protegerem. – ralho enquanto subo a rampa do estacionamento
―Desculpe, chefe. Mas a menina estava numa lanchonete com a amiga e de repente uns homens armados invadiram o local. Estávamos avançando para o local, quando a polícia chegou. Um dos bandidos deu uma coronhada em sua cabeça e ela desmaiou. – conta sobre o acontecido
―Descubram quem é esse desgraçado e o eliminem. Ninguém machuca minha mulher e sai impune. – ordeno
―Considere feito. – responde e desligo
Dirijo o mais rápido que posso em direção a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Recebo uma mensagem do celular de Antonella, me informando onde está. Entro pela porta de emergência e vejo a amiga de Antonella sentada com cara assustada.
―Federico. – diz ao me reconhecer ―Que bom que veio.
―O que aconteceu? – pergunto já sabendo ―Recebi uma mensagem de Antonella. Onde ela está?
―Fui eu quem enviei a mensagem. – diz mostrando-me o telefone ―A Nella está lá dentro e não querem me dizer como ela está. – diz chorosa
―Mas o quê? Por que ela está aqui? – pergunto para confirmar a história que meu homem contou
―Estávamos numa lanchonete e de repente uns homens armados entraram anunciando um assalto. Eles pediram nossos telefones, relógios. Pediram também a bolsa da Nella e quando ela estava pegando, a polícia chegou e o bandido puxou a bolsa e bateu em sua cabeça com o revolver. Fiquei tão nervosa ao vê-la desmaiada e acho que bandido também porque deixou nossos telefones e levou somente a bolsa. Fomos trazidas para cá e agora não querem me dizer como ela está. – diz
―Espere um minuto. Vou ver se consigo ter alguma notícia. – digo e me dirijo a recepção. Uso meu charme e meu poder de persuasão para convencer a recepcionista me deixar falar com o médico. Vejo a entrar e algum tempo depois, um homem de jaleco branco vem em minha direção.
―Você que é o marido da paciente? – indaga
―Sim. – minto ―Como ela está?
―Ela sofreu uma concussão devido a pancada e um pequeno traumatismo que constatamos pela ressonância. – diz e sinto meu corpo gelar ―Optamos por deixá-la sedada para que se recupere mais rápido.
―Posso vê-la? – pergunto como se uma negativa fosse me impedir de entrar
―Claro. Por favor me siga. – fala e o sigo em direção ao local onde Antonella está. O médico afasta uma cortina e encontro-a deitada sobre uma maca com uma bolsa de soro ligada ao seu braço. Noto pequenos arranhões em seu rosto e braço. Juro que se pegar o responsável por isso, o desmembrarei em mil pedaços.
―Deixarei que você fique por alguns minutos. Devido a medidas de segurança, não estamos permitindo acompanhantes que não estão previstos na lei. – diz
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A herdeira perdida da máfia
Roman d'amourAntonella Menezes foi criada em meio as pessoas da maior favela de São Paulo. Desde de pequena teve que mostrar ser uma pessoa valente para sobreviver em meio a violência e o preconceito das pessoas. Só não sabe que sua história está prestes a sofre...