𝒐𝒃𝒔𝒆𝒔𝒔𝒊𝒐𝒏; John Doe

cap.11 ㅡ Enlouquecer de forma boa e ruim

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Você abre os olhos só pra revirá-los assim que vê Doe te encarando de novo.
Vocês se encaram, seu rosto estava claramente aborrecido enquanto Doe te olhava sorrindo.

ㅡ Você parecia estar tendo um pesadelo. ㅡ você murmura alguma coisa tentando ignorar ele e voltar a dormir, mas Doe do nada coloca a mão no seu rosto e pressiona os seus olhos pra dentro, você fica com agonia e se afasta dele ㅡ Volte a dormir.

ㅡ Cara... ㅡ você vira o rosto pro despertador e faz uma cara de sofrência enquanto geme ㅡ Por favor, são duas da manhã, Doe.

Você choraminga afundando o rosto num travesseiro. Ele solta uma risadinha e continua te observando, isso acaba te incomodando eventualmente então você se senta na cama com raiva e em movimentos rápidos fuzilando ele com o olhar.

Já completava um mês que John Doe passava os dias na sua casa, você já havia aceitado o comportamento instável e antissocial dele. Já se acostumou com a insônia, a alergia à água e o apetite estranho dele.
Mesmo te custando muito você meio que admitiu para si mesmo que gostava dele, de uma maneira romântica e estranhamente sexual.

Mas ele tem costumes que estão muito além do aceitável, você não questiona seus passeios noturnos e nem o cheiro metálico de sangue que encontra nas roupas dele de vez em quando, mas tem uma coisa que você simplesmente não suporta.

ㅡ Doe, eu não aguento mais você me encarando TODA NOITE. ㅡ você diz segurando o rosto dele com força ㅡ Eu vou enlouquecer! Você vai me deixar louco!

O sorriso dele apenas cresceu, ele ficou vermelho e colocou as mãos dele em cima das suas.

ㅡ Você também me deixa louco, meu amor. ㅡ ele apenas repete a frase do romance que vocês viram dias antes fazendo você grunhir de pura frustração e se deixar cair de costas na cama de novo.

Você cobre seu rosto com as duas mãos, seus olhos têm estado frequentemente pesados pelas noites mal dormidas e estresse

ㅡ Não, eu digo que você vai me enlouquecer, mas não de maneira boa, Doe. ㅡ você sente ele subindo e engatinhando na cama até aparecer no seu campo de visão, você suspira ao ver sua expressão confusa. Como se não fosse possível enlouquecer de uma forma que não seja boa.

ㅡ O que eu tenho que fazer pra te enlouquecer de forma boa? ㅡ ouvir isso te fez corar, principalmente por conta do sorriso no rosto dele que parecia mais pervertido que o normal.

Você tenta não transparecer vergonha enquanto se senta na cama, ficando da mesma altura que ele.

ㅡ Antes disso você tem que saber o que fazer para não me enlouquecer de forma ruim! ㅡ ele assente sem pensar ㅡ É sério, você podia começar parando de me observar enquanto eu durmo.

Com isso ele fica meio murcho, mas não fala nada. Você sabia que ele não gostava dessa idéia, mas ele sempre evita te contradizer com medo de que você não goste mais dele.

ㅡ Okay, tive uma idéia. ㅡ você se ajeita na cama se sentando com perninha de índio de frente pra ele e estendendo suas mãos com palma pra cima.

Ele fica confuso por um tempo e então copia a sua posição, mas com as mãos iguais às suas ao invés de te segurar. Você revira os olhos e pega nas mãos dele, ele sorri.

ㅡ Vamos fazer assim; eu digo algo que você faz que me enlouquece de forma boa e algo que você faz que me enlouquece de forma ruim. ㅡ você explica pausadamente o olhando no fundo dos olhos para ter certeza de que ele entenda ㅡ E então, você diz algo que eu faço que te enlouquece de forma boa e algo que eu faço que te enlouqueça de forma ruim.