18 - A garota do Monoma

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Hana e Monoma ainda conversaram por mais um tempo. Ele lhe falou sobre coisas que gostava e ela também disse sobre ela.

-Então, você gosta de comida francesa e quadrinhos em francês?

-Bande Desinee. Isso.

-Quanta elegância gente!

Ele tinha um sorriso bonito. Se vestia bem. Se olhasse com bastante atenção, era quase um príncipe.

-E você Senhorita Mizume?

-Não seja formal desse jeito, Monoma. Me chame de Hana.

-Hana. Eu chamo. Mas, será que poderia me chamar de Neito?

-Neito... Posso sim.

-A gente vai se conhecer melhor. Eu prometo. Não sou tão ruim quanto pareço.

-M-. Neito. Será que a gente pode ir ficando por enquanto?

-Você acha melhor assim?

-A última vez que namorei, deu tudo errado. - ela abaixou a cabeça entristecida.

-O que aconteceu?

-Criei expectativas demais.

-Então... quer manter em segredo?

-Pelo menos por enquanto. Por favor.

-Se é assim que você quer... vamos fazer o seguinte. Não vamos nos rotular. Vamos ver onde vai dar.

-Um mês. Isso. Um mês. E depois a gente vê. Ok?

-Ok. Combinado.


***


Hana mal conseguiu dormir. Era muita informação para digerir. Monoma era apaixonado por ela. Isso sem dúvida era muito surpreendente.

No dia seguinte desceu toda alegre para tomar café. Bakugou estava sentado sozinho a mesa. Quando ele a viu, só desviou o olhar. Ela se aproximou da mesa, ele levantou-se sem dizer nada e saiu.

Ele tinha leves olheiras. Também não havia dormido direito. Ele voltou para o quarto um pouco antes na noite passada. Tomado pela raiva pelo que havia presenciado.

Ela realmente beijou aquele cara? De tantos tinha que ser ele?

Hana ficou triste. O olhar dele era de decepção. Ela queria que ele brigasse com ela. Dissesse o que sentia. Ao invés disso, ficava lá sem dizer nada. Ela nem sabia o porquê.

Ela pensou em falar com ele. Mas, a frieza que ele a tratou a deixou extremamente triste.

-O que você tá fazendo aqui seu esquisito?

Hana ouviu Ashido gritar com alguém na porta.

-Não é da sua conta!

A voz de Monoma veio de lá de fora. Hana ficou vermelha e saiu correndo em direção à porta.

Bakugou olhou para ele com ódio. Lembrou-se do beijo da noite anterior. Sentia raiva só de pensar que ele tocou em Hana, sentia repulsa.

-Ele veio me trazer um livro que eu pedi emprestado. - Hana mentiu.

-E desde quando vocês são amigos? -Mina perguntou.

-N-Não somos amigos. Eu que pedi o livro, na verdade é um mangá que eu não tenho na minha coleção.

-Ah...-Mina disse desconfiada.

De repente ouviu-se uma explosão da cozinha. Bakugou explodiu um copo que segurava.

-Bro? - Kirishima foi ver o que havia acontecido. - Se machucou cara?

-Não foi nada!

Hana aproveitou e saiu puxando Monoma pelo braço. Nem olhou para trás. Não queria ver o rosto de decepção de Bakugou novamente.

-O que você veio fazer aqui? - Hana disse enquanto segurava Monoma pelo braço.

-Vim te buscar para gente ir junto.

-Neito...

-Se não quiser não volto lá de novo. - Ele disse triste.

-Tudo bem, só me pegou de surpresa. Me avisa antes, tá?

-Tá. - Ele segurou na mão dela e lhe deu um selinho de leve. -Queria estar na sua sala.

-É bem mais legal assim, você não acha? Dá saudade. - ela deu uma piscadela.


***


Kirishima e Bakugou caminhavam rumo à sala de aula. O ruivo estava preocupado com o amigo. Ele agia diferente. Parecia triste e furioso ao mesmo tempo. Não. Decepcionado.

-Bakugou.

-Hum?

-Aconteceu alguma coisa?

O loiro mantinha o olhar fixo no chão.


-Tudo bem se não quiser me contar. - Kirishima continuou.

-Não. Eu... conto. Mas, por favor não conta para ninguém tá? - estava sufocando.

-Pode confiar em mim.

-Eu e a Hana estávamos namorando.

-O que??? - Kirishima ficou espantando. -Quando? Como isso aconteceu?

-Eu vou te contar idiota!

Kirishima estava surpreso com a abertura que o amigo havia lhe dado. Normalmente ele nunca fala nada. Fica sempre triste e bravo. Mas nunca diz o que realmente sente. Talvez o acerto de contas com o Midorya tenha sido a razão de tal abertura.

-Lembra quando fizemos aquele trabalho juntos?

-Sim. - o ruivo assentiu.

-A gente acabou se envolvendo. Eu me permiti sabe. Ela era tão linda. Tão doce. A gente saiu e aí rolou. Eu conheci a família dela e tudo. Ela conheceu a meus pais. Enfim, uma coisa bem idiota.

-Tá, mas é aí? Vocês estão juntos?

-Não. Eu fui muito... bem. Eu falei umas coisas. Fiquei com ciúmes. E depois pedi para ela um tempo. Para que eu pudesse assimilar tudo. Acho que esse lance de romance atrapalha os objetivos.

-Pô, cara! Não acredito que fez isso!

-Mas, eu tava certo. Ela já superou. Eu não importava pra ela.

-Mas, vocês conversaram?

-Ela ta com o Monoma.

-O QUE? Não acredito que ela trocou você por aquele imbecil!

-Eu vi os dois se beijando ontem a noite. Era ele que tava mandando presentes pra ela.

-Sério? Poxa. E o que você vai fazer?

-Nada. Ela fez a escolha dela. Para mim, agora ela não significa mais nada.

Kirishima olhou para Bakugou. A expressão dele era pura tristeza. Sabia que era mentira. Ele gostava dela. Gostava mesmo.

-Então... por que você está tão triste? - Kirishima tocou o ombro do amigo.

Bakugou não respondeu mais nada. Não sabia o que responder naquele momento.

-Quer saber? Eu lutaria por ela. - Kirishima começou. - Eu não deixaria aquele imbecil levar vantagem.

-Kirishima, isso não vai funcionar.

-Ok, deixa então aquele imbecil levar vantagem e ficar com a sua garota.

-Ela não é minha garota!

-Beijar ela, tocar no cabelo dela, sentir o perfume dela e quem sabe até...

-Cala a boca!

-O que foi? Ela não é sua garota né? Agora ela é a garota do Monoma. Ele vai poder fazer o que quiser. Até mesmo, fazer amor com ela...

Bakugou o pegou pela gola da camisa e o encarou furioso.

-Nunca mais. Nunca mais fala isso. Me dá repulsa só de pensar.

-Então corre atrás, valoriza. Faça ela se apaixonar de novo se for preciso. Para de maltratar ela. De ficar a tratando com indiferença, porque o Monoma deve tratar ela como uma princesa.

Bakugou tremia de raiva. Mas, sabia que Kirishima tinha razão. Não podia deixar aquele estúpido vencer. Ele poderia ter tudo se quisesse, mas não a garota dele. Soltou Kirishima e depois foi para a sala, decidido que ia ter a Hana de volta.


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