Capítulo 18 🎄

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Madeleine

Jeff estava diferente (ele havia mudado um pouco desde alguns meses que estive morando aqui). Só que agora ele voltou a ser o antigo Jeff que conheci quando me raptou naquela noite.
Saía de noite e só chegava de manhã (como de costume). Quando chegava -de não sei onde- comia e ia logo dormir, quando despertava de seu sono vinha a cozinha, almoçava e se deslocava para seu quarto novamente. As vezes quando eu ia para lá a porta estava trancada e ouvia alguns barulhos que não conseguia identificar o que era aquele som. Era como se estivessem abrindo e fechando portas e gavetas.
Quase não falava comigo e quando abria a boca para dizer algo, era sobre o que eu tinha feito de errado, me instruía a alguma nova tarefa, me dava ordens e regras para serem cumpridas corretamente. Me sentia uma verdadeira empregada dentro dessa casa.

Me sentia a velha Madeleine que chegou nessa casa a meses atrás. Que só servia ao meu carcereiro e cumpria suas ordens sem nenhuma erro a ser feito para se manter viva e escapar da casa/cela que estava vivendo.
Eu me sentia (novamente) uma estranha dentro dessa casa.
Um robô programado para fazer tarefas e mais tarefas sem parar, sem descanso...

Eu não aguentava mais viver...

No seu aniversário tinha preparado um jantar para nós, de um jeito simples, porém especial para a data. Tinha feito macarrão com bife (a comida que ele mais ama). Estava tudo tão gostoso. Acredito que ele tenha gostado da janta, mas não quis esboçar nenhuma reação. Apenas comeu e foi para o banheiro escovar os dentes e então foi dormir.

Eram 10:47 e ele não havia chegado. Sempre chegava entre 6 ou 7 horas da manhã.
Não me preocupei, pois ele era misterioso e qualquer mistério ou suspense relacionado a ele não era novidade nenhuma para mim.

Continuei minhas tarefas tranquilamente sem nenhuma preocupação. Acordei mais cedo do que o normal só para terminar, o mais rápido possível, de cuidar da casa. Precisava de um descanso. Preciso cuidar de mim e da minha saúde, que com certeza estava bem precária.
Estive com febre na semana passada e não tomei nenhum remédio, pois não tinha em casa e nem o Jeff se prontificou de ir a uma farmácia comprar um simples medicamento para mim. Tive que arrumar essa casa sozinha e sem nenhuma força em meu corpo. Me recuperei por um milagre.

15:48 marcava o relógio e nenhum sinal de Jeff. Não sabia onde ele estava, se estava bem, se estava com fome ou sono. Absolutamente nada!
Vários pensamentos negativos se apoderaram da minha mente.

E se ele foi pego? Se a polícia prendeu ele? Se algum inimigo sequestrou ele?
E se... Jeff foi morto?

Não, não pode ter acontecido isso. Chega desses pensamentos ruins. Ele só estava "atrasado", daqui a pouco ele está aí.
Eu espero...

Deito em minha cama para descansar. Já havia terminado tudo e estava feliz por ter conseguido ter feito tudo na casa antes de anoitecer. Mesmo ter acordado cedo ainda me sentia cansada e esgotada.

Desperto após de ter tido um belo cochilo. Olho para o pequeno basculante que havia em meu quarto e percebo que o céu estava escuro, claramente estava de noite.
Me levanto e vou em direção a sala.
Será que Jeff havia chegado em casa e eu nem escutei?
Olho para o relógio que estava marcando 18:07.

—Jeff! - grito por seu nome. Minha voz ecoa pela casa e não ouço nenhuma resposta.

Me dirijo a porta de seu quarto e chamo novamente por ele. —Jeff. - sem nenhuma resposta tento abrir a porta, minha missão é falhada pelo motivo que a porta de seu quarto estava trancada. Ele saiu e trancou a porta de seu quarto. Eu não tinha mais acesso ao seu quarto desde a última vez que tivemos relações. Eu nem entrava lá mais para limpar, e também evitava chegar perto desse quarto. Sei muito bem do que Jeff é capaz de fazer com aqueles que se intrometem em sua vida, ele mata friamente sem nenhum remorso.

𝐉𝐞𝐟𝐟 𝐓𝐡𝐞 𝐊𝐢𝐥𝐥𝐞𝐫 - 𝐀 𝐇𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora