Capítulo 29 - Por que você se importa?

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"Você tem esse poder sobre mim, minha nossa

Tudo o que eu amo reside naqueles olhos

Você tem esse poder sobre mim, minha nossa

A única que eu conheço, a única em mente

Você tem esse poder sobre mim

Tem esse poder sobre mim

Você tem esse poder sobre mim"

Power Over Me ǀ Dermot Kennedy


Noah

Vou matar Ian.

Vou matar aquele desgraçado por ter encostado aquelas mãos nojentas em Liv.

Quando voltei e a vi jogada no chão daquele banheiro, chorando, desesperada... Senti vontade de ir, naquele exato momento, àquela prisão e, mesmo que me vissem ou me prendessem em seguida, assassinar aquele filho da puta.

No entanto, no momento em que vi seu olhar agoniado, não pensei duas vezes antes de a abraçar forte. Foi quase como um instinto primitivo. Eu só queria a fazer parar de sofrer daquele jeito... Foi a pior coisa que meus olhos já presenciaram. A coisa mais torturante que meu coração já sentiu. Nem mesmo quando eu estava naquele quartinho, sufocado, sozinho, senti aquela dor excruciante no meu peito. Teve minutos que pensei que eu fosse morrer. Não aguentava a ver sofrendo.

Entretanto, juntei todas as minhas forças e a abracei. Não podia fazer nada além disso naquele momento, embora quisesse matar aquele ruivo miserável, não podia deixá-la sozinha.

Não. Nunca a deixaria sozinha. Em nenhuma hipótese, mesmo que me amarrassem, prendessem ou me jogassem no mar, eu voltaria para ela. Ainda que me levassem à mil quilômetros longe dela, ainda que me tirassem a memória, eu encontraria um jeito de retornar a ela. Somente para ela.

Solto um suspiro enquanto entro no carro cinza.

Depois que a deixei dormindo em seu quarto, imediatamente chamei um Uber, tremendo de ódio a cada segundo que se passava conforme o esperava.

Vou te matar, ruivo. Você não sai vivo dessa prisão.

Peço ao motorista, sem me importar com o tom, para que ele vá mais rápido, e ele obedece, mesmo com as sobrancelhas semicerradas.

Por fim, chegamos à prisão, que fica a alguns minutos do colégio. Nem noto a entrada branca, os portões enormes rodeando o espaço, muito menos os guardas que cercam a saída. Nada. Não reparo em nada. Meu ódio não permite. A única coisa que me importo agora é entrar nessa cadeia e acabar com a vida de Ian. Mesmo que eu nunca mais saia dela.

E é isso que faço. Digo aos policiais que sou da família dele, e eles não hesitam em me deixar o ver.

Meu coração bate a mil por hora, minha pulsação acelerada. Todo o meu corpo tenciona quando passo pela porta do quarto de onde ele está. E quando Ian nota minha presença, ele se levanta da cama, arregalando os olhos.

Fora do quarto, não há ninguém vigiando. Ninguém para me impedir.

– Esperava que fosse você mesmo a próxima visita. – Ele confessa, um pouco hesitante. – Mas não achei que eles realmente deixariam você entrar aqui.

O Irmão do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora