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Coriane narrando...

Ele pegou um drink pra mim naquela noite, esqueceu que eu não fumo e não bebo álcool, mas toda vez que eu o via passar me sentia embriagada por aquele cheiro exorbitante que invadia todos os lugares possíveis do meu corpo.

E ele? Há, ele me ensinou todas as loucuras e insanidades que um ser humano poderia cometer, boas ou ruins, do ódio ao prazer em instantes sendo assim mais uma peça pro seu jogo de tabuleiro, mas ainda assim a peça mais importante dele.

Ele nunca, deixou exatamente claro oque queria, ou se deixou eu não soube identificar, "o que um não quer dois não fazem" foi o que ele falou, mas nós dois queremos e esse é o êxtase da questão.

Não posso deixar que isso acabe, eu não quero que isso acabe, mas está acabando e essa é a mais pura e cruel realidade.

Iremos todos morrer, e eu não posso fazer nada além pedir que minha lápide seja ao lado da de vocês...

Voltando a realidade, eu já tinha acordado do grande susto que eu tinha dado em todos, não sendo minha culpa, mas mesmo assim me culpando. Ainda tô um pouco paralisada com tudo o que aconteceu, ainda sinto a temperatura do fogo queimando a minha pele lentamente, o pano encharcado de álcool me amordaçando e aquela máscara que ainda me assusta.

Eu ainda estava no hospital recebendo visitas limitadas porque eu ainda estava de repouso, apenas meus pais e os meninos me visitavam, mas é claro, que escondidos dos meus pais. Eles vinham geralmente a noite e revezavam em turnos pra passar a noite comigo, mas agora era um finalzinho de tarde daqueles que não parecem reais, uma ilusão, um senário literário que só existe nos seus pensamentos.

- Eu não quero morrer - Digo fraca, cortando toda a leveza que a conversa carregava.

Estávamos falando sobre nossa infância e o que fazíamos quando crianças.

- Você não vai morrer, nem um de nós vamos! - Diz Lewis.

- Então por que isso tá parecendo uma despedida? - Eles não respondem - Com risadas melancólicas e lembranças alegres que não voltam mais - Digo sentido que as lágrimas estavam vindo.

- Porque pessoas fodidas gostam de rir das desgraças - Sawyer fala tentando fazer graça.

- Para Sawyer! Por favor para - As lágrimas descem - Eu sei...eu sei, que não é isso!

- Da pra parar Coriane...

- Não Ambrose! Não dá pra parar! Eu não vou conseguir ver o meu pai dizendo "muito bem Coriane eu estou orgulhoso de você" ou a minha mãe me dizendo um "eu te amo" antes de dormir como todas as noites, eu não vou mais sorrir nem me sentir feliz porque eu vou estar morta! Enterrada a sete palmos do chão só porque um filho da puta do caralho resolveu achar que comer uma piranha e depois matar seria uma boa ideia, aliás um estupro de vulnerável ou talvez coletivo! Quem me garante que não seja dois, três um milhão de filhos da puta correndo atrás de mim como mosca atrás da merda!

- Para de falar essas loucuras alto Coriane! - Diz Ambrose.

- Nao é loucura, eu mataria um milhão desses filhos da puta, pena que eles tiveram essa ideia primeiro.

- Nós não vamos morrer - Damon resmunga.

- O que te garante? - Pergunto.

- Eu me garanto. - Todos nós olhamos para ele - Nós vamos mata-lo primeiro.

- Não obrigado - Lewis fala.

- Isso não é um convite seu baitola - Damon rebate.

- Baitola? Pergunta pra sua mãe, comi ela ontem - Lewis faz gestos obscenos.

The DelinquentsOnde histórias criam vida. Descubra agora