"Então o que está tentando fazer comigo?
Não conseguimos parar, somos inimigos
Mas nos damos bem quando estou dentro de você
Você é como uma droga que está me matando
Eu te elimino totalmente
Mas eu fico nas alturas quando estou dentro de você"
Animals ǀ Maroon 5
Olívia
A adrenalina pulsa pelo meu corpo enquanto corro junto com Noah para o colégio.
Minhas mãos estão entrelaçadas com as dele, o corpo suado, apesar das rajadas de ventos que sopram a cada minuto. Meus cabelos já soltos de tanto movimento. A bainha do vestido completamente suja, devido à terra, e as alças caem sobre meus braços a cada segundo que corro.
Noah está... Ainda perfeito. O terno preto, apesar de tanta movimentação, ainda se encontra exatamente do mesmo jeito que estava. Já o cabelo... Os fios ondulados estão molhados à medida que o suor escorre por todo o seu rosto. A palma da sua mão também suada aperta a minha firmemente. Ele não me solta por nada.
Atrás de nós, os seguranças também correm e gritam ordens como "parem agora", "a diretora vai expulsar vocês" e "não adianta fugir, vocês serão descobertos". E sim, eu devia estar com medo. Muito medo. Não posso ser expulsa. Não posso voltar àquela mansão. Mas... por algum motivo desconhecido estou sorrindo.
Conforme nos aproximamos do colégio, ainda correndo, Noah nota meu sorriso e franze o cenho.
– Por que exatamente você tá rindo, diabinha? – ele pergunta, mas também caindo no riso.
No entanto, não consigo parar de rir. É impossível explicar. É como se, pela primeira vez na minha vida, eu me sentisse viva de verdade. Não que eu não me sentisse antes, mas... era como estar presa, amarrada e amordaçada a algo abstrato. Eu sinto que estou, por mais que não consiga ver.
E somente nesse momento, correndo de seguranças que provavelmente vão me colocar na prisão por ter destruído uma das mais importantes festas da cidade de Inverness, me sinto livre. Enquanto corro e seguro a mão de Noah, solto um sorriso genuíno. Um sorriso que jamais cheguei a abrir .
– Eu... – Tento explicar, mas não consigo. Minha boca dói de tanto rir.
– Esquece. – Ele diz, os cabelos oscilando e os lábios também curvados. – Não precisa explicar. Só continua rindo.
Mesmo que quisesse contrariá-lo, não seria capaz. Se eu pudesse congelar esse momento e o viver para sempre, eu o faria.
Continuamos a correr até que chegamos na entrada do colégio. Agora vai ficar mais difícil. Podem haver seguranças lá também. Eles vão saber que tem algo de errado quando virem dois alunos correndo. E, por incrível que pareça, essa hipótese não me amedronta e sim faz meu sorriso se alargar.
– Noah... Noah... – Tento dizer, em meio a uma crise de risos. – O que... fazemos... agora?
Ele também gargalha alto conforme chegamos à porta do colégio.
– A gente se esconde, diabinha. – Ele alterna o olhar entre mim e a porta. – Tá com medo?
Olho à nossas costas, vendo os seguranças bem perto, mas ainda impossível de decifrar nossos rostos, e penso em como o medo é a última coisa que sinto nesse momento. Toda a minha vida eu senti medo. Medo de fracassar. Medo dos meus pais. Medo de não ser o suficiente para às pessoas... Medo dele. Não. Não sinto mais medo. Nem de ninguém e muito menos de Noah.
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O Irmão do Príncipe
RomanceO que você faria se fosse obrigada a ser noiva de um jovem que nunca viu na vida, e no processo acabasse se apaixonando pelo irmão dele? Pois essa é a história de Olívia Banks. A jovem nasceu na Escócia com o único propósito de ser a esposa de Mile...