- SUPERFICIAL LOVE -

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Oh, eu, Quero de volta todas as lágrimas que chorei
Todas as horas que gastei tentando aconselhar você sobre como escrever suas músicas
Tudo o que você fez foi provar que eu estava errada
Gostaria que você tivesse dito que me amava
Quando você não estava de dedos cruzados

Fingers Crossed - Laura Spencer Smith

Capítulo 10.

🖤
...


Escrito por : Jessjinkook


Jungkook atrás do balcão na cozinha revivia a cena, do dia que viu sua esposa o trair, e ficou observando o comportamento de Daehee naquela semana.

Ela sorria tranquilamente enquanto acariciava os cabelos de Soobin que estava com a cabeça em seu colo. O desenho passava na tela da tv arrancando aquela risada gostosa que ele sentia tanta falta. Jungkook as vezes se odiava pelo fato de não ser forte o suficiente para o filho, de não ser ele a pessoa que o leva para escola e o busca ouvindo sobre como foi o seu dia. Ele não escuta como foi para Soobin aprender a desenhar, escrever ou contar, nem se seus colegas são legais, Jungkook não sabe se Soobin tem amigos, se ele brinca com eles ou se era como ele quando pequeno, sozinho. Já haviam se passado uma semana, depois que Jungkook descobriu que Daehee estava o traindo com Wonho, e uma semana em que ele não havia feito nada a respeito, porque seu filho não merecia aquilo. Ele não precisava ver os pais brigarem de novo, muito menos se machucarem, o seu pequeno não precisava achar que não era bem vindo, afinal foi por causa de todas as brigas entre eles que seu filho teve que ir para longe. E a decisão de o mandar para morar com seus pais, foi com toda a certeza, a mais difícil de sua vida.

E se antes Jungkook parecia uma pessoa pensativa e reclusa, agora mais do que nunca as pessoas podiam o confundir com a escultura esculpida em pedra, totalmente apático, mas seus neurônios estavam a todo vapor, criando teorias e tentando assimilar todos os motivos para aquilo que estava acontecendo em sua vida, mesmo que seu corpo fosse a tantos lugares, e suas expressões demostrassem algum sentimento, sua mente ainda continuava parada na cena, onde ele continuava no mesmo lugar, observando a esposa sair escondida. Agora todas as desculpas que antes faziam algum sentido, agora eram totalmente ridículas, ele ainda continuava lá, revivendo e sabendo que hesitou quando entrou no apartamento aquela tarde.

Ele sabe que recuou com todos os seus ideais ao ver os porta retratos espalhados pela casa, e o filho sentado no sofá o esperando para abraçar forte. Em sua cabeça se culpar foi mais fácil que apenas gritar ou quebrar algum móvel. Afinal quem gostaria de viver com uma estátua em casa, uma pessoa sem sentimentos e sem vida. Era assim que ele se via, era assim que se sentia. Foi como se em todos esses anos de casamento, ele e Daehee estivessem se ferindo com facas disfarçadas de palavras, se envenenando com atitudes apáticas e se matando com a falta de amor. E enquanto a esposa buscava a fuga fora de casa com aquele homem, Jungkook estava a beira da morte uma que ia o levando dia após dia, que tirava um pouquinho da sua vida a cada briga, sexo e convivência forçada, uma morte que ele mesmo estava causando.

- Jungkook!? Terra chamando - Jimin mexeu os braços chamando a atenção do chefe.

- Oi!? Desculpa, - Jungkook saiu de seus pensamentos - Você disse algo?

- Nossa!, Você precisa de férias - o loiro sorriu.

- É talvez.

- Vamos - Jimin o chamou desligando a tela do computador.

- Vamos onde?

- Beber, você precisa de álcool - ele o puxou para levantar da cadeira entregando o sobretudo para o amigo, e caminhar até o bar onde ele decidiu que faria o amigo desabafar, nem que fosse pelo álcool no corpo - Então, temos aqui uma garrafa de soju, dois pares de ouvidos, pequenos, mais ainda sim muito bons em ouvir, então fala logo.

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