Capítulo 29

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O REENCONTRO - PARTE I

Acordo depois do meu bebê me acordar como um despertador. Essa criança estava muito agitada se mexendo diversas vezes dentro da minha barriga, isso já estava me incomodando.
Acho que era um alerta de fome, pois eu estava fraca por não ter comido muito esses últimos dias.
Me levanto e vou até a cozinha para preparar algo para comer. Não tinha quase nada na dispensa, um pouco dos alimentos havia estragado e tive que jogar fora ontem.
Faço um café da manhã com algumas coisas que sobrou na dispensa e na geladeira.
Precisava ir ao mercado.
Depois de uma faxina me arrumo para ir até o mercado próximo de casa.
Foi uma dificuldade achar uma roupa dentro do meu armário que desce no meu atual corpo.

Saio de casa e vou até o mercado. Estava estranhando sair de casa. Fiquei tanto tempo dentro daquela casa que já havia me acostumado a ficar presa entre quatro paredes.
Pego tudo que faltava em minha casa e coloco na cestinha que carregava.

Uma senhora esbarra em mim, logo me pede desculpas e quando me viro reparo que aquele rosto era muito familiar para mim. Era a dona Lurdes, a cozinheira do orfanato.

—Dona Lurdes! - falo animada.

—Madeleine! - a senhora que carregava uma cesta se anima ao me ver. —Continua com aquela carinha de adolescente. Como você está?

—Não vou mentir que tudo está indo bem, pois nada está dando certo na minha vida. Pois odeio mentiras e principalmente mentir para você.

—Você não imagina o quanto pedi a Deus para te proteger. Queria tanto falar com você.

—Eu também estava com saudades de você. Meu aniversário passou e eu me lembrei do bolo de chocolate que você fazia para mim. - ela sorri ainda desacreditada que estava me vendo e eu podia sentir a mesma sensação.

—Eu pensei que você tinha ido para bem longe da cidade.

—Fiquei em Miradale. Consegui até um trabalho mas saí de lá. Você não imagina o tanto de coisa que aconteceu comigo nesses últimos tempos.

—Imagino... - ela acaricia minha barriga.
—Creio que o pai dessa criança deve ser bem sortudo em ter você e essa criança. - se ela soubesse de toda a verdade não falaria isso.

—Ele morreu em um acidente. - odeio mentir mas eu tenho até vergonha em falar que me relacionei com um psicopata serial killer e acabei engravidando dele e contar as coisas terríveis que passei nas mãos dele e da ex namorada louca igual a ele. É um pesadelo que não quero lembrar.

—Ah, me desculpe... - ela fala sem graça.

—Nada demais, sei que você não falou isso na maldade. Mas o que você queira falar comigo? - pergunto mudando de assunto.

—Depois de alguns meses que você saiu. Uma mulher veio atrás de você. A mulher era sua mãe. - fico em choque por alguns segundos depois me recomponho. Isso que eu ouvi só podia ser uma história fictícia.

—Lurdes, você tem certeza que era minha mãe aquela mulher? - pergunto confusa. Pra mim já não tinha esperanças de reencontrar minha mãe. Cheguei ao um tempo em ter que acreditar que ela estava morta como a Rute, diretora do orfanato me disse.

—Madeleine, tenho certeza absoluta. Ela é a mesma moça que te deixou no orfanato. Só que está um pouco mais velha. Lembro perfeitamente daquele rosto. Não estou enganada.

—Para mim eu já estava acreditando no que a Rute falou, que ela já estava morta.

—E é aí que tudo começa a dar errado... - Lurdes fala me assustando. —Quando a sua mãe foi lá atrás de você a Rute inventou uma mentira terrível sobre você. Que você era uma menina rebelde e por esse motivo fugiu do orfanato pois queira viver na... Orgia. Desculpe o palavreado, mas só estou repetindo as barbaridades que Rute falou de você para sua mãe. 

Que mulher mentirosa. O verdadeiro motivo que eu fugi de lá foi por conta dos maus tratos que recebia dela. Não aguentava mais sofrer humilhações da parte dela. E nem dos assédios do imundo do marido dela. Era bizarro as coisas que acontecia comigo dentro daquele lugar que odeio lembrar que tive como lar.

—Eu não consigo acreditar que ela falou isso. Minha mãe agora deve me odiar...

—Não pense isso. Pelo que eu sei sua mãe paga um dinheiro a ela para tentar encontrar você. Mas Rute não usa o dinheiro para benefício a sua mãe, ela rouba o dinheiro. E sempre fala que os detetives que ela contratou não conseguem nenhum paradeiro sobre você. Mas é tudo mentira ela nunca contratou um detetive. Ela está se aproveitando da dor da sua mãe a mais de dois anos. Sua mãe nunca conseguiu respostas dela. Queria contar a verdade para sua mãe, mas estou sendo ameaçada. Meu emprego corre perigo.

—Quando eu achava que ela não podia se tornar mais ruim do que já é, escuto essa barbaridade que faz com que eu me engane.

—Mas agora que eu encontrei você, vou falar com sua mãe. Ela está sofrendo muito sem saber sobre você.

—Mas e seu emprego? Não quero que você sofra nas mãos da Rute por minha causa.

—Não pense isso. Estou fazendo um favor a sua mãe e a você também. Você sempre quis sua mãe por perto e poder estar realizando seu desejo é gratificante.

Lurdes tinha que voltar ao orfanato. Ela tinha horário para chegar lá senão a monstra da Rute iria ficar no pé dela como sempre.
Entrego o endereço da minha casa para Lurdes.
Pelo visto Rute não teve nenhuma mudança. Continua ruim e gananciosa.
Pago minhas compras e volto para casa.

Preparo o almoço e logo me sirvo. Depois de lavar a louça decido pegar no sono da tarde.




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⏰ Última atualização: Feb 09, 2023 ⏰

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𝐉𝐞𝐟𝐟 𝐓𝐡𝐞 𝐊𝐢𝐥𝐥𝐞𝐫 - 𝐀 𝐇𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora