21 - O que você vê?

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Hana acordou no quarto de Bakugo ainda bem cedo. Estava de frente para ele ainda nua. E sentiu-se bem quando percebeu que não era um sonho. Ele acordou e ficou olhando para os intensos olhos azuis turquesa e a beijou. Pensando bem, naquela hora, Hana percebeu que nunca havia dito que o amava.

Mas, ainda tinha o Monoma. Tentar explicar para ele que ela amava outra pessoa. Pior, que ela havia acabado de se entregar completamente para ele. Sem nem pestanejar.

Ela levantou e começou a se vestir.

-Vem aqui, ele disse a segurando pelo braço.

-Se souberem do que fizemos seremos expulsos.

-Valeu a pena.

Ela se inclinou para beija-lo.

-Você volta? - Ele perguntou olhando em seus olhos.

-Sempre.

-Eu te amo. - Ele disse finalmente, encerrando qualquer dúvida que ela tinha.

-Eu também. Amo muito.

Ela voltou para seu quarto, agora tinha que lidar com Monoma. E como ela ia lidar com tudo isso, ainda não sabia.

***

Kaya estava pensando em Todoroki, na reação que ele teve, quando ouviu Hana bater na porta. A jovem já vestida com o uniforme estava eufórica.

-O que houve amiga? - Kaya perguntou assim que ela entrou em seu quarto.

-Eu acho que fiz uma loucura.

-O que você fez louca?

-Eu e o Katsuki... nós... bem.

-Voltaram?

-Não. Nós transamos. É isso. Não tem outra palavra.

Kaya estava de boca aberta procurando as palavras que sumiram de sua mente.

-Como assim? Você acabou de assumir o Monoma e você dormiu com o seu ex????

-Não faz eu me sentir culpada..

-E como você quer que eu diga? Eu pensei que ele estava te evitando.

-Eu fui lá aquele dia. Contar para ele. Sobre o Monoma. Mas ele já sabia. Tinha nos visto. Eu achei que ele ia ficar furioso. Ao invés disso, me beijou. Quer dizer, não foi só um beijo.

-Então, você vai lá, ele te dá uns amassos e você dá pra ele?

-Não. Eu voltei lá ontem. Ontem que a gente...

-Ok. Eu não digo é nada. Você sabe o que faz. Só prepara para as consequências.

-Eu amo ele Kaya. Como você ama o Shoto. Eu faria qualquer coisa por ele.


Kaya ficou em silêncio. Ela amava Shoto, mas ela nunca teve coragem de dizer. Não teria a coragem que Hana teve.

-Ok amiga. Eu entendo. O que você precisar estou aqui. Só não quero que se machuque.

Ela abraçou Hana.

Depois disso, foram para a aula. Era a preparação para o Festival cultural.

***

Kaya ficou a aula inteira pensando. Olhava de relance para Hana e Bakugo e presenciava as trocas de olhares intensas que eles trocavam durante a aula.

Amor. Palavra complicada que pode ser interpretada de tantas formas. Ela olhou para Todoroki, sempre frio, distante e um filme passava em sua cabeça.

Ela precisava falar com ele. Dizer o que sentia, que estava magoada. Que o amava desde que eram crianças. Era isso. Iria falar com ele. Custe o que custasse. Independente de qualquer coisa.

Kaya aguardou até a noite. Vestiu um vestido longo azul escuro. Ela não queria ser vista por ninguém. Era tímida para isso. Morria de vergonha de saber que foi rejeitada.

Como ela podia flutuar, saiu pela janela de seu quarto e foi até a sacada de Todoroki. Criou coragem e bateu de leve na janela. Como não obteve resposta mandou uma mensagem.

Abra a janela.

Cerca de cinco minutos depois ele abriu a janela com uma cara de sono. Ele não se espantou com a entrada da jovem. Ela era acostumada a fazer isso desde que eram crianças.

-Podia ter usado a porta. - Ele disse dando a mão para que ela entrasse. - É só para me mostrar que você pode flutuar?

-Quer voar comigo?

-Sério? - Ele olhou o céu estrelado. - você é estranha. Vem até minha janela só para me chamar para voar?

-Não... eu só vou aproveitar a oportunidade.

Ela não sabia a reação dele. Depois daquela noite ele nunca mais poderia falar com ela. Ela ia aproveitar aquele momento.

-Ok então.

Ele segurou firme na mão dela. Ela o segurou pela cintura e o ergueu no ar. O passeio foi bem curto, mas ele sentiu a brisa no rosto e viu a cidade do alto. Ele sentia os longos cabelos negros esvoaçantes passarem em suas costas. A jovem, forte como era, fazia ele parecer leve como uma pluma.

Ele se lembrou de quando eram crianças. Do dia que ela descobriu que podia voar. Foi até a casa dele escondido no meio da noite para mostrar para ele. Lembrou-se do rosto dela, tão feliz e radiante. A sensação era a mesma daquela época. De quando eram crianças, de quando nada havia se transformado na realidade dura que se tornou depois.

Ele gostava dela. Da força, da determinação. Do quanto era protetora com ele, amorosa com a mãe dele.

Todo o amor do MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora