𝐉𝐞𝐟𝐟 𝐓𝐡𝐞 𝐊𝐢𝐥𝐥𝐞𝐫 - 𝐀 𝐇𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚

Capítulo 28

Eu acho que vou sentir sua falta para sempre
Como as estrelas sentem a falta do Sol nos céus da manhã
Antes tarde do que nunca

Summertime Sadness - Lana Del Rey

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Meu desejo era ter você comigo Jeff. Mesmo que eu te odeie ou as vezes em alguns momentos eu sinta raiva de você. Você será minha maior saudade.
O fato de ter sido traída muda todo o contexto da minha saudade por você. E de imaginar que eu estive preocupada e ele estava se divertindo com outra.
Era um mix de sentimento. Raiva, dor, tristeza, saudade.
Nunca vou conseguir te esquecer. Seu filho vai fazer o trabalho de sempre eu lembrar da sua existência.

Essa casa estava bagunçada. Poeira nos móveis, alimentos vencidos. Essa casa precisava de uma faxina.

Faxina. Tomei trauma dessa palavra quando estive na casa de Jeff.

Mas com essa sujeira toda era difícil evitar não fazer uma arrumação descente nessa casa.

Jeff

Acordo com batidas na porta. Minha cabeça doía, deve ser por conta da bebida. Havia bebido a garrafa toda de Whisky. Estava embriagado. Depois de uma dificuldade para descer as escadas finalmente chego na frente da porta e em seguida a abro.
Era a polícia. Cinco policiais na frente da minha casa.

—Boa noite o senhor é Jeffrey Alan Woods?

—Nem sei, eu sou esse Jeffrey? - não lembrava meu próprio nome.
—Se você quer esmola é melhor bater em outra casa. Estou ferrado da cabeça aos pés. - digo cambaleando, na força de conseguir ficar em pé. Tentar parecer sóbrio está sendo uma péssima idéia. Estava com um cheiro de cachaça que eu já estava me enjoando.

—Está bêbado. - um policial cochicha para outro agente mas acabo escutando.

—Vai ser mais difícil que eu pensava. - outro policial sussurra.

—Jeffrey você está preso pelo roubo no banco de Miradale. O ocorrido aconteceu dia 17 de maio de 2021.

—Eu não roubei nenhum banco. Acho que vocês vieram na casa errada.

—Jeffrey não estou com paciência. Temos provas que você foi o causador da explosão e do roubo no banco. - ele puxa bruscamente meus braços e coloca as algemas em mim.
—Revistem a casa, vou levar ele para a delegacia.

—Você não sabe o erro que está cometendo. - digo estressado.

Era difícil tentar escapar desses caras com as armas apontadas para mim e eu estava indefeso sem nenhum armamento comigo.

—Sei sim Jeffrey. Quando o álcool ir embora você vai se recordar das besteiras que fez e nunca ter desejado nascer.

Sou puxado para dentro de uma viatura, onde sou levado para a delegacia.

Chegando lá eles fizeram uma ficha criminal para mim.

—Delegado Yuri. - um policial se aproxima.

—Fale agente William. Vou começar um pequeno interrogatório com o senhor Jeffrey.

—Achamos diversos tipos de facas, machados e três armas carregadas no quarto do suspeito. Colocamos os cachorros para farejar ao redor da casa e encontramos uma bolsa cheia de cédulas e drogas enterrados atrás da casa. - ele coloca todas as provas que existiam contra mim em cima da mesa. A bolsa com aquele dinheiro eu não me recordava.
—Revistamos a casa inteira e não achamos nenhum papel autorizando o porte das armas. O suspeito não tem direito do uso delas.

—Contem o dinheiro e vejam se bate com a quantia que foi roubado naquela noite.

Ellen. A única pessoa que vinha na minha mente era aquela infeliz.
Ellen havia dito que estava me vigiando a mais de um ano e planejava vingança para mim. Ela que mandou aquele cara que o matei para roubar o banco. E o dinheiro ela enterrou atrás da minha casa. Tudo se encaixava perfeitamente.
Não me arrependo nem um pouco de ter matado ela e o imbecil do seu cúmplice.

—Jeffrey porque você tinha todas essas facas e armas em sua casa? Pelo visto não era somente dinheiro que roubava em bancos.

—Já te disse que eu não roubei nenhum banco. Armaram para cima de mim.

—Quem armou?

—A louca da ex mulher que morava comigo. Ela disse que iria se vingar de mim por ter largado ela.

—Onde ela mora? Talvez com a alegação dela você pode ser livre... Ou continuar tendo a cadeia como seu lar.

—Não sei onde ela mora atualmente. Ela já foi embora da minha vida a dois anos atrás. - na verdade eu sei sua localização atual: o inferno.

—Então, vai ter a cadeia como sua nova casa.

Ele me leva até uma cela que estava vazia.
O ambiente fedia e não tinha nenhuma circulação de ar livre. Nunca pensei que conheceria o inferno ainda vivo.
Só me dei conta que fui acusado de roubo e não homicídio quando deitei no chão duro e apoiei minha cabeça no travesseiro para descansar. Irônico. Pensar que o serial killer que eles tanto procuram está preso mas por um motivo totalmente diferente.

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