Capítulo 14 - Eu gosto de você, Olívia

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"Ele queria o conforto, eu queria aquela dor

Ele queria uma esposa, eu estava correndo atrás do que queria

...

A minha cidade era uma terra inútil

Cheia de gaiolas, cheia de cercas

Rainhas de concursos de beleza e grandes impostores

Mas, para alguns, era o paraíso"

Midnight Rain ǀ Taylor Swift


Olívia

Odeio ter que falar em público.

Fico nervosa quando vejo muitos rostos apontados na minha direção. Não sei o que acontece, mas minhas mãos começam a soar e sinto como se fosse desmaiar de tanto que meu estômago treme.

Não tive tanto esse problema na infância, até porque não saia de casa. Minha mãe não me levava a nenhum tipo de eventos das famílias fundadoras. Ela ia a alguns quando estava medicada, meu pai, no entanto... ficava em casa comigo. Ele usa o sobrenome Banks, mas sempre dizia que não se sentia como um, então se recusava a ir com minha mãe e me fazia... companhia.

Entretanto, apesar de odiar ser o centro das atenções, aqui estou eu, junto do resto da equipe, na frente de toda a sala para apresentar o trabalho de História.

As misteriosas mortes da cidade de Inverness. Vamos falar sobre dois casos em específicos... Rei Arthur e... de Chloe. Noah me obrigou. Eu não queria ter que falar sobre isso na frente de todas essas pessoas, que provavelmente só vão debochar da morte dela, mas ele sempre consegue o que quer.

Eu não pretendia, de verdade, mas... depois daquele... acontecimento totalmente improvável, não tive escolha a não ser obedecer a sua ordem. O que eu podia fazer? Dizer não outra vez na sua frente e...

Balanço a cabeça, me livrando das lembranças que, obviamente, não afetam em nada.

– Então, nas nossas pesquisas descobrimos que a nossa cidade é bem pacifica. Não há muitas mortes não solucionadas, as autoridades daqui são bem competentes nesse quesito. – Miles comenta, o rosto sério, as mãos nos bolsos, os cabelos penteados e perfeitamente no lugar. A própria imagem de um rei. – No entanto, há apenas duas mortes que ainda não foram resolvidas.

– O rei Arthur, falecido a dezessete anos. – Completa Noah, a expressão indecifrável, a voz cautelosa, talvez com receio de falar demais. – E a ex-aluna do colégio, Chloe Adams. Eles tiveram a sorte ou azar, eu diria. – Alguns risos soam na sala conforme ele prossegue. – De ter uma morte totalmente misteriosa. Ninguém, nem a própria polícia, sabe ao certo o que aconteceu nesses dois casos.

Todos ficam boquiabertos e com olhos arqueados, não acreditam que realmente estamos falando sobre esse assunto. Nem eu acredito, quem dirá eles.

Observo o professor, sentado ao final da sala, usando uma camiseta e calça social, dando ênfase à toda sua musculatura incrível, analisa nossa apresentação atento.

– E uma curiosidade. – Continua Harry. – Essas duas mortes aconteceram exatamente no mesmo dia, apenas em anos diferentes. O rei Arthur Edwards foi encontrado morto no dia 1 de janeiro de 2005. Já o corpo de Chloe... – ele me olha, hesitando. – Também foi localizado no dia 1 de janeiro, mas nesse ano. 2022. Precisamente a dezessete anos atrás.

O Irmão do PríncipeOnde histórias criam vida. Descubra agora