♤Capítulo 24 - Ser-se o próprio inimigo é o pior de todos♤

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Pov Yeonjun 

A chaleira da água dispara dando sinal da água fervida. Despejo-a para dentro do meu balde de noodles instantâneo e sento-me no tapete da sala a comer. Sinto-me stressado e sem me dar conta como tudo em menos de três minutos.

Depois de ter enchido o estômago tão depressa sinto uma ligeira indisposição mas não me importo e vou tomar banho. O silêncio da solidão é a minha única companhia. Abro o chuveiro e o som da água a correr e a bater no chão faz me sentir vivo mais um dia.

Saio da casa de banho nú já bem seco e vou vestir uma roupa interior, uma t-shirt branca e uma calças pretas confortáveis. Caminho pela casa entediado tentando aliviar o stress que sinto mas não parece resultar. Deixo-me cair de costas no sofá e tapo os olhos com o braço. Sinto-me piorar e não me consigo manter quieto.

Esta preocupação está me a foder o juízo. O que é que eu faço à minha merda de vida?

Levanto-me de repente do sofá e calço uns sapatos, sem agarrar em mais nada para além das chaves saio de casa e decido caminhar até me acalmar. Infelizmente não preciso de pensar em como se anda porque é uma ação natural e já muito automática do corpo o que dá espaço para os pensamentos e preocupações consumirem-me.

Estou fodido. Não sei o que fazer. Não quero voltar àquela merda de colégio.

-AAAHH! Aquele desgraçado vai pagá-las, filho da mãe. -enervado começo aos murros e pontapés a um poste ao meu lado.

A raiva e desespero de não saber o que fazer fervem-me o sangue, só queria apanhar um cromo qualquer na rua para descarregar. A merda é que não havia ninguém, nem um bêbedo perdido para armar confusão.

-Que merda!!

Pov Emily

A noite estava muito calma, não havia ventania nenhuma mas sentia-se o fresco espetar-se na pele como agulhas. A temperatura baixa ajudava-me a acalmar a ansia que sentia. O céu estava tão estrelado quem nem a iluminação da cidade escondia aquele mar de estrelas. Ouviam-se alguns bichichos noturnos ativos desfrutarem daquela noite de paz iluminada mais pela lua do que os candeeiros.

Eu estava a tirar um excelente proveito daquela caminhada. Depois da cena dos sussurros no quarto ainda não tinha tido a coragem de subir as escadas por isso sair uns minutos foi a melhor decisão até perder a insegurança e voltar a ter coragem.

Talvez devesse falar com a tia. Oh, ela achar-me maluca, ou que são só dramas da minha cabeça e nem vai fazer muito caso. Se calhar até é verdade. São só dramas meus...

Quando chego ao fim da rua espanto-me ao ver o Yeonjun sentado num degrau.

Aah, quase me esqueci da minha outra preocupação.O que é que ele faz aqui?

Caminho até ele dois passos e paro para pensar melhor antes de interagir.

Será que está bem? Está agressivo ainda? Devo ir lá ou fingir que nunca o vi aqui? Se for falar com ele será que ele vai reagir mal. O que é que eu devo dizer e como? Fogo ele é tão difícil de lidar.

Enquanto reflito melhor na minha escolha observo-o atentamente. Ele parecia sereno a vaguear em pensamentos longínquos de eu saber quais eram. Antes que eu conseguisse decidir o que fazer ele vira a cabeça e apercebe-se de mim.

Oh não, ele viu-me. Espero que esteja mesmo mais calmo.

Caminho reciosa até ele e o mesmo segue-me com o olhar pelo canto do olho. Sem falar nada sento-me ao lado dele mantendo uma boa distância e respeitando o seu espaço pessoal. Encolho as pernas à minha frente abraçando as canelas e repouso o queixo nos joelhos.

O rapaz ao lado / Choi Yeonjun Onde histórias criam vida. Descubra agora