Estamos de volta ao hotel e procuro por Kuina e Chishiya. Encontro-os a conversar num canto junto à piscina. Abraço de imediato Kuina que é apanhada de surpresa mas devolve o abraço de imediato. Separamo-nos e abro os braços esperando que Chishiya também me abrace. Se há coisa que ele detesta é contacto físico mas sei que lá no fundo ele se preocupa connosco. Ele revira os olhos mas dá-me um abraço apressado.
Kuina e eu achamos fofo o facto de Chishiya pouco se mostrar preocupado com as nossas vidas mas faz de tudo para nos salvar nos jogos e problemas em que nos metemos.
O pequeno sorriso que está nos lábios de Chishiya desaparece quando os seus olhos se desviam de mim e de Kuina. Ambas olhamos para trás em busca do que destruiu o bom humor dele e percebemos de imediato o porquê.
Niragi está a vir na nossa direção com um sorriso malicioso nos seus lábios e, como sempre, a sua arma apoiada no seu ombro.
- Já não aguento vê-lo a andar por aí com aquele sorrisinho orgulhoso. - Kuina comenta. - Se pudesse dava-lhe um pontapé no meio d - Ela para de falar e os seus olhos arregalam-se.
Percebo rapidamente o quê que se está a passar: Niragi deve estar mesmo atrás de mim. A minha teoria é confirmada quando sinto um braço pousar nos meus ombros, enrolar-se no meu pescoço e puxar-me contra um corpo.
- Acho que devíamos celebrar a nossa vitória. - Niragi diz ignorando Kuina e Chishiya que estão a assistir a esta cena toda. Ele lambe o meu ombro causando-me arrepios quando sinto o seu piercing frio tocar na minha pele.
Escolho não responder, pode ser que ele perceba que não quero nada com ele e desista da ideia, algo pouco provável para o Niragi mas pode ser que ele ainda tenha um pouco de bom senso dentro dele.
Niragi agarra no meu cabelo e puxa-o fazendo com que a minha cara encare a dele. Vejo Kuina reagir, pronta para o atacar, mas eu arregalo os olhos para ela perceber que se ela intervir a situação só vai piorar.
- Quando estou a falar contigo respondes-me, puta. - Niragi empurra-me para o chão. Eu caio de joelhos e mãos nos chão. Sinto de imediato o sangue começar a escorrer dos sítios em que bati. - Vais-te arrepender. - Ele diz numa voz baixa e ameaçadora.
Sem dizer mais nada, Niragi vai-se embora. Pelo caminho agarra no braço de uma rapariga que dançava sedutoramente perto do DJ e leva-a com ele.
- Que grandíssimo filho da puta! - Kuina exclama enquanto me ajuda a levantar do chão. Chishiya fica apenas a olhar para nós com as mãos nos bolsos. Aposto que está a pensar em mil maneiras de matar o Niragi. - Anda vamos tratar de ti.
Kuina começa a levar-me para o seu quarto, provavelmente para tratar das minhas feridas.
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Não sei como é que a dor passou tão rápido mas já não sinto nenhuma dor nos joelhos e nas mãos.
Quer dizer, talvez saiba o porquê de a dor ter passado tão rápido. A única coisa que Kuina tinha no seu quarto para desinfetar os meus ferimentos era vodca, inicialmente pensámos em pedir ajuda a Ann mas depois desistimos da ideia pois o seu consultório é demasiado longe.
Depois de tratarmos das minha feridas começámos por beber um pouco de vodca. E pouco a pouco acabámos por beber a garrafa inteira só nós as duas.
Neste momento estamos a saltar em cima da cama de Kuina e a lutar com almofadas. Um comportamento infantil para as nossas idades mas uma das vantagens do álcool é que ele faz com que se pare de querer saber no que os outros podem estar a pensar.
Kuina deita-se na cama, a sua respiração ofegante devido ao exercício físico.
- Estou tão cansada. - Ela ri-se enquanto as palavras saem da sua boca.
Deito-me ao lado dela e ficamos algum tempo a encarar o teto, tentando que as nossas respirações voltem ao normal.
- Tive uma ideia! - Exclamo sentando-me na cama para poder olhar para Kuina. - E se nós fossemos ao mar?
- Mas não podemos sair para lá do hotel. - Kuina senta-se também.
- Ninguém precisa de saber que saímos.
Fazemos o melhor plano que conseguimos com as nossas cabeças bêbadas e pomo-lo em ação.
Por mais admirável que pareça conseguimos sair do hotel sem que ninguém se aperceba.
A lua ilumina a noite, é possível ver as pequenas estrelas que brilham no céu escuro.
Kuina e eu sentamo-nos na areia.
- Vamos mesmo fazer isto? - Kuina pergunta talvez um pouco reticente devido ao frio.
- Sem sombra de dúvida! - Começo a tirar as minhas roupas ficando de biquíni e Kuina faz o mesmo.
Damos as mãos e sinto a sua mão fria entrar em contacto com a minha quente, agora compreendo o porquê de ela estar duvidosa quanto a mergulhar.
Corremos em direção ao mar como duas crianças num parque de diversões.
- AAAHHHHH - Kuina grita quando o seu corpo começa a entrar em contacto com a água. Rio-me dela descontroladamente mas nunca paramos de correr.
Mergulhamos e a água fria quase me congela quando toca na minha cabeça. Os meus joelhos e mãos estão a arder por causa do mar, mas já dizia a minha mãe que não há nada melhor do que a água do mar para curar as dores.
Emerjo e vejo Kuina a abraçar o seu corpo com os braços para se tentar aquecer.
- Nunca pensei fazer isto. - Kuina diz enquanto saímos do mar.
- Se não tivesses uma amiga como eu, nunca farias isto. - Um sorriso brinca nos meus lábios fazendo-me de convencida.
- Tens razão. - Kuina abraça-me, quase tropeçando. - Vamos para cima? Preciso mesmo de tomar um banho quente.
- Acho que vou ficar aqui mais um pouco. Vai sem mim. - Ela sorri carinhosamente e começa a ir na direção do hotel.
- Boa noite S/n! - Ela exclama feliz.
- Boa noite Kuina! - Aceno e espero que ela desapareça da minha vista para me tornar a deitar na areia.
Olho para o céu algo que sempre apreciei. Do nosso ponto de vista parece uma coisa tão pequena e simples mas se pensarmos bem é totalmente o contrário. O espaço é um lugar vasto, coberto de estrelas, planetas e quem sabe universos.
Não consigo evitar e penso nos meus pais e na minha irmã. Não percebo o porquê de estar em borderland, nem como é que aqui cheguei. Talvez isto seja um dos tais universos paralelos que tantos cientistas dizem que existe. Só sei que tenho de voltar para o mundo real, para a minha família.
Inundada com pensamentos acabo por fechar os olhos e adormecer.
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Gosto demasiado da Kuina e senti que devia aprofundar a amizade dela com a S/n
Como assim 37 visualizações :D
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The deal - Niragi [Sem continuação]
Fiksi Penggemar+18 [Sem continuação] pelo menos por algum tempo :) S/n X Niragi Após a cidade de Tóquio ficar deserta S/n tem de aprender a sobreviver a jogos letais. O que ela não espera é que os jogos sejam o menor dos seus problemas pois para defender aqueles...