O rapaz ao lado / Choi Yeonjun

♤Capítulo 27- Sleeping Beauty♤

Enquanto ainda arfava da corrida observava atentamente o Yeonjun à minha frente debruçado sobre os joelhos.

A sua cara tinha uns quantos hematomas negros, o seu lábio tinha um corte, a maçã do rosto também e o nariz tinha sangue escorrido até à boca. A sua cabeça estava a sangrava bastante mas ele não parecia dar-se conta disso.

Meu deus, este rapaz é tão sem juízo. Nem se apercebeu ainda do tanto que está a sagrar. Talvez por ainda ter o corpo quente. Meu deus...

Terminei de percorrer a sua imagem com o olhar. A sua roupa preta estava ensopada em bebidas e a sua camisola até tinha algumas costuras arrebentadas por conta da briga.

O que é que faço com ele? Só tenho vontade de gritar com ele e dar-lhe uns chapadões naquela cara ensanguentada para ele atinar. Aaah que rapaz ...

-Não devias ir para casa? -ele corta os meus pensamentos.

-Hamm... eu avisei a minha tia que ia tarde hoje.

-Volta depressa, pode ser perigoso ficares sozinha à noite na rua.

-Então? Vais me abandonar aqui depois de me teres arrastado a correr de lá de dentro até aqui?

Direito de pé, olha atento pra mim.

-Nem se quer sei onde estou. -olho à minha volta. -E não me estou a sentir muito bem, acho que esta correria repentina deu cabo de mim. -viro-me de costas para ele e cambaleando afasto-me um pouco para me debruçar sobre os joelhos, inclinando para me apoiar no muro de uma moradia.

No mesmo minuto sinto uma grande pontada no estômago e num enorme impulso vomito uma quantidade de bebida tão grande que a boca não chegava para o meu corpo expulsar tudo aquilo e saíu-me o resto pelo nariz.

-Ewwh. Acho que foi mesmo a bebida, não a correria. -ouço-o falar e rir-se de mim.

-Áaaaih. O meu nariz... arde... que horror nunca mais bebo.

-Puff. -sinto-o desdenhar de mim e soltar uma risada nasal. -Anda-te embora.

Viro-me para ele e este já ía a caminhar de costas para mim.

-Espera!- grito.

Tento acelerar o paço para o apanhar mas algumas tonturas fazem-me tropeçar em mim mesma e caio de joelhos no chão rasgando as collants de vidro.

-Áauh. Não consigo... -choramingo para mim.

Sinto-o aproximar-se e puxar-me para cima pelo braço. Sem dizer nada entrelaçou o seu braço com o meu e guiou-me para caminhar ao seu lado.

Tropecei mais algumas vezes durante o caminho mas ele agarrava-me impedidndo-me de cair.

-AAh!! Chega estou farto!- exalta-se de repente e larga-me.

Fico sem perceber e apenas olho-o enquanto ele dá um passo mais à minha frente e agacha-se até o chão.

-Despacha-te antes que mude de idéias.

-Han?- não entendo a sua intenção.

-Já estou farto de ir o caminho todo a levar com tombos teus, até em mim tropeças, como pensas chegar a casa ainda hoje ao passo de caracol que estás a andar?!

-Oh, desculpa não me apercebi disso. Estou a esforçar-me mesmo para te acompanhar, a sério.

-Está bem está bem, vá anda. -ele despacha-me.

Receosamente amonto-me com cuidado às suas cavalitas. Ele segura-me e dá um pulinho pondo-se de pé comigo.

-Se vomitares em cima de mim, estás morta.- ele diz entre dentes com o maxilar trancado.