Capítulo 11

2 1 0
                                    

Duas semanas se passaram, foi tão rápido que eu quase não consegui acompanhar, enfiei em trabalho para que não pudesse pensar em como minha vida era terrível amorosamente.

- Por favor Lis, vamos sair._ Isabela insistia do outro lado da linha, mas eu recusei, não estava no clima.

Tomei um banho e preparei uma pipoca, iria assistir filme, isso nunca dava errado. Por volta de meia noite meu telefone tocou insistentemente, acordei em um salto um pouco assustada, já que estava cochilando.

- Alô?

- Eu preciso de ajuda. _ a voz era fraca do outro lado da linha.

- Bruno? É você? Onde está?_ perguntei saltando do sofá.

- Por favor, eu só quero sair daqui.

- Onde você está?_ procurei minha bolsa, nem troquei o pijama, tranquei a porta e segui em direção ao carro, Bruno explicou onde estava um pouco perdido, cheguei em menos de dez minutos.

O menino estava caído no chão, senti um aperto no coração e uma vontade de chorar, mas segurei, abaixei ao seu lado.

- Bruno, pode me ouvir?_ ele não reagia, olhei sua pulsação, mas estava fraca. - Quem fez isso com você?

Levei Bruno para o médico, enquanto esperava tentei contactar seus pais, mas em vão. O menino tinha quinze anos e poderia morrer, eu sentia como se nada que fizesse pudesse mudar isso.

- Você é a responsável pelo Bruno?_ uma enfermeira aproximou e eu confirmei

- Ele vai ficar bem?

- Sim, já cuidamos dos ferimentos, mas precisamos saber como isso aconteceu?

- Graças a Deus._ contei o ocorrido para a enfermeira, depois do relatório ela virou para sair e eu olhei no espelho que ficava no alto, percebendo então que estava de pijama, eu olhei no relógio, já passava das duas e eu não tinha sono.

Esperei a uma hora e levei Bruno para minha casa, assim poderia cuidar dele até ter notícias de seus pais.

- O que você aprontou em?_ perguntei enquanto dirigia.

- Desculpe senhorita Lis, mas seu número era o único que tinha.

- Porque fez isso Bruno?

- Não posso falar, colocaria você em perigo._ Bruno ficou sério e soltou um longo suspiro.

- Eu preciso saber pra ajudar você.

- Por favor, não me peça pra falar. As coisas são muito piores do que imagina, eu estou com medo._ Bruno confidenciou, senti seu corpo tremer.

- Vai ficar tudo bem._ segurei a mão do menino e sorri, parei o carro na entrada de casa. - Você vai ficar aqui hoje, amanhã vemos o que se pode fazer.

Abri a porta do carro e desci, vi a luz de uma farol alto aproximando e antes que pudesse gritar vários tiros foram disparados, Bruno foi acertado com dois, eu não podia acreditar, abaixei saindo ilesa, mas consegui ver o rosto de um dos atiradores, eu o conhecia, era o amigo policial do Alan.

As luzes das casas começaram a acender, várias pessoas saíram pra fora, eu me aproximei de Bruno na esperança de poder ajudar, mas era tarde, ele estava morto, eu estava em choque, ouvi barulho de sirenes que aproximavam, senti uma mão me puxar para cima, afastando meu corpo do de Bruno.

- Lis, você está bem? Está ferida?_ a voz falava desesperada e eu não conseguia responder, olhei para Bruno e finalmente cai em mim.

- Ele está morto, mataram um menino de quinze anos._ chorando descompassada quase perdi as forças, sendo amparada pelas mesmas mãos que antes me levantara.

- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui._ ele me abraçou e só então percebi que era Alan fardado, eu não conseguia reagir, eu tinha pavor, enjôo e medo daquela farda.

- Foi seu amigo..._ falei sem medo do perigo, Alan cobriu minha boca olhando para os lados, ninguém parecia ter ouvido, os outros policiais estavam cercando o corpo para que ninguém passasse.

- Não repita isso, pode ser perigoso.

A lei do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora