Capítulo 12

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Estava sentada no sofá não sabia a quantas horas exatamente, Alan não havia saído do meu lado, mas eu não me sentia segura.

- Está melhor agora?_ olhei para ele, mas não consegui responder, nem mesmo chorar eu conseguia. - Se quiser posso ficar aqui...

- Eu prefiro ficar sozinha._ foi a única coisa que consegui dizer.

Apesar disso Alan não se moveu, olhei para ele com toda a força que tinha

- O que ainda faz aqui?_ a voz era um fio.

- Você não entende, ficar sozinha não é a melhor opção._ ele parecia nervoso, olhando para todos os lados.

- Está querendo me proteger ou está se assegurando que não vou falar nada?_ desafiei para ver qual seria a reação de Alan e recebi minha confirmação.

- Não repita isso..._ ele aproximou, endireitei o corpo nervosa. - Você não sabe o que acontece, precisava ficar quieta para eu proteger você.

- Está me pedindo para deixar a morte do meu aluno passar ilesa?

- Só estou pedindo para ter amor a sua vida.

- Sai daqui..._ virei para sair, mas Alan segurou meu braço.

- Lis...

- Sai agora._ gritei completamente estérica.

- Não ouviu?_ Sérgio apareceu, eu sabia que ele viria assim que ficou sabendo, se tinha uma coisa que Sérgio não fazia, era negligenciar seus alunos. - Eu fico com ela.

Sem saber como ia terminar, subi para o quarto precisava de um banho, logo precisaria ir para a delegacia testemunhar e ainda não sabia como fazer isso, os mesmos polícias que estavam investigando, eram os mesmos que haviam apertado o gatilho.

Sentei na cama e enxuguei o cabelo, suspirei fundo pensando no que faria agora e olhei para o celular que brilhava notificando uma mensagem.

Eu só quero te proteger.
Tem: Alan

Bloqueei o telefone e olhei para o chão, eu precisava pensar.

- Posso entrar?_ Sérgio bateu na porta, ele parecia preocupado

- Claro._ dei espaço na cama e ele sentou.

- O que aconteceu Lis? Você está com o olhar assustado.

- Eu vi quem foi Sérgio, e honestamente não sei se alguém pode me ajudar._ comecei a chorar desesperada, eu não sentia medo por mim, mas por saber que não haveria justiça, não haveria investigação, não haveria nada.

- Calma, vai ficar tudo bem._ Sérgio me abraçou enquanto alisava meu cabelo.

- Não tenho tanta certeza._ falei mais pra mim mesma.

Acordei com os olhos inchados, Sérgio estava deitado ao meu lado, sentei na cama e suspirei havia várias mensagens e ligações, muitas delas de Alan, ignorei todas.

- Está melhor?_ Sérgio perguntou olhando para mim

- Na medida do possível.

- Porque não toma um banho pra relaxar, vou preparar um café forte.

- Obrigada.

Sérgio saiu e eu tomei banho, troquei de roupa e peguei meu celular, Alan ligava sem parar.

- O que foi?_ atendi sem paciência

- Está onde?

- Em casa.

- Sai daí agora._ Alan falou autoritário, como nunca antes.

- O que?

Antes que ele pudesse responder ouvi tiros do lado de fora da minha casa, me joguei no chão desesperada, ouvi barulho de vidros sendo quebrados, foi tanto barulho que não conseguiria dizer quantos tiros ao todo. Ouvi o barulho de pneu deslizando na pista e desaparecendo.

- Lis, Lis... Você está bem? Pelo amor de Deus._ Alan gritava do outro lado da linha.

- O que está acontecendo?_ eu estava desesperada, lembrei então que Sérgio estava na cozinha, desci as escadas correndo.  - Sérgio, você está bem?

- Estou bem, está tudo bem._ ele falou de um canto.

- Aí meu Deus, me perdoa... Isso é culpa minha._ eu estava completamente desesperada.

Ouvi batidas na porta, Sérgio segurou meu braço para que não abrisse a porta.

- Lis, sou eu._ ouvi Alan do outro lado, corri abrindo a porta, ele entrou e trancou novamente.

- O que significa isso Alan? _ questionei sabendo a resposta.

- Isso é tudo culpa sua._ Sérgio falou furioso.

- Você está maluco, eu jamais machucaria ela. Estou tentando protege - lá. _ Alan falou completamente tomado pela raiva.

- E como vai fazer isso?_ Sérgio perguntou

- Tirando ela daqui pra começar.

A lei do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora