Capítulo 38 - Mais uma blasfêmia pra sua cota de pecados

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"No meio da noite

No meio da noite

Estou bem acordada

Eu desejo o seu gosto durante a noite inteira

Até a manhã chegar"

MIDDLE OF THE NIGHT ǀ Elley Duhé


Olívia

– Tem certeza de que vai ficar bem, pai? – Noah pergunta a Conrad.

Confesso que ainda é bem estranho para mim escutar essa interação entre eles dois. Nunca havia visto Noah falar dessa forma com o rei. Se bem que Henrique era um monstro, então, ele tinha razão em manter distância.

O inspetor sorri, tocando o braço do filho.

– Vou. Não precisa se preocupar.

Faz alguns minutos que chegamos na mansão do Banks, e Conrad avisou que precisava voltar para encobrir nossos rastros. Noah e eu dissemos que ele podia ficar aqui, se quisesse, mas ele acha melhor voltar.

Noah solta um suspiro lento, mas assente.

– Me promete que vai me avisar quando chegar.

– Prometo. – Conrad afirma, sorrindo, orgulhoso, e volta seu olhar a mim. – Cuida bem dela, filho. E se cuida.

Então, ele liga o carro e vai embora. Observamos todo o trajeto, até ele sumir na pista.

– Ele é incrível. – Digo, baixinho, e Noah me encara, também com os lábios curvados.

Ah, esses olhos cor de âmbar. Eu estava com tanta saudade de olhá-los.

Quando escutei sua voz dizendo um "EU", quase desmoronei no chão. Não acreditava realmente que ele tinha vindo. Eu já estava desacreditada. Tinha feito tudo o que podia ter feito. Tentei matar Miles, mas falhei...

No entanto, no momento em que me virei, junto com todas as outras pessoas, e vi esses mesmos olhos... Tudo parecia certo. Era como se tudo estivesse no seu devido lugar. Ele tinha vindo me buscar. Ele não tinha desistido de mim. Da gente.

Para mim, tudo estava certo. Eu iria embora com ele e ficaríamos juntos, não importava o que o resto do mundo ia achar ou dizer. Mas aí a diretora mandou que o padre continuasse a cerimônia, como se nada do que ele tivesse dito, fosse válido.

E eu simplesmente travei, não consegui reagir. O meu coração tinha se rachado, eu não teria mais o meu final feliz com Noah. Mas quando meus olhos voltaram aos deles outra vez... Eu não tinha outra coisa a fazer a não ser dizer um NÃO.

Você é incrível, diabinha. – Noah declara, e me beija outra vez.

Ele leva suas mãos à minha cintura e a puxa contra ele conforme nossas línguas se entrelaçam na boca. Sinto o aroma do seu perfume misturado com o suor do corpo, o coração levemente acelerado e... a ereção, já crescendo dentro da calça.

Sim, eu estava com muita saudade disso.

– Tem alguém aqui? – ele indaga, quando, por fim, solta meus lábios.

Meu peito sobe e desce, ofegante, quando assinto com a cabeça.

– Provavelmente minha mãe. – Informo, lembrando do estado quase vegetativo que ela se encontra. – Acho que só ela. Todos os funcionários devem ter ido ao casamento.

O Irmão do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora